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REFLEXÃO

Satisfação ao cumprir a promessa

Da edição de janeiro de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã


E prometemos, solenemente, vigiar e orar para haver em nós aquela Mente que havia também em Cristo Jesus; fazer aos outros o que desejamos nos façam; e ser misericordiosos, justos e puros.

Sexto artigo de fé da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, p. 497.

Seis “pontos importantes” da teologia da Ciência Cristã

Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy resumiu a teologia da Ciência Cristã em seis “pontos importantes, ou artigos de fé” (ver p. 497). Nas edições dO Arauto estamos analisando em profundidade cada um desses artigos de fé.

Em outubro de 2011, publicamos sobre o quinto artigo de fé. Agora apresentamos ideias sobre o sexto artigo, o mais conhecido dos Cientistas Cristãos, por ser frequentemente declarado em voz alta nas reuniões da igreja. Porém, o mais importante é que esse artigo fala ao coração do discipulado cristão, pois expõe o que realmente significa ser cristão e praticar a cura pela Ciência Cristã.

Terminaremos a série com o primeiro artigo apresentado em Ciência e Saúde: “Como adeptos da Verdade, tomamos a Palavra inspirada da Bíblia como nosso guia suficiente para a Vida eterna”.

Satisfação ao cumprir a promessa

Promessas são feitas para serem cumpridas. Mas só as verdadeiras. Pode haver promessas grandes e pequenas, mas para que sejam verdadeiras é preciso que realmente tenhamos a intenção de cumpridas. Algumas vezes, contudo, uma promessa é tão grandiosa e tão ampla que, ao fazê-la, ficamos imaginando se teremos a capacidade ou a disciplina para cumprir o que prometemos. Mas o próprio desejo de fazer uma promessa importante demonstra, por si só, força, e aqueles que a fazem com toda a honestidade e a levam a sério descobrem que estão ligados ao maravilhoso potencial que ela encerra.

Estar receptivo a essa promessa dinâmica e às suas possibilidades é estimulante. Quer esse artigo de fé já lhe seja familiar, quer seja uma nova ideia para você, ele pode trazer o amor do Cristo a corações e mentes, vidas e relacionamentos, lares e, até mesmo, nações, de maneiras que transformam e curam. Por isso, podemos adotá-lo com confiança, e fazer com que se torne a nossa promessa.

E PROMETEMOS, SOLENEMENTE, VIGIAR...

A ideia da vigilância espiritual é o primeiro elemento da promessa e permeia todo o artigo. Jesus ordenou a seus discípulos: “O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!” (Marcos 13:37). Paulo escreveu aos cristãos em Corinto: “Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos” (1 Coríntios 16:13). Um símbolo de maturidade no cristão consistia em compreender a necessidade de vigilância mental e espiritual, ou seja, não ser ingénuo com respeito às forças mentais que parecem se posicionar contra a luz do Cristo, mas desenvolver a vigilância que as expõe e derrota.

A essência da vigilância consiste em ouvir espiritualmente sempre. Esse estado de escuta espiritual não tem nada a ver com um estado de alerta que está constantemente esperando o mal. Mary Baker Eddy faz essa distinção em um pequeno artigo intitulado “Vigiar versus Estar Alerta” (ver The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 232). A vigilância espiritual é um estado de alerta centrado em Deus, livre de medo ou superstição. Ela também envolve a confiança de que, por meio do sentido espiritual, que é a conexão com Deus sempre presente em cada um de nós, podemos saber exatamente o que precisamos saber, no momento certo.

Certa vez, durante um período muito difícil da minha vida, quando eu estava tratando de várias questões complexas ao mesmo tempo, acordei às quatro horas da manhã em um sábado, com a percepção clara de que alguns documentos legais importantes não estavam corretos e precisavam ser atualizados imediatamente. Devido à urgência da situação, eu sentia que ela precisava ser resolvida naquele mesmo dia, mas meu advogado não estaria no escritório e eu não sabia onde ele morava. Orei sem parar durante três horas e então telefonei para uma amiga que era Praticista da Ciência Cristã para lhe pedir que me apoiasse por meio da oração. Ela compreendeu a seriedade da situação e imediatamente começou a orar comigo.

Pelo meio da manhã, de repente me ocorreu telefonar para o escritório do advogado, e ele atendeu! Ele havia passado rapidamente pelo escritório e disse que, se eu pudesse chegar lá o mais depressa possível, ele redigiria os documentos necessários. Terminamos o trabalho naquela tarde. Na semana seguinte ficou claro para mim que, se eu não tivesse tido aquela intuição exatamente naquele momento, eu poderia ter perdido minha casa. Como acabou acontecendo, tudo estava em ordem no momento certo, sem qualquer problema ou esforço desperdiçado. Fiquei admirada com a precisão do que havia acontecido e com a proteção que isso representou para mim, para minha família e para o meu trabalho, muito embora eu não estivesse ciente da situação até o último minuto. Como diz o hino: “Deus está vigiando junto ao vigilante, / Deus é Vida que nunca adormece” (Fay Linn, Hinário da Ciência Cristã, 237).

Com essa experiência, aprendi que vigiar não significa carregar uma mala pesada cheia de preocupações com coisas que talvez pudessem acontecer, ou abrigar um medo supersticioso de que algum poder invisível possa nos fazer mal. Vigiar é manter uma percepção da união com Deus, a Mente divina, que não implica um fardo a ser carregado. E também manter um ouvido atento em sintonia com as mensagens da Mente, que orientam homens e mulheres para que pensem e a ajam corretamente. A inteligência de que necessitamos é espiritual, não humana e, por ser inerente à Mente divina, ela é con-fiável, exata e eficaz na prática.

ORAR PARA HAVER EM NÓS AQUELA MENTE QUE HAVIA TAMBÉM EM CRISTO JESUS...

Esse artigo de fé, na sua totalidade, incorpora o profundo desejo da Sra. Eddy de que a vida dos Cientistas Cristãos expresse as qualidades do Cristo e que essa seja a característica de sua Igreja. O Apóstolo Paulo trabalhava com as novas igrejas cristãs que estavam sob seus cuidados da mesma maneira. Ele escreveu para a igreja em Filipos: “Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:2-5, conforme a Versão King James).

Quando pensamos na mente do Cristo, como Jesus a exemplificou, talvez orar para que tenhamos a mesma mente soe como um pedido “grande demais”. Jesus enxergava além dos sentidos físicos. Ele conhecia os pensamentos íntimos das pessoas. Alimentava milhares com pouco alimento. Caminhava sobre a água. Locomovia-se instantaneamente de um lugar para outro. Curava todo tipo de pecado e doença. Era intocado pelo mal. Sabia quando falar e quando se calar. Expressava um sentido de amor e de perdão tão elevado que venceu o ódio que parecia tê-lo matado e ressuscitou dentre os mortos.

Será que Jesus fez essas coisas usando o poder de uma mente pessoal? Se fosse assim, ele não teria insistido: “Eu nada posso fazer de mim mesmo” (João 5:30). Ele sabia que sua única mente era a Mente que é Deus, que o capacitava a pensar e a agir de uma maneira que nunca poderia ser explicada em termos meramente humanos. Paulo compreendia que essa Mente não era a mente pessoal de Jesus, mas era universal e refletida por todos. Ele escreveu: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13) e “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16).

A própria Sra. Eddy expressou de modo extraordinário a capacidade de enxergar a realidade espiritual além dos sentidos físicos e de curar como Jesus curava. Sua obra de cura, que está registrada no livro Mary Baker Eddy, Uma Vida Dedicada à Cura (de autoria de Yvonne Caché von Fettweis e Robert Townsend Warneck), mostra o que ela também esperava de seus seguidores. Mesmo quando o ideal parece elevado, amar esse artigo de fé e suas possibilidades faz com que aceitemos a sua autoridade divina. Orar em obediência a essa autoridade nos capacita a atingir esse ideal.

FAZER AOS OUTROS O QUE DESEJAMOS NOS FAÇAM...

No âmago dessa promessa solene encontra-se a Regra Áurea, o summum bonae ou “supremo bem” de viver da maneira como Jesus ensinou. “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mateus 7:12). Esse artigo é um dos quatro trechos do Manual dA Igreja Mãe em que a Regra Áurea está inserida, e todos merecem atenção especial.

Essa regra é simples, mas não fácil! Citá-la é uma coisa, vivê-la é outra bem diferente. Sua prática envolve os mínimos detalhes da vida diária, bem como as grandes decisões. É aqui, em meio às várias escolhas diárias que todos fazemos, que a essência do sexto artigo se desenvolve em nossa vida. Como acontece com o Sermão do Monte que Jesus proferiu (ver Mateus, capítulos 5-7), esse artigo de fé tem menos a ver com as ações exteriores e mais a ver com o que acontece no recôndito do pensamento. Existe algum ressentimento escondido? Orgulho latente? Uma tendência para o egoísmo? Um desejo de justificação própria? Uma propensão à crítica? Esses estados mentais são expostos pela simples exigência da Regra Áurea. À medida que seu poder crístico opera em nós, a humildade do autoconhecimento se torna a porta de entrada para o progresso espiritual.

Pelas referências frequentes feitas pela Sra. Eddy à Regra Áurea em seus escritos, fica claro que ela considerava a obediência a essa regra como um sustentáculo para a sua Igreja. Ela unificaria seus membros e os preservaria das armadilhas da dissensão e da divisão, e desenvolveria o fundamento do caráter cristão necessário para a cura. Mas ela também percebeu o seu potencial para o mundo. Ela escreveu: “As salutares reprimendas do Amor ajudam as nações a alcançarem a justiça, a retidão e a paz, que são os marcos da prosperidade. A fim de apreendermos mais, devemos pôr em prática o que já sabemos sobre a Regra Áurea que, para toda a humanidade, é uma luz que emite luz” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 282).

E SER MISERICORDIOSOS, JUSTOS E PUROS

A misericórdia e a justiça não se anulam mutuamente, e nunca temos de escolher entre uma delas. Isso se deve ao fato de que ambas são atributos de Deus (ver Ciência e Saúde, p. 465) e, dessa forma, uma complementa a outra. Isso é realmente reconfortante quando se enfrenta o argumento de que algumas vezes trata-se de misericórdia ou de justiça, mas não de ambas. Da mesma forma como o Princípio divino e o Amor divino estão frequentemente relacionados em Ciência e Saúde, a força e a ternura, a disciplina e o perdão provêm da mesma fonte divina e, por isso, um nunca pode existir sem o outro. Ao considerá-los como atributos espirituais, podemos lançar mão deles em todas as situações e, dessa forma, obter a cura. Mas para isso é necessária também a pureza, ou seja, o pensamento livre de vontade própria, de presunção e de justificação própria, confiante de que o poder sanador da misericórdia e da justiça pode solucionar as situações mais desafiadoras.

É difícil superestimar o grau em que Eddy demonstrava isso em sua própria vida. Ela vivenciava os artigos de fé que havia estabelecido para sua Igreja. Frank E. Irwin, um comerciante do ramo de madeira que trabalhava em Concord, New Hampshire, EUA, quando Eddy morava nessa cidade, tinha uma atitude crítica em relação aos Cientistas Cristãos e, particularmente, à própria Eddy. Certo dia, a carruagem dela parou onde ele estava em uma rua de Concord, e este é o relato que ele fez sobre o que aconteceu: “Ouvi uma voz atrás de mim, virei-me rapidamente para olhar e me deparei com o rosto da Sra. Eddy. Não desejo e sei que nunca conseguirei esquecer a expressão do seu rosto. Quaisquer ideias depreciativas com relação à Sra. Eddy e à Ciência Cristã se desvaneceram, e eu estou certo que, a partir daquele momento, eu me tornei um homem melhor. Foi como um momento decisivo em minha vida, quando inesperadamente entrei em contato, pela primeira vez, com a pureza absoluta” (“Contatos com a Sra. Eddy”, The Christian Science Journal, dezembro de 1935, p. 523).

Promessas solenes trazem ao nosso pensamento declarações feitas em presença de testemunhas, frequentemente com uma das mãos sobre a Bíblia para simbolizar uma intenção séria. Elas não são declarações casuais e carregam o peso da prudência e do compromisso, pois seu objetivo é serem lembradas. Talvez não seja surpresa que essa promessa seja frequentemente renovada pelos Cientistas Cristãos quando eles se reúnem como membros da igreja e a repetem em conjunto. Essa promessa se torna um guia para a vida, que modela decisões individuais e coletivas e mantém em unidade aqueles que a assinam.

Assinar nosso próprio nome ao final desse artigo de fé, como os candidatos à filiação em A Igreja Mãe o fazem, é um ato sagrado que representa um privilégio e uma responsabilidade. A obediência a esse artigo traz bênçãos vitalícias. Ele nos mantém humildes frente às suas exigências e receptivos ao desenvolvimento do caráter cristão e da capacidade de cura, que é por ele estimulada. Essa é uma promessa que nos traz satisfação ao cumpri-la.

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