Na Escola Dominical da Ciência Cristã de Curitiba as atividades são sempre conduzidas pelos professores. Certo dia, contudo, ocorreu a professores e alunos da Sociedade que poderiam interagir de outra maneira. Pensamos que seria interessante se os alunos fossem "repórteres", e entrevistassem estudantes de Ciência Cristã que que tivessem boas experiências para partilhar com os jovens.
Lembramos que, há quase um ano, temos em nossa filial um estudante de Ciência Cristã da Califórnia, o qual tem várias experiências de vida importantes, sobretudo como Cientista Cristão genuíno e ativo. O primeiro entrevistado foi esse jovem, chamado Brian Asher.
O primeiro repórter escolhido foi um frequentador da Escola Dominical, Fernando Eugênio Hagemeyer Paese, de 13 anos. Assim, Fernando realizou a entrevista planejada, com a ajuda da professora Rosicler Campos e da colaboradora da Escola Dominical, Regina Cely de C. Hagemeyer. As perguntas e respostas são relatadas a seguir:
Repórter: Fernando Eugênio H. Paese
Entrevistado: Brian Asher
Fernando Paese: Brian, como é a cidade em que você mora, quais os aspectos principais e pontos turísticos que você ressaltaria?
Brian Asher: Sou da cidade de Sacramento, na Califórnia, EUA. Lá não tem tantas atrações turísticas, mas ao mesmo tempo há montanhas com neve e regiões quentes. A cidade oferece pistas de skate e condições para praticar vários tipos de esporte.
Fernando:Desde quando você conhece a Ciência Cristã?
Brian: Posso dizer que sou Cientista Cristão desde que nasci. Meus pais também são Cientistas Cristãos desde que nasceram, e exercem funções na Igreja da Ciência Cristã de Sacramento há bastante tempo.
Meus pais foram professores da Escola Dominical. Meu pai foi leitor na Igreja de minha cidade e é Praticista da Ciência Cristã há muitos anos. Eu cresci frequentando a Escola Dominical e sempre gostei muito desse ambiente de amigos. Na Escola Dominical conversamos sobre todos os aspectos da nossa vida com os professores e aprendemos sobre a Ciência Cristã. O professor se torna um bom amigo e nos auxilia em nosso desenvolvimento espiritual. Posso dizer que com 20 anos, ao deixar de frequentar a Escola Dominical, senti-me um pouco deslocado, pois conversava bastante com meus professores, mas sabia que uma nova etapa começava. Buscar e sentir inspiração durante os cultos é extremamente importante, mas no começo faz falta a troca de ideias que acontece na Escola Dominical.
Fernando: Qual sua formação ou cursos que fez até o momento?
Brian: Nos Estados Unidos, muitos jovens recebem bolsas de estudo universitárias devido à notas altas no Ensino Médio ou à habilidade de praticar um esporte. Ao terminar o Ensino Médio, obtive uma bolsa de beisebol e aos 18 anos viajei da Califórnia para a Geórgia, localizada do outro lado de meu país, para estudar e jogar com o time da faculdade. Começamos a viajar bastante pelo sudeste dos Estados Unidos. Sempre gostei de esportes e tive experiência com futebol, basquete e beisebol. Comecei a pensar em viajar para outros países, pois tinha curiosidade de aprender coisas novas, conhecer pessoas, novos costumes e novos idiomas. Procurei me organizar para isso e viajei primeiramente para Guadalajara, no México, depois para Bogotá, na Colômbia, depois para Puerto Quiarro, na Bolívia, localizado próximo a Corumbá, que faz divisa com Mato Grosso do Sul, no Brasil. Essa experiência me deu a chance de pensar em conhecer um pouco do Brasil, também pela semelhança do idioma português com o espanhol. Gosto do Brasil, tenho feito muitos amigos neste país. A ideia que eu tinha é de que era um povo que gostava apenas de futebol e carnaval. Mas, quando conheci o país de perto, vi que esses são alguns dos entretenimentos favoritos, mas que havia muitas coisas mais na forma de vida do povo brasileiro: o trabalho, os estudos e a cultura, aspectos que me levaram a ter uma nova visão sobre os brasileiros, principalmente sobre os jovens.
Fernando: Como você ficou durante essas viagens, longe da família e de sua cidade?
Brian: Estar em uma situação de viagem ou morar fora do país, longe da família e dos amigos, nos faz pensar, refletir sobre a vida e sobre coisas que não imaginamos. Penso que nunca estamos sozinhos quando temos a Ciência Cristã e compreendemos Deus. Ter praticado esportes foi bastante útil para mim, porque cobri grandes distâncias andando ou correndo. Mas, também utilizei ônibus.
Trabalho ministrando aulas de inglês, o que foi sempre uma forma de me manter. Embora não tenha a ver com o curso que fiz, é algo muito positivo para os relacionamentos que estabeleço em cada país. Tenho muitos amigos e essa é a melhor parte em minhas viagens. Conheço várias pessoas, ensino e aprendo com elas. Vivo a Ciência Cristã intensamente nos lugares em que estou, tanto na forma de me conduzir e pensar, como conhecendo e frequentando as filiais da Ciência Cristã nesses lugares.
Regina Hagemeyer: Brian, no seu grupo de amigos ou colegas, você conheceu pessoas que consumiam drogas ou bebidas alcoólicas? Como você se relacionou com elas e o que pensa sobre esse assunto na vida dos jovens? Há pressões nesse sentido?
Brian: Sim, encontrei sempre colegas com esse tipo de problema. Penso que muitos jovens, atletas ou não, sentem-se influenciados a fumar, beber ou aderir às drogas, e não gostaria de julgá-los. Quero dizer que sempre me senti forte nesse aspecto, pois quando temos Deus, conhecemos nossa própria identidade e não precisamos fazer tudo o que nos pedem ou ser o que alguém quer que sejamos só para fazer parte de um grupo. Meus colegas já sabem como penso e respeitam essa forma de pensar. As influências são muitas para um jovem, mas a formação na Ciência Cristã influencia bastante minha vida. Não há fraqueza nessa decisão, mas força, porque a fraqueza está em ser levado por pensamentos da massa, quando se tem de agir da forma como alguém nos impõe. Uso minhas próprias ideias, e tenho clareza daquilo em que acredito. Os verdadeiros amigos nos aceitam como somos.
Rosicler Campos: Quais são as suas melhores experiências como Cientista Cristão?
Brian: Nos lugares em que vivi, sempre me dediquei a ler as Lições Bíblicas; meus pais me enviavam os textos, compostos por trechos da Bíblia e do livro Ciência e Saúde. No tempo de escola, procurava não criticar as pessoas ou colegas, julgá-los, nem falar coisas contra eles.
Como praticava esportes, ficava nervoso antes dos jogos. Mas, procurava pensar como havia aprendido na Ciência Cristã: "Deus estará atuando por meu intermédio neste jogo". Então, deixava o excesso de responsabilidade de lado e me libertava da ideia de que precisava ganhar ou jogar bem. Dessa forma, relaxava e me sentia guiado por Deus. Alguns colegas tinham o compromisso de ganhar e sentiam-se muito mal quando cometiam erros. Cheguei, contudo, à conclusão de que errar nos ensina muito mais do que ganhar sempre.
Rosicler: Brian, o que você diria para as pessoas que às vezes duvidam da existência de Deus?
Brian: Como Cientista Cristão, procuro sempre estar em linha com Deus. Deus não é um ente material, um homem de muita idade, de barba e cabelos longos e brancos. Nós refletimos a Mente divina. Algumas vezes, podemos nos sentir perdidos ou com a sensação de estarmos distantes de Deus. No meu caso, por estar longe de meu país, de meu lar, eventualmente me sinto um pouco perdido e afastado dEle. Nesses momentos, procuro estudar mais os textos da Ciência Cristã, conhecer melhor a Deus e voltar o pensamento a Ele. Dessa forma, sinto-me mais próximo a Deus e capaz de sentir Sua presença.
Regina: Em suas viagens, você viveu muitas situações, fez muitos passeios, precisou se locomover e deve ter tido gastos. Como você ora a respeito do suprimento?
Brain: Realmente tive muitos gastos, mas sei que Deus está sempre direcionando nossa vida. Eu tenho viajado e morado fora dos Estados Unidos há quatro anos. Viajei primeiro como turista e depois como estudante. Adquiri o visto de trabalho no México e, agora, aqui no Brasil. Meus colegas do curso de Economia trabalham hoje em empresas como Apple e Google, entre outras, e, portanto, têm uma vida financeira abastada. Por outro lado, nesta fase, eu optei por viajar e conhecer novos países, novas culturas e pessoas, o que para mim representa mais do que ter muito dinheiro. Penso que a riqueza não faz a pessoa. Temos sempre o que precisamos, quando seguimos a vontade de Deus, e Ele tem me guiado a cada passo dessa trajetória.
Fernando: Qual sua profissão hoje? No futuro, pretende exercer a carreira para a qual estudou?
Brian: Gosto da área que escolhi, Economia, como cursei na Universidade da Califórnia, em Sacramento, e pretendo um dia retomar essa profissão, ao voltar ao meu país. Hoje vivo sozinho, mas futuramente, com uma família, por exemplo, claro que seria melhor ter um trabalho fixo. No momento, tudo o que eu desejo é aprender outros idiomas, conhecer novas pessoas e aprender com elas. Penso também em continuar a servir à Igreja da Ciência Cristã, como meu pai, e, no futuro, ser Praticista da Ciência Cristã, pois acho que mais tarde terei mais experiência para essa missão.
Fernando: Agradecemos muito a você, Brian, por esta entrevista.
Rosicler e Regina: Estamos felizes por poder compartilhar este depoimento valioso e o exemplo de pessoas, como Brian, para os jovens da Ciência Cristã e da Escola Dominical. Estamos animados para entrevistar outras pessoas, para que outros frequentadores da Escola Dominical possam também ser "repórteres"!
 
    
