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REFLEXÃO

Em vigília com o Cristo

Da edição de dezembro de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Lembra-se das palavras de Jesus a Pedro no jardim de Getsêmani? Depois de orar com afinco na noite anterior à sua crucificação, Jesus encontrou Pedro e dois outros discípulos dormindo, ao invés de estarem vigiando e orando com ele. Ele perguntou a Pedro: "Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?" (Mateus 26:40).

Há alguns anos, enfrentei esse mesmo problema. Sempre que assistia aos cultos dominicais na igreja, tinha muita dificuldade em permanecer serena e concentrada na Lição Bíblica. Tudo, exceto a maravilhosa mensagem da Lição, inundava o meu pensamento: devaneios sobre outras pessoas, inquietação e temor, coisas a serem feitas em casa, antecipação das atividades que faria mais tarde, uma miscelânea de distrações.

Mas, aquelas palavras de Jesus a seus seguidores mais chegados continuavam a ecoar em meu coração. Enquanto ponderava sobre elas, descobri que uma maneira de considerar nossos cultos na igreja era vê-los como uma oportunidade de vigiar com o Cristo durante aquela hora, até mesmo trazer "cativo todo pensamento à obediência de Cristo" (2 Coríntios 10:5).

Compreendo o Cristo como sendo a mensagem sagrada de Deus, "que proclama o bem" (Ciência e Saúde, p. 332), conforme Mary Baker Eddy explica, e que declara os fatos da realidade divina ao revelar a natureza espiritual do homem e sua união com Deus. É evidente que cada Lição Bíblica está repleta da mensagem consoladora do Cristo, que cura e nos liberta de todo tipo de limitações, e eu tinha o desejo sincero de ouvi-la. A Sra. Eddy escreveu: "Por intermédio da palavra que vos é comunicada, vós sois libertados. Permanecei em Sua palavra e ela permanecerá em vós; e o Cristo sanador novamente se manifestará na carne—compreendido e glorificado" (Miscellaneous Writings 1883—1896, p. 154).

Embora naquele momento em minha experiência, permanecer "em Sua palavra", por qualquer período de tempo, fosse uma tarefa muito difícil, eu obviamente não a estava cumprindo. Achava-me bem parecida com os discípulos, ou seja, caindo no sono, ou, em meu caso, caindo na mais completa desatenção, exatamente quando precisava estar o mais atenta possível. Portanto, decidi que a cada dia praticaria a vigília. Reservava uma hora por dia, medindo realmente a quantidade de tempo em que manteria cada pensamento alinhado com o Cristo.

Os resultados dos meus primeiros esforços foram muito insignificantes. Duravam talvez apenas uns cinco minutos até que meu pensamento começasse a vagar em outra direção. Mas, continuava a perseverar com afinco durante uma hora a cada dia. A compreensão espiritual que encontrei na Oração do Senhor (Pai Nosso), no Salmo 23, na "declaração científica do ser" e na Oração Diária que a Sra. Eddy nos deixou, foram meus principais esteios. Continuamente, fazia modestos progressos, até que, após vários meses, descobri que, durante aquela hora, meu pensamento havia estado repleto somente da totalidade e da bondade de Deus e do poder de Seu Cristo.

A meta que Eddy colocou diante de nós tornou-se mais exequível: "Viver de maneira a manter a consciência humana em constante relação com o divino, o espiritual e o eterno, é individualizar o poder infinito; e isso é Ciência Cristã" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 160).

O que subjugou meu pensamento ao Cristo, de uma maneira muito terna, não foi a força de vontade humana, mas meu humilde consentimento para que a Mente que havia em Cristo Jesus se expressasse em mim. Recebi um grande consolo desta revelação na Bíblia: Deus "declara ao homem qual é o seu pensamento" (Amós 4:13). Compreendi que meu pensamento não era alguma matéria inteligente, funcionando de maneira aleatória, que eu estava tentando manter concentrada, mas sim a expressão do saber de Deus, do conhecimento de Deus. Os pensamentos de Deus são perfeitos, claros, inspirados, sábios, ordenados e cheios de propósito. Como a imagem e semelhança de Deus, meus pensamentos só podem ser definidos pela Mente divina. A adesão e a coesão da Mente mantinham cada pensamento na sequência ordenada do Princípio, na renovação da Vida, na revelação da Verdade, na inspiração e alegria celestiais da Alma, exatamente no reino do céu, no reino da Mente infalível.

Pensei sobre o domínio que Deus concedeu a todos os Seus filhos. Descobri que uma definição de dominio é: "uma categoria de anjos". Que dádiva! Nosso ser consciente está repleto de incontáveis anjos, que Eddy definiu como: "Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas; a inspiração da bondade, da pureza e da imortalidade, neutralizando todo o mal, toda a sensualidade e mortalidade" (Ciência e Saúde, p. 581).

Os pensamentos de Deus são perfeitos, claros, inspirados, sábios, ordenados e cheios de propósito. Como a imagem e semelhança de Deus, meus pensamentos só podem ser definidos pela Mente divina.

Compreendi que os anjos da presença de Deus estavam neutralizando cada pensamento inoportuno que tentasse desviar minha atenção da mensagem do Cristo, da mensagem da Verdade. Aquilo que tenta distrair ou resistir é exatamente o oposto do Cristo, aquela serpente dissimulada, por assim dizer, que afasta o pensamento daquilo que abençoa, cura e nos capacita a progredir espiritualmente.

A mensagem do Altíssimo nunca pode ser perdida, silenciada ou incompleta, nunca pode ser obscurecida ou mal interpretada. Pude perceber que não havia nenhum anti-Cristo chamado tédio, distração ou períodos de atenção limitada para desviar o pensamento, uma vez que lemos na Bíblia que: "Cristo é tudo em todos" (Colossenses 3:11). Como é glorioso nos regozijarmos na universalidade do Cristo! Compreendi que ninguém poderia jamais ser deixado de fora da inspiração pura e enaltecedora do Cristo.

Em meu trabalho de oração, refleti sobre o Dia de Pentecostes, quando pessoas de vários países falando idiomas diferentes, se reuniram em um único lugar. A mensagem divina que veio a elas naquele dia foi comunicada no idioma galileu. Mas, todos ouviram a mensagem em seu idioma nativo. O que aconteceu naquele dia foi muito além da comunicação humana e da audição física. Deus foi Seu próprio intérprete. O Amor divino comunicou a mensagem a cada um de tal maneira que, não importava de onde as pessoas eram, ou sua camada social; a mensagem foi compreendida por todas elas. A mensagem ressoou em seus corações. Ninguém era um estrangeiro na congregação de ouvintes naquele dia. Todos eram da família de Deus e "concidadãos dos santos" (Efésios 2:19). Cada um ouviu com clareza o som das "grandezas de Deus" (Atos 2:11) que os uniu em harmonia.

Essa surpreendente comunicação foi a própria atividade do Espírito Santo, um influxo de inspiração proclamando a Palavra de Deus. Cada culto dominical faz parte de um cordão contínuo e inquebrantável dessa atividade sanadora, do cumprimento e da fruicão da mensagem do Espírito Santo e do Cristo. O Espírito Santo é a força divina que une o conteúdo da mensagem, seu compartilhamento e o recebimento em uma gloriosa comunicação, onde todos estão unidos na revelação da Palavra de Deus. A Lição Bíblica é a evidência da atividade vibrante do Espírito Santo, a Ciência Divina, consoladora, orientadora, inspiradora, sanadora e que ensina a realidade da harmonia inquebrantável de Deus e do universo.

Considerava minha presença como um reconhecimento à comunidade do meu humilde empenho em vigiar com o Cristo e da minha disposição de orar coletivamente por todas as pessoas presentes.

Que diferença essa nova compreensão me proporcionou e continua a me proporcionar durante os cultos dominicais! A ordem do culto era a mesma, mas meu pensamento sobre o culto e o que ele me impelia a fazer havia mudado. Não era tanto o que ele faria por mim, mas como eu poderia contribuir e como nós poderíamos todos ser úteis à nossa comunidade. Considerava minha presença como um reconhecimento à comunidade do meu humilde empenho em vigiar com o Cristo e da minha disposição de orar coletivamente por todas as pessoas presentes.

Esse senso de adoração nos eleva muito acima dos rituais, símbolos e bondade meramente humana, à medida que vislumbramos mais daquilo que Cristo Jesus disse, que "...os seus adoradores o adorem [a Deus] em espírito e em verdade" (João 4:24).

Recentemente, compartilhei algumas dessas ideias durante uma reunião na igreja e, algum tempo depois, uma senhora que as ouvira disse que aquelas ideias haviam calado fundo em seu coração e lhe foram úteis quando descobriu que havia se tornado incapacitada e não conseguia mais andar. Seus movimentos estavam limitados e teve de passar a usar uma cadeira de rodas para se locomover. Ela começou sua própria vigília com o Cristo durante uma hora diariamente e suas orações lhe trouxeram uma restauração completa, voltando a andar. Ela ficou totalmente curada.

Pensem sobre o que essa mesma vigilância pode fazer por vocês, como também por nossas igrejas e comunidades. Pensem sobre a atmosfera pura e sanadora, até mesmo a "suave fragrância" do Cristo exalando pela igreja.

Pensem sobre o que essa mesma vigilância pode fazer por vocês, como também por nossas igrejas e comunidades. Pensem sobre a atmosfera pura e sanadora, até mesmo a "suave fragrância" do Cristo exalando pela igreja. Pensem sobre o impacto sanador que teria no culto e sobre os frequentadores! As possibilidades de bênçãos e curas são imensuráveis. Jesus fundou sua Igreja sobre a rocha da cura pelo Cristo. Quanto mais alinharmos nosso pensamento ao do Cristo de forma mais consistente, mais demonstraremos essa Igreja sanadora.

Ao curar as multidões, não estaria Jesus vendo a união de cada um com Deus, expressando a consciência crística na qual nenhuma doença, discórdia ou limitação existe? Essa compreensão científica da consciência universal do Cristo, precisamente a totalidade da Mente, abriu o caminho para aqueles prisioneiros de pensamentos ilusórios de limitação ficarem imediatamente conscientes de sua liberdade outorgada por Deus. Isso resultava em cura. À medida que cada um vigiar com o Cristo durante a hora do culto na igreja, estaremos mantendo a luz do Cristo para que todos aqueles que participam do culto sintam essa luz e sejam libertados.

Em um dos primeiros números do Christian Science Sentinel, um artigo intitulado "Curando as Multidões", de autoria de Florence Clerihew Boyd, incluiu esta cativante declaração: "A Sra. Eddy disse certa vez a um aluno que ela ansiava pelo dia em que qualquer pessoa que entrasse em uma igreja da Ciência Cristã, não importando quão doente ou quão triste essa pessoa pudesse estar, fosse curada, e que esse dia somente poderia vir quando cada membro da igreja estudasse e demonstrasse a verdade contida na Lição Bíblica e levasse com ele para o culto a consciência assim preparada" (1° de julho de 1916, p. 866).

Vamos com gratidão aceitar esse convite.

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