Há um provérbio africano que costuma descrever bem a política: "Quando os elefantes lutam, as formigas sofrem".
Nos embates políticos entre personalidades e partidos e nas instabilidades que deles resultam, é a vida das pessoas comuns que é afetada. Em algumas nações, parece que os elefantes lutam o tempo todo. Contudo, o propósito do governo deveria ser o de que os elefantes, os politicamente poderosos, beneficiem as formigas, homens e mulheres que levantam cedo para trabalhar, criam seus filhos e confiam em que instituições governamentais, tais como escolas e tribunais, são seguras e justas.
Os efeitos caóticos da instabilidade governamental na vida diária não têm de ser aceitos como parte do nosso mundo. Contudo, protestos públicos contra a falta de solidez política têm freqüentemente um efeito negativo e contribuem ainda mais para essa inconstância.
Ao volver nossos pensamentos a Deus em oração, descobrimos que somos amados cidadãos de Seu governo espiritual
Talvez precisemos encontrar uma solução espiritual. Cristo Jesus nos aponta o caminho nessa direção. Após sua ressurreição e, de acordo com o relato no livro de Atos, logo antes de sua ascensão, os discípulos de Jesus lhe fizeram uma pergunta política sobre o futuro do governo deles: "...Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel"? (Atos 1:6); Jesus os repreendeu, afastou o pensamento deles da especulação política e os instruiu para que fossem "...[suas] testemunhas ... até aos confins da terra" (Atos 1:8).
A mudança de uma posição de observador político (e talvez de vítima) para a de testemunha do Cristo é enorme. Entretanto, essa mudança é mental e podemos efetuá-la agora mesmo, exatamente onde estamos, seja qual for a nação em que estejamos vivendo. Essa transformação envolve reconhecer que o verdadeiro governo, que Isaías profetizou como "...o governo [que] está sobre os seus ombros [do Messias];" e sobre o qual "...aumente o seu governo, e venha paz sem fim..." (Isaías 9:6, 7), é mais poderoso em nossa vida do que qualquer governo humano.
Esse reconhecimento do verdadeiro governo espiritual acalma nossas preocupações. Ao volver nossos pensamentos a Deus em oração, descobrimos que somos os cidadãos amados desse governo espiritual, nunca apenas pequenas formigas que podem ser pisadas.
O governo de Deus é estável, porque Deus é o bem invariável
Na tranqüilidade da oração, podemos perceber que o governo de Deus é sempre benéfico. Cada um é acalentado como o filho de Deus e todos têm direito à prosperidade e à saúde. O governo de Deus é estável, porque Deus é o bem invariável. Mary Baker Eddy usou a palavra Princípio para expressar a natureza boa, imutável, de Deus. Em sua principal obra, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela escreveu: "A compreensão crística acerca do ser científico e da cura divina inclui um Princípio perfeito e uma idéia perfeita — Deus perfeito e homem perfeito — como base do pensamento e da demonstração" (p. 259).
Se Deus, como Princípio, for o fundamento do nosso pensamento, então encontraremos a estabilidade que jamais é abalada por elefantes políticos ou econômicos. Este é o reino do céu, um estado mental que não pode ser estremecido por qualquer turbulência política.
A mudança de uma posição de observador político (e talvez de vítima) para a de testemunha do Cristo é enorme. Entretanto, essa mudança é mental e podemos efetuá-la agora mesmo, exatamente onde estamos, seja qual for a nação em que estejamos vivendo.
Viver a tranqüilidade do governo de Deus é possível no mundo atual. Exatamente quando somos confrontados com o que parece ser um funcionário corrupto ou um conjunto de fisionomias indiferentes, sejam elas nomeadas por uma nova administração ou empregados em agências governamentais, podemos insistir em que todos nós estamos protegidos sob o governo de Deus, somos acalentados por Ele, somos produtivos e expressamos amor crístico um pelo outro. Esse volver-se ao verdadeiro governo de Deus terá efeito em nossa vida diária e em nossos negócios, e resultará em bênçãos para todos.
"Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos. Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com eqüidade e guias na terra as nações" (Salmos 67:3, 4).