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Sim, até nossos inimigos!

Da edição de fevereiro de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Trabalhamos juntos, almoçamos juntos e, até mesmo, saímos juntos. Começamos como amigos com objetivos semelhantes. Então, de repente, isso se transforma em um jogo: nós versus eles, os mocinhos e os bandidos. Formamos alianças: em alguns, você pode confiar, em outros não, e essa passa a ser a política do ambiente de trabalho para você.

Contudo, como podem o local de trabalho e as relações humanas em geral, tornarem-se tão complicados? Talvez o mais importante seja a questão de como podemos abrandar as relações, colocar de lado o ciúme, a competição e o ódio, a fim de trazer harmonia a cada situação.

Há séculos, Jesus nos deixou um modelo funcional, um mandamento simples, para resolver conflitos humanos: “...amai os vossos inimigos” (Mateus 5:44). Sua própria vida exemplificou esse ensinamento a tal ponto que ele nunca se desviou de sua atitude, mesmo em face de alguns inimigos muito cruéis. Quando um de seus fiéis seguidores cortou a orelha de um servo que estava tentando prendê-lo, Jesus manteve seu elevado padrão no amor que demonstrou ao seu potencial inimigo. Jesus não somente recriminou o seguidor que havia feito aquilo, como também restaurou com perfeição a orelha do servo.

Embora talvez pareça justificável tratar mal as pessoas da mesma forma com que fomos tratados, Jesus ensinou que não existe desculpa para não amar nossos inimigos. Por quê? Devido ao fato de que o poder do amor, que inclui o perdão, verdadeiramente dissolve conflitos e revela que não há nenhuma necessidade de vermos a outra pessoa como inimiga. Em outras palavras, o amor transforma não somente o outro, mas a nós mesmos também. Quando expressamos somente amor, não podemos ver a ninguém como um inimigo e dessa forma nos libertamos da natureza escravizante do ódio.

Contudo, o próprio exemplo de Jesus revela que existe uma razão bem mais profunda para que sempre amemos nossos inimigos. Quando demonstramos amor por todas as pessoas, expressamos a natureza de nosso Pai divino, que é o próprio Amor. Esse relacionamento é o que nos capacita a amar. Ao ser amorosos, cumprimos a relação direta que temos, individualmente, com o Amor divino.

Os versículos em Mateus que seguem esse mandamento realçam o fato de que Deus não nega a ninguém o Seu amor: “...porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:45). O sol, uma metáfora para o amor eterno e contínuo de Deus, brilha sobre todos nós. Aprendemos com isso também que precisamos amar nosso próximo da mesma maneira com que Deus ama a cada um de nós, com um amor imparcial.

Embora nem sempre seja fácil amar nossos inimigos, aprendi que é possível fazê-lo. Certo dia, meu chefe me chamou ao seu escritório para me dizer que ele provavelmente teria de me dispensar. Eu trabalhava como recepcionista e secretária e alguns colegas da empresa me acusavam de ser sociável demais no ambiente de trabalho. Eu achava que minha atividade principal fosse a de recepcionista e que minhas tarefas como secretária fossem adicionais, mas, aparentemente, era exatamente o contrário. Meu chefe me concedeu as próximas duas semanas para melhorar, após o que ele voltaria a pensar no que precisava feito.

Não havia percebido que a situação chegara ao ponto em que as pessoas estivessem se queixando de mim aos meus superiores. Fiquei imaginado, cheia de raiva: “Por que ninguém havia falado comigo e sugerido maneiras de melhorar minha conduta?” A palavra inimigo logo me veio à mente. Meu primeiro impulso havia sido o de angariar a simpatia de alguns poucos amigos remanescentes que tinha e conversar com eles sobre meus “inimigos”, para desabafar.

Precisamos amar nosso próximo da mesma maneira que Deus ama a cada um de nós, com um amor imparcial.

Entretanto, ponderei a recomendação de Jesus para que amássemos nossos inimigos. Desejava sinceramente obedecer a esse mandamento. Contudo, tinha uma dúvida. Como fazê-lo? Como poderia demonstrar amor pelas pessoas que haviam se dirigido ao meu chefe e tentavam tirar meu emprego? Isso parecia idealístico demais para mim.

Foi aí que percebi que Jesus esclarece a parte do mandamento “amai os vossos inimigos”, acrescentando três mandamentos adicionais: “abençoai aqueles que vos amaldiçoam; fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos tratam cheios de despeito e vos perseguem” (Mateus 5:44, conforme a Bíblia na versão King James). Era isso então! Agora repentinamente ficara mais claro para mim que tipo de atitude eu precisava tomar. Portanto, por mais difícil que parecesse, foi o que me esforcei por fazer.

Abençoar, fazer o bem e orar, essas três coisas, dão uma idéia da amplitude e da profundidade do amor que Jesus exigia. Essas não são ações que se tomam uma única vez. Mesmo a gramática grega mostra isso, conforme a forma verbal que é usada, o imperativo presente, sugere uma ação contínua ou repetida. Em outras palavras, você não pode sorrir para alguém que está sentado na mesa ao lado e pensar que isso é tudo que precisa fazer. Sabia que precisava expressar, em uma base contínua, meu desejo recém-descoberto de abençoar e de amar os outros no escritório, não importando o que tivessem feito contra mim.

À medida que orava, compreendia que, mesmo se eu estivesse passando por um momento difícil mostrando todo o meu amor a todos, pelo menos podia seguir a segunda parte do mandamento: fazer o bem àqueles que me odiavam.

À medida que orava, compreendia que, mesmo se eu estivesse passando por um momento difícil mostrando todo o meu amor a todos, pelo menos podia seguir a segunda parte do mandamento: fazer o bem àqueles que me odiavam. Descobri maneiras simples de colocar isso em prática. Por exemplo, nunca mais confrontei nenhuma daquelas pessoas, muito embora a situação parecesse tentadora e justificada. Tentava pensar e fazer qualquer coisa que demonstrasse que éramos amigos, muito embora todos soubessem o motivo de meu chefe ter me chamado ao seu escritório naquela tarde.

Durante aquelas duas semanas, tentei realmente seguir as sugestões de meus colegas e desempenhar minhas funções de forma mais séria. Tornei-me muito mais conscienciosa ao fazer a minha parte em todas as tarefas em conjunto, abençoando assim, com minha maneira humilde, toda nossa equipe. Além disso, procurei me comportar de forma que não despertasse inveja ou ciúmes nos outros.

Meu chefe não voltou a mencionar o problema. Continuei a trabalhar naquele escritório e a sentir amizade por todos ali, até que saí para outro emprego, dois anos mais tarde. Quando me despedi, senti um verdadeiro senso de apoio e amor por eles, e deles por mim.

Aprendi com essa experiência que, ao amar meus inimigos, abençoo mutuamente a eles e a mim mesma, como também a todos os demais com os quais entro em contato. Contudo, também aprendi que somente o amor humano não está à altura dessa tarefa. Ao contrário, expressar o Amor divino, a fonte do amor sobre o qual Jesus falava e vivia, nos permite espalhar o amor real, o amor imparcial, em círculos cada vez mais amplos.

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