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REFLEXÃO

Superstição: uma das raízes da pobreza

Da edição de setembro de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma das Metas das Nações Unidas para 2015, relativa ao Desenvolvimento do Milênio, é reduzir pela metade a proporção de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia. Esse esforço de elevar a raça humana atende a uma necessidade muito prática, especialmente em um país como a Turquia, no qual vivo há quase 40 anos e onde 18.5 milhões de pessoas vivem na pobreza.

Contudo, se dinheiro fosse a solução, é provável que a pobreza já tivesse sido erradicada há muito tempo.

Gosto de orar a respeito das raízes da pobreza, as quais poderiam ser descritas como mentais e que incluem questões difíceis, como por exemplo, a superstição. Atitudes, costumes e crenças antigas mantêm as pessoas amedrontadas, ignorantes e sem disposição para mudar.

Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy expôs o problema desta forma: "Tal como 'as aves dos céus', a superstição arrebata a boa semente antes que tenha brotado" (p. 237).

Contudo, esses aspectos do problema talvez cedam mais rapidamente à oração do que qualquer outra abordagem, porque a oração, conforme aprendi na Ciência Cristã, lida diretamente com as causas mentais.

Para obter inspiração em minhas orações em prol da Turquia, recorro freqüentemente à Bíblia. Certa vez, encontrei um versículo sobre o mau-olhado: "Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria" (Provérbios 28:22).

Muitas pessoas na Turquia temem o mau-olhado

Fui atraída a esse versículo porque existe uma superstição predominante na Turquia sobre mau-olhado. Muitas pessoas aqui carregam ou usam uma pérola azul, um talismã usado para afastar possíveis males, que se acredita possam ser causados quando alguém olha para um determinado objeto com cobiça.

O medo, associado a essa superstição, tem implicações mais profundas do que a simples preocupação com a inveja dos indivíduos em relação às posses materiais e ele pode afetar todo tipo de pessoas.

Por exemplo, um grande amigo meu tem belos olhos azuis. Certo dia, assistíamos a um campeonato de patinação no gelo pela televisão. Toda vez que um patinador caía, meu amigo estremecia e imediatamente cobria os olhos com a mão. Ele temia que seus olhos azuis provocassem as quedas e não desejava machucar os patinadores, portanto, ele desviava os olhos.

As pessoas também acreditam que os males causados pelo mau-olhado não param por aí. Acidentes, doenças, perda nos negócios, perda de beleza, perda no rebanho ou nas colheitas, ou seja, infortúnios de todo tipo, são considerados como causados pelo poder do mau-olhado. Com tal crença espalhada por toda parte, é fácil entender por que a pérola azul é tão popular. Amuletos semelhantes, com características parecidas, existem também em outras culturas.

Existe uma maneira melhor de nos protegermos do mal

Como acredito haver uma forma melhor de nos protegermos do mal, ou seja, uma maneira divina, uma solução cientificamente espiritual, pesquisei novamente a Bíblia em busca de inspiração e encontrei este versículo em Habacuque: "Tu [Deus] és tão puro de olhos, que não podes ver o mal..." (1:13).

Uma vez que Deus é puro e não pode ver o mal, então os filhos de Deus, que herdaram tudo o que é bom de seu Pai-Mãe Deus, também são puros e não podem ver o mal, não olham com inveja as posses dos outros ou sua situação na vida.

Ver a nós mesmos com pureza é compreender que, como filhos de Deus, todos são espirituais e perfeitos, feitos à Sua imagem e semelhança. Sob o olhar de Deus, não há razão para inveja ou corrupção de qualquer espécie. Ninguém precisa invejar as posses materiais dos outros, porque Deus é Amor e ama igualmente cada um de Seus filhos.

Ver a nós mesmos com pureza é compreender que, como filhos de Deus, todos são espirituais e perfeitos, feitos à Sua imagem e semelhança.

Uma vez que Ele ama com eqüidade, Ele provê igualmente a todos, e o mesmo o faz Sua imagem e semelhança. Cada um pode expressar qualidades espirituais, como: inteligência, beleza, alegria, paz, vigor, de forma única, mas todos têm acesso ao bem abundante de Deus. Os filhos do Amor, assim como o próprio Amor, são generosos, não invejosos; puros, não corruptos; portanto, sua herança não é a pobreza, mas a prosperidade oriunda do Espírito divino, no qual ninguém está privado ou defraudado do bem destinado a cada um.

Afinal, quem são os filhos de Deus? Eu, você, todos! As crianças de rua em Istambul, os camponeses das aldeias pobres da parte oriental da Turquia, os funcionários públicos corruptos e os atravessadores que enriquecem ilicitamente. De fato, a verdadeira identidade de cada uma das pessoas deste planeta é a de "filho de Deus".

Tento ver todas as pessoas como os puros filhos de Deus

Enquanto ponderava sobre essa questão e orava pela Turquia, compreendi que uma visão limitada e material sobre a humanidade cheia de discórdias, corrupção, inveja e pobreza, não é a visão ilimitada e espiritual de Deus que é “tão puro de olhos que não pode ver o mal”. Tenho de ver os filhos de Deus como também “tão puros de olhos que não [podem] ver o mal”. Portanto, eles não podem olhar as coisas com cobiça.

Uma das formas que encontrei é me recusar a ficar intimidada pela pobreza e pelo sofrimento que estão ao meu redor. Comecei a me concentrar no bem que já está aqui, isto é, coisas boas como a calorosa acolhida que minha cunhada e seu marido deram a meu marido e a mim, assim que chegamos a este país. Eles permitiram que dormíssemos em sua cama durante dois meses, enquanto eles dormiam no sofá da sala de visitas.

Coisas boas como a generosa hospitalidade dos lojistas, que usualmente oferecem uma xícara de chá quente aos fregueses; ou como a amizade dos vizinhos, que adoram compartilhar biscoitos e bolos feitos na hora. Embora cada uma dessas gentilezas possa parecer um gesto material, o que conta é o amor que está por trás delas. Essa é a visão que traz progresso, que nos capacita a amar o próximo como a nós mesmos e, ao mesmo tempo, rechaça a pobreza do mau-olhado invejoso.

Agora, à medida que oro, reconheço as pessoas que ocupam cargos no governo e lidam com projetos para a redução da pobreza, como filhos de Deus perfeitos e bondosos, ao invés de vé-los como mortais corruptos, que desviam de forma egoísta os recursos destinados aos pobres. Estou confiante de que essa perspectiva ajudará a combater quaisquer pensamentos de cobiça que poderiam tentar impedir a prosperidade de se manifestar, aqui ou em qualquer outro lugar.

Aprendi a não confiar em amuletos e a não temer o olhar das pessoas, mas a contar as bênçãos que Deus já me concedeu e a ampliá-las para toda a Turquia, como também para toda a humanidade.

Aprendi a não confiar em amuletos e a não temer o olhar das pessoas, mas a contar as bênçãos que Deus já me concedeu e a ampliá-las para toda a Turquia, como também para toda a humanidade.

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