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A esperança e a semente de bambu

Da edição de setembro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Com a chegada da primavera, muitas pessoas plantam sementes na expectativa de que elas cresçam e floresçam. Sabe-se que as sementes levam períodos de tempo diferentes para emergir do solo com seus primeiros brotos. Algumas germinam e aparecem rapidamente. Mas você sabia que a semente de bambu fica cinco anos sob a terra, antes de aparecerem seus brotos? Então, em seis semanas, esses brotos podem crescer aproximadamente 3 metros!

Talvez se tenha a impressão de que nesses cinco primeiros anos nada, em absoluto, aconteça. Entretanto, sob a superfície do solo, as raízes crescem e formam um fundamento firme, de onde brotará e florescerá o bambu. De certa forma, a esperança de que a planta aparecerá pode ser percebida na convicção do semeador. Muito embora não haja nenhuma evidência imediata de desenvolvimento, ele manifesta paciência e perseverança interior, provenientes da certeza do bom resultado.

Se olharmos o mundo de forma generalizada, a paisagem freqüentemente parece carente de paz, de estabilidade econômica, de justiça. Mesmo na experiência pessoal das pessoas, talvez haja falta de autoestima, boa saúde, segurança garantida e trabalho digno.

Somos a expressão do desígnio puro do Amor

Pode ser que não vejamos nenhuma razão para ter esperança. Acontecimentos fora do nosso controle parecem não deixar espaço para se acreditar em algo melhor. As estatísticas talvez sugiram que não há possibilidade de restauração e situações difíceis, que têm se prolongado por muito tempo, parecem não oferecer nenhuma solução. É aqui que a esperança intervém, como uma conscientização da verdade espiritual já presente. Ela nos garante a certeza de que não importa quão desoladora seja a circunstância humana, inevitavelmente o bem prevalecerá. A esperança faz com que avancemos de uma perspectiva material, para um senso espiritual de algo divino, para a atuação de uma lei mais elevada, a lei de Deus.

Tal como a semente de bambu, cujas raízes se desenvolvem ativamente sob a terra, essa lei divina é uma força para o bem, que muitas vezes opera de modo invisível aos cinco sentidos. A esperança é uma espécie de confiança no poder dessa lei. Ela se apóia em Deus de forma confiante e jubilosa. É natural esperar em Deus, porque toda a saúde, a prosperidade, a paz e a produtividade que necessitamos provêm dEle. Aquilo que Deus inicia como Amor divino, Ele sustenta como Princípio divino. Ter esperança envolve colocar o peso da oração na idéia de que todo o bem na vida é sustentado pela lei espiritual, que é livre de qualquer embaraço.

O bem que expressamos não é ingênuo nem impotente. Longe disso! Estamos conectados à lei divina do bem. Somos a expressão do desígnio puro do Amor. Ter esperança é reconhecer essa força ativa, vital ou lei divina, que nutre a concretização do progresso. Talvez, mesmo de forma modesta, já tenhamos constatado a evidência da esperança manifestada em nossa vida. Através da história, a confirmação de quão importante é a esperança pode ser encontrada nas palavras corajosas e nas atitudes destemidas dos líderes. Dale Carnegie, um famoso orador e escritor que focalizou o desenvolvimento pessoal, ecoou esse sentimento, quando disse: “As coisas mais importantes no mundo têm sido realizadas por pessoas que continuaram tentando, mesmo quando parecia não haver mais nenhuma esperança”.

Estamos conectados à lei divina do bem. Somos a expressão do desígnio puro do Amor. Ter esperança é reconhecer essa força ativa, vital ou lei divina, que nutre a concretização do progresso.

Saber que o bem que almejamos está a salvo em Deus, nos proporciona equilíbrio espiritual

O reconhecimento desse fato, como também o de que não existe nenhum poder capaz de privarnos do bem, proporciona-nos equilíbrio espiritual para enfrentarmos situações difíceis. A Bíblia expressa esta doce promessa de forma maravilhosa: “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto” (Jeremias 17:7, 8).

Várias dessas idéias foram úteis para mim, quando enfrentei uma série de desafios desalentadores.

No início, tudo parecia muito bom. Havia uma universidade estadual na cidade para onde meu marido, nossos filhos pequenos e eu havíamos acabado de nos mudar. Em um dia de primavera, enquanto dirigia, veio-me claramente ao pensamento que eu devia ligar para a universidade e perguntar se havia alguma vaga em aberto para professores em minha especialidade. Já vinha orando sobre emprego e estava procurando um trabalho com o qual pudesse conciliar algum tempo livre para cuidar dos meus filhos. Achei que essa idéia era uma resposta às minhas orações. Dentro de pouco tempo, havia marcado uma entrevista e fui admitida para começar a dar aulas no outono.

Como filha de Deus, era governada somente pela lei do bem

Então no início do verão, fui acometida repentinamente por uma doença que dificultaria, ou mesmo inviabilizaria dar aulas na universidade. O desespero bateu à porta do pensamento, juntamente com o medo de que aquela disfunção em meu corpo pudesse governar minha saúde. Mas foi a esperança que atendeu à porta. Esta promessa bíblica indicou um propósito e uma individualidade mais elevados: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 João 3:2, 3).

Orações afirmativas sobre o fato de que eu era a filha de Deus e expressava Sua semelhança, sustentaram-me e me permitiram ver além do quadro precário sobre mim mesma como governada pela discordante lei material ou de que fosse feita de matéria orgânica anormal e instável. Como filha de Deus, eu era governada somente pela lei do bem, e a ação dessa lei resulta invariavelmente em harmonia.

Quando orei um pouco mais sobre o conceito de ação harmoniosa, compreendi que não era a ação da matéria que me definia, mas sim a expressão ativa de qualidades espirituais. O ritmo ordenado dessas qualidades era cadenciado pela Alma divina e mantido em perfeita harmonia e vigor pelo Princípio divino.

Fui informada de que seria improvável haver recursos suficientes para as aulas que eu deveria dar

Outra idéia que me deu esperança, veio de Ciência e Saúde: “Nem a inação orgânica nem o excesso de ação se acham fora do controle de Deus; e para o pensamento mortal modificado, o homem se revelará normal e natural...” (p. 125). Todas essas idéias estavam purificando e modificando meu pensamento. Então, dentro de aproximadamente uma semana, meu corpo reassumiu seu funcionamento normal.

Contudo, na metade do verão, recebi um telefonema da universidade informando que o governo estadual havia cortado a verba. Disseram-me que era pouco provável que houvesse recursos suficientes para as aulas que eu deveria dar. Nesse momento, tive uma sensação de desânimo pelo fato de fatores coletivos, fora do meu controle, criarem um efeito dominó negativo, como se dissessem: “Bela esperança”!

Apesar dessa notícia, resolvi orar sobre este último desafio. Lembrei-me da intuição que tivera de telefonar para a universidade. Tive a certeza de que toda essa atividade havia sido, até agora, dirigida por Deus e, portanto, ela seria protegida e concretizada por Ele. Se o poder do Espírito divino sustentava meu desejo de ensinar, então nada conseguiria impedir o mútuo bem que poderia advir dessa atividade. Tal como uma palha tentando ir contra a corrente de um poderoso rio, não seria possível que o desânimo tomasse conta da situação, quando uma compreensão renovada do amor de Deus direcionava minha vida.

Tudo se encaminhava para que eu lecionasse

Outra afirmação bíblica elevou minha expectativa: “Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidará? A sua mão está estendida; quem pois, a fará voltar atrás?” (Isaías 14:27). Logo minhas orações se expandiram a fim de incluir todos que pudessem ser afetados pela falta de verbas da universidade. Orei para compreender mais claramente que no governo de Deus há abundância e oportunidades para todos. Percebi que essa declaração da Bíblia poderia ser aplicada aos alunos, ao corpo docente e àqueles encarregados de tomar decisões financeiras para a universidade. Uma vez que somente a Mente divina supre com sabedoria a todos os envolvidos, as coisas tomariam seu rumo apropriado, sob Sua orientação.

Durante o verão, para grande surpresa do corpo docente, legisladores estaduais alocaram as verbas necessárias que faltavam à universidade. Tudo se encaminhava novamente para que eu lecionasse.

Então, como se os desafios anteriores não tivessem sido suficientes, uma semana antes de começarem as aulas, fui informada de que apenas poucos alunos haviam se matriculado. Caso mais alunos não manifestassem interesse, minhas aulas seriam canceladas. Sutilmente, se insinuou uma desanimadora incerteza de que o bem ao qual eu almejava dependeria de outras pessoas ou da necessidade de que um certo número de alunos se interessasse pela matéria que eu lecionaria.

Nada está fora do controle da lei da harmonia de Deus

Contudo, minhas orações durante aquele verão haviam me sustentado e, agora, tinha a convicção de que exatamente onde havia uma lista mirrada de alunos interessados, ali mesmo, no “deserto”, por assim dizer, o bem “floresceria abundantemente” (ver Isaías 35:2). Ative-me a essa convicção e, quando faltavam dois dias para se encerrarem as matrículas para o semestre, a classe que eu planejava assumir foi completamente preenchida. Havia motivo para regozijar-me, enquanto dava as boas-vindas aos meus alunos no primeiro dia de aula. Queria que soubessem de toda a esperança que havia acalentado acalentado durante aquele verão e que eles representavam a maravilhosa concretização dessa esperança.

Lecionar naquele ano foi um passo de progresso na minha carreira. Contudo, mais do que isso, fortaleceu minha compreensão do porquê devemos praticar a esperança. Quer enfrentemos um prolongado problema físico, uma política injusta ou o resultado de decisões aleatórias tomadas por outras pessoas, absolutamente nada está fora do controle da lei da harmonia de Deus. Sua bondade simplesmente não pode falhar. Aprendi que, quando oro, posso descansar na certeza de que, apesar do cenário material, algo maravilhoso acontece sempre em minha consciência. Tal como a semente de bambu que parece não estar crescendo, mas que está se preparando para romper o solo e brotar triunfalmente, nossa confiança em Deus não é em vão. De início, as respostas talvez sejam invisíveis, mas a atividade de Sua bondade é contínua e sua manifestação é infalível.

Todos podemos ser confortados pela esperança e confiar na fragrância sanadora de sua fruição completa. Deus está presente, tornando Suas bênçãos aparentes, elevando-nos e restaurando-nos. De fato, é nossa missão individual ser testemunhas de Seu poder. O bem, pelo qual esperamos, é inerente à estrutura de nossa identidade. Mary Baker Eddy escreveu que cada um de nós é “...testemunha viva e idéia perpétua do bem inesgotável” (Miscellaneous Writings 1883-1896, p. 83). Portanto, há uma razão para se ter esperança!

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