Houve um momento em que não sabia que rumo tomar na vida. Acabara de entrar para a faculdade e para mim o futuro se apresentava muito incerto. Todas as minhas dúvidas acabaram se transformando em verdadeira fobia. Não sabia qual área de habilitação principal escolher, ou com que amigos sair, e acabei constatando que ser estudante universitário era mais difícil do que imaginara.
Havia algumas coisas nas quais sabia que eu era bom, por exemplo, como jogador da liga de boliche e como dirigente da Organização Universitária da Ciência Cristã no campus. Mas, na verdade, considerava essas atividades mais como hobbies suplementares à minha vida académica. Devido ao medo, sentia-me assoberbado e despreparado para tomar grandes decisões. Gradualmente, fui parando de estudar e comecei a beber com amigos, flertando constantemente com garotas em festas e me envolvendo em relacionamentos pouco saudáveis.
Durante um determinado semestre, entrei em depressão por alguns meses e fiquei me perguntando se minha vida tinha realmente algum propósito. Simplesmente, não conseguia ver como sair do buraco em que me encontrava e superar os erros que havia cometido. Procurei um orientador da faculdade que sugeriu que eu tomasse antidepressivos. Mas, depois de tomar algumas pílulas por umas duas semanas, sentia-me pior.
Precisava resolver as coisas entre mim e Deus
Portanto, parei de tomá-las, liguei para um Praticista da Ciência Cristã e lhe pedi um tratamento por meio da oração. Sabia, bem lá no fundo, que adotar uma abordagem espiritual para esses problemas perturbadores poderia realmente fazer a diferença. Oramos juntos por algum tempo, o que me ajudou, mas sentia que enfrentar meus problemas, por meio da oração, não seria uma “solução rápida” ou mesmo que seria resolvido com um único pedido de ajuda. Precisava resolver as coisas entre mim e Deus.
Os meses passaram e, muito embora eu me sentisse confortado pelas minhas orações, meu pensamento ficava agitado quando reprisava mentalmente meus erros. Condenava-me pelas escolhas que continuava a fazer, incluindo a bebida e os relacionamentos não saudáveis, mas não desabafava com ninguém.
Após meses me sentindo assim, decidi que não tinha muito a perder. Então, criei coragem suficiente para abandonar todos esses pensamentos negativos e confiar em uma garota que conhecia e respeitava. Ela sabia que eu era Cientista Cristão e percebeu o bem em mim. Contei-lhe sobre meus erros e temores, e ela compartilhou os dela comigo.
Passei a demonstrar gradativamente um pouco de força interior e a tomar decisões melhores
Disse a ela que me sentia hipócrita vivendo duas vidas distintas, uma como membro da Organização Universitária da Ciência Cristã e que gostava de ajudar as pessoas espiritualmente, e outra quando saía com meus amigos. Foi a primeira conversa sincera que jamais tivera e que me levou a me apoiar ainda mais em Deus em busca de ajuda.
Enquanto conversava com minha amiga sobre espiritualidade e nosso relacionamento com Deus, a história bíblica do Apóstolo Paulo me veio à mente. Compreendi que naquela história estava um homem que havia feito algumas coisas bem chocantes, definitivamente bem piores do que eu havia feito e, mesmo assim, se redimira. Isso me despertou para o fato de que eu ainda tinha uma chance de sair do poço de culpa e confusão. Recorria frequentemente a essa ideia consoladora ao longo do semestre. Muito embora enfrentar temores estivesse sendo uma batalha difícil, seguia obtendo gradativamente mais força interior e tomando decisões mais acertadas.
Quando o verão e as férias escolares estavam próximos, pensei no que eu realmente gostaria de fazer com meu tempo. Considerei inscrever-me em um programa de estágio focado em atividades com jovens da minha igreja. Esse parecia ser um passo de progresso, porque me permitiria ser verdadeiro comigo mesmo, e trabalhar para um objetivo maior que traria o bem aos outros.
O Sermão do Monte se tornava cada vez mais importante no meu estudo espiritual diário. Os ensinamentos de Jesus apresentavam formas para se viver uma vida feliz e significativa.
Finalmente, senti como se tivesse uma compreensão melhor de como orar
Quando me dei conta, já estava em um avião a caminho de uma nova cidade, pois havia sido aceito no programa. De certa forma, sentia-me aliviado por deixar para trás um pouco daquela situação confusa. Mas, sabia que nada adiantaria fugir dos meus problemas ou ignorá-los. Á medida que abandonava a “bagagem mental” que estivera carregando e me empenhava em oração contínua, comecei a aguardar com expectativa a oportunidade de estudo e crescimento espiritual, meus principais objetivos. Ao mesmo tempo, em que utilizaria a experiência que adquirira na Organização Universitária da Ciência Cristã.
Conforme o verão passava, o Sermão do Monte se tornava cada vez mais importante no meu estudo espiritual diário. Esse sermão, proferido por Jesus, inclui as Bem-Aventuranças, a Oração do Senhor e instruções de como curar. Era a primeira vez que o analisava e fiquei surpreso com o que descobri! Os ensinamentos de Jesus apresentavam formas para se viver uma vida feliz e significativa.
Gostei deste conselho: “não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber...” (Mateus 6:25). Compreendi que não tinha de me preocupar com nada, porque minhas necessidades seriam sempre supridas. Também havia a Regra Áurea: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mateus 7:12). Ouvira isso durante minha vida inteira, mas agora fazia todo sentido. Finalmente, senti como se tivesse uma melhor compreensão de como orar, e tive muitas oportunidades de praticar o que aprendia no trabalho e em situações sociais.
Aprender a orar de forma eficaz mudou minha vida para melhor, o que me convenceu de sua importância.
A oração tem me proporcionado uma percepção totalmente nova sobre mim mesmo e os outros
À medida que preenchia meu pensamento com essas ideias espirituais e orava com elas, fui descobrindo maneiras de vivenciá-las, e isso diminuía o medo. Não estou bem certo de quando aconteceu, mas parei de me preocupar com minha vida e meu futuro. Comecei a viver com confiança e a me identificar com sólidas qualidades espirituais.
Essas mudanças se refletiram em pensamentos melhores sobre mim mesmo e sobre os outros, e em boas decisões de como aproveitar melhor meu tempo. Estava expressando minha verdadeira identidade espiritual, o que era era totalmente gratificante. O medo e a depressão desapareceram e minha autoestima melhorou quando me aproximei de Deus e comecei a alinhar meu estudo espiritual com minhas ações.
No meio do estágio, esse crescimento espiritual foi testado quando um amigo sugeriu que fôssemos tomar uma cerveja. Ao invés de concordar indiferentemente com um “tudo bem”, tomei uma posição firme com base em meus valores espirituais, algo que não fizera na faculdade. Expliquei a razão pela qual não tinha o desejo de beber e porque me sentia bem com essa decisão. Depois disso, nunca mais o assunto surgiu entre nós.
Aprender a orar de forma eficaz mudou minha vida para melhor, o que me convenceu de sua importância. A oração tem me proporcionado uma percepção totalmente nova sobre mim mesmo e os outros. Ela me levou a um emprego gratificante, a um dia a dia mais feliz, e a um relacionamento substancial e saudável com minha namorada, que hoje é minha esposa. E claro que ainda tenho de amadurecer um pouco mais, mas agora eu sei que há um propósito divino para minha vida e estou preparado para continuar crescendo espiritualmente.
