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REFLEXÃO

Oração pelo Poder Judiciário

Da edição de setembro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando criança, meu pai freqüentemente conversava comigo sobre a sabedoria e eu me ressentia disso. Não que não a contrário, achava que eu não tinha um pingo de sabedoria.

Quando aprendi que podia orar para receber sabedoria, até mesmo reivindicá-la como algo que já me pertencia, fiquei encantada. É verdade, pela oração, é possível descobrir que a sabedoria é um dom inato a todos.

Hoje em dia, muitas pessoas refletem sobre o sistema judicial e oram por ele em muitos países, como também pelo novo chefe do Supremo Tribunal de Justiça, quando esse assume o cargo. A sabedoria, não a ideologia ou o partidarismo, é vital para a administração inteligente da justiça, uma vez que ela constitui a qualidade essencial nesse trabalho. Embora os juízes do Supremo Tribunal de Justiça sejam pessoas de grande prestígio, cidadãos em toda parte podem orar para que eles sejam justos e sábios na interpretação e cumprimento da lei.

Gosto de seguir o exemplo da oração do rei Salomão, que pediu por sabedoria, quando soube que seria o sucessor de seu pai como rei de Israel. Ao pensar na diversidade do povo, de cujo bem-estar ele seria responsável como rei, orou: "Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo"? (1 Reis 3:9).

"Dou-te coração sábio e inteligente..."

Estas palavras vieram a ele como a resposta de Deus: "eis que faço segundo as tuas palavras: doute coração sábio e inteligente..." (Ibidem 3:12). O restante do relato bíblico mostra que não apenas o desejo de Salomão foi concedido, mas também que sua sabedoria foi celebrada por toda parte.

Podemos orar para que a mesma sabedoria de Salomão, como qualidade divina, habite no centro de todos os departamentos do governo, principalmente no judiciário. As nomeações vitalícias liberam os juízes do Supremo da política de ter de agradar aos eleitores. Contudo, também proporcionam um longo período no cargo, o que pode fazer com que esses legisladores se sintam tentados a seguir ideologias pessoais, ao invés de aplicar a lei sem preconceito e de forma imparcial.

Em meio a tais pressões, o conhecimento da lei, da jurisprudência e, até mesmo a experiência jurídica, não são suficientes. É necessário ter a sabedoria de Salomão para verdadeiramente elevar os juízes acima de tudo aquilo que possa dar à justiça uma conotação partidária.

Tendo em vista que essa sabedoria tem sua fonte no Espírito divino, ela está disponível a todos eles e a nós, assim como esteve disponível a Salomão.

A verdadeira sabedoria é misericordiosa e imparcial

“A sabedoria, porém, lá do alto...”, diz a Bíblia, “...é, primeiramente pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento” (Tiago 3:17). Na citação anterior, nesse mesmo capítulo, o leitor é advertido contra a inveja, o sentimento faccioso e a atitude descrita como "animal e demoníaca" (ver Ibidem, 3:15,16). Esses aspectos negativos do pensamento podem anuviar a sabedoria da pessoa e desorientá-la nas decisões.

No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy dividiu os elementos do pensamento em três categorias e os colocou sob o título: "Tradução Científica da Mente Mortal" (p. 115).

A sabedoria é classificada como a mais elevada, ou do terceiro grau. O segundo grau é descrito como "Moral", apontado no título marginal como: "Qualidades de transição", fato que indica que as qualidades ali relacionadas ajudam a mudança para o terceiro estágio, em que a sabedoria é encontrada. Essas qualidades também afastam do primeiro grau, chamado "Depravação", o qual tem o título marginal de "Irrealidade" e inclui características negativas, como: "...justificação própria, orgulho, inveja, logro, ódio, vingança...", entre outras.

Ainda que existam ocasiões em que algum tipo de pensamento depravado venha à consciência, quando se está alerta, esse pensamento é expulso de imediato. Provavelmente, muitas pessoas já enfrentaram isso uma vez ou outra. Eu mesma já enfrentei. Não deveríamos ficar surpresos se algum elemento de corrupção aparecer em nós de vez em quando, ou se o percebermos nos outros, entre eles nossas autoridades eleitas e nomeadas.

A sabedoria, não a ideologia ou o partidarismo, é vital para a administração inteligente da justiça, uma vez que ela constitui a qualidade essencial nesse trabalho.

Fraqueza humana não é a realidade de ninguém

Quando percebi que a justificação própria e o orgulho permeavam minha consciência, o que me confortou foi saber que o primeiro grau, descrito acima, tem o título marginal de "Irrealidade". À medida que pensamos a partir da premissa de um Deus inteiramente bom e de Sua criação inteiramente boa, entendemos mais rapidamente que as fraquezas humanas e até mesmo características de perversão não constituem a realidade de ninguém.

Cada um é, na realidade, o filho espiritual de Deus. Esse conhecimento ajuda a todos a se afastar de pensamentos depravados.

Trabalho para cultivar em mim mesma as oito qualidades morais relacionadas no segundo grau e as reivindico sinceramente, quando oro por todos os governos, em toda parte. São elas: "Humanidade, honestidade, afeto, compaixão, esperança, fé, mansidão, temperança" (Ibidem, p. 115).

Essa oração ajuda a apoiar não apenas o governo, mas também a nós, como indivíduos. Quando testificamos a esperança em nós mesmos e oramos para que seja expressa nos juízes e em outras autoridades, tornamo-nos mais bondosos para com o próximo e mais compassivos em relação ao governo.

É necessário humildade para abandonar opiniões

O mesmo é verdadeiro para a mansidão e a temperança. Às vezes, é necessário humildade para abandonar opiniões sobre qual deva ser a decisão de um tribunal, ou de um empregador, amigo ou filho.

Para sermos verdadeiramente úteis, precisamos deixar de discutir nosso ponto de vista para expressar a humildade do jovem Salomão, que admitiu, em essência, que não sabia julgar "a este grande povo". Ele talvez tivesse usado a palavra "grande", referindo-se ao tamanho do reino, mas gosto de pensar também que era uma demonstração de respeito ao povo que ele governaria.

Quando decisões precisam ser tomadas, duas qualidades ajudam rumo a um julgamento justo: respeito, até mesmo apreço por todos os envolvidos; e a humildade de pedir sabedoria. Esses atributos permitem que a humanidade e a compaixão iluminem nossos pontos de vista.

Quando testificamos a esperança em nós mesmos e oramos para que seja expressa nos juízes e em outras autoridades, tornamo-nos mais bondosos para com o próximo e mais compassivos em relação ao governo.

Os tribunais têm tomado inúmeras decisões ao longo dos anos sobre questões grandes e pequenas. Algumas resoluções foram derrubadas, outras resistiram ao teste do tempo. Podemos confiar em que ponderar de forma honesta sobre as questões da atualidade leva todos à solução mais sábia para o momento.

A sabedoria que é "plena de misericórdia e de bons frutos" é "fácil de ser reivindicada" quando é apoiada pela moral, com suas qualidades de transição. É a sabedoria que eleva nossa vida e somente ela pode guiar os governos rumo à paz, à suficiência e à harmonia para todos.

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