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Vendas de Natal—uma perspectiva espiritual

Da edição de dezembro de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


A agitação no shopping estava a todo vapor, com o público que se ocupava com as compras para as comemorações de Natal e Ano Novo. Enquanto me dirigia para a loja onde trabalhava, invejava as pessoas que estavam sentadas nos bancos ou se divertindo com amigos. Desejava relaxar e me divertir também. Tinha, contudo, de enfrentar uma loja muito movimentada onde teria de ficar em pé durante horas, com um falso sorriso estampado no rosto. Havia sido vendedora temporária na mesma loja por aproximadamente um ano, e não gostava do meu trabalho. Quando não estava entediada, sentia-me sobrecarregada. A cada dia, fingia me importar com aquelas mercadorias caras, atendia a clientes mal-agradecidos (às vezes rudes) e ficava envergonhada e contrariada quando não conseguia completar uma venda sem a ajuda de um gerente. Assim que chegava ao trabalho, começava a contar mentalmente as horas para voltar para casa. Até que, certo dia, quando essa sensação ruim, que já me era familiar, começou a se apoderar de mim, decidi dar um basta! Era hora de mudar minha perspectiva e me volver a Deus.

Encontrei inspiração em uma citação bíblica que ouvira na Escola Dominical e na igreja: "Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom" (Gênesis 1:31). Esse trecho me fez lembrar que Deus nunca criou nada que fosse mau; Ele criou somente coisas boas, portanto, meu emprego tinha de ser uma coisa boa. Afirmei que Deus sempre desejava que eu fosse feliz. Um conceito que me lembro de ter estudado na Escola Dominical, era o de que Deus é nosso Genitor divino, nosso Pai-Mãe Deus. Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã, escreveu uma interpretação espiritual para a Oração do Senhor em Ciência e Saúde. Ela interpretou: "Pai nosso que estás nos céus" como "Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso" (p. 16). Para mim, significa que Deus é completo e inclui tanto a ternura feminina como a força masculina. Essa compreensão nos traz paz, porque Ele nos provê com Seu cuidado constante e incondicional. Pensei em meus pais e em como eles sempre desejavam que eu fosse feliz. Se eu tinha um Criador divino, sabia que podia confiar em que meu Pai-Mãe proveria alegria para mim, a cada momento.

Enquanto orava para sentir a bondade de Deus ao meu redor, lembrei-me de uma viagem que fizera à Disneylândia, há vários anos. Recordei-me de que tinha vivido os momentos mais felizes da minha vida naquelas férias. Entretanto, compreendi que ficara feliz, não apenas porque eu estava na Disneylândia, mas porque me sentia protegida, bem disposta, amada e em paz. Essas qualidades espirituais que vivenciara de forma tão clara na Disneylândia eram permanentes, não importando o que a situação humana sugerisse. Sabia que cada situação era uma oportunidade que Deus sempre nos proporciona de sermos felizes. Isso significava que eu podia ter a mesma expectativa no meu emprego, na loja de roupas, que eu teria em uma viagem à Disneylândia!

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