“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. Assim termina uma das fábulas de Esopo, ao comparar os instintos de sobrevivência de uma raposa e de um gato. A moral é que analisar demais nossas opções pode ser improdutivo ou, até mesmo, perigoso.
Nos dias de hoje, com a constante enxurrada de informações da mídia e suas atualizações pela Internet, em tempo real, o esforço para escolher e decidir sabiamente tende a aumentar. Existe um nome para isso: paralisia analítica. De forma simplista, quando pessoas e empresas analisam demais uma situação (como a raposa na fábula), a tendência é que os assuntos se tornem desnecessariamente complicados. A produtividade e o progresso podem ficar paralisados. Ao invés de, em algum ponto, as pessoas começarem a fazer algo com as informações, recursos e tempo disponível que têm em mãos, elas desperdiçam seu tempo e, no processo, perdem potenciais ganhos e oportunidades.
“Com tanta informação, as decisões que as pessoas tomam fazem cada vez menos sentido”, diz a professora Angelika Dimoka, uma neurocientista da Universidade Temple, na Filadélfia, EUA. A revista Newsweek conta como ela e seus colegas estudaram a atividade cerebral na tentativa de explicar o que está acontecendo (ver: www.thedailybeast.com/ newsweek/2011/02/27/i-can-t-think, html). Existe até um campo de estudos conhecido como “survival psychology" (psicologia da sobrevivência), que examina o que torna algumas pessoas capazes de se orientar de forma clara diante da indecisão paralisante, durante situações de emergência e crises.
O lado bom é que as pessoas estão se esforçando para identificar o que as limita, bem como o que as ajuda a tomar decisões corretas, e que algumas dedicaram suas carreiras para encontrar o caminho rumo ao progresso. Mas, persiste o fato de que o único meio correto para garantir uma rota segura rumo ao progresso envolve confiança na orientação de Deus, ou seja, informações provenientes da única inteligência infinita, que sempre é mais esclarecedora do que a melhor das escolhas humanas. Buscar respostas na estrutura do cérebro ou nos padrões do comportamento humano, em última análise, nunca nos libertará. Precisamos ir além de nós mesmos.
Essa é uma das principais mensagens da Bíblia. Ela narra muitas maneiras pelas quais a humanidade tem sido induzida a uma devoção de pensamento e de propósito, e que têm sua origem em conhecer, honrar e ouvir o Deus supremo e amoroso. Desde a narrativa, que consta em Génesis 11, sobre a cidade de Babel, cujo povo foi espalhado por toda a terra porque sua linguagem ficou confusa, até o dia esclarecedor de Pentecostes, quando os primeiros cristãos “estavam todos de comum acordo reunidos no mesmo lugar" (Atos 2:1, conforme a Bíblia King James), podemos perceber um progresso constante do pensamento humano rumo à compreensão de seu potencial para a produtividade e a segurança. Quer você esteja à procura de orientação para completar um projeto, impulsionar uma carreira, salvar uma empresa debilitada, libertar-se das dúvidas ou orar de uma nova maneira para a cura física, as Escrituras ensinam lições de como ceder ao poder sanador da sabedoria de Deus, disponível a todos.
Alicerçada na Bíblia, a Ciência Cristã explica que Deus estabeleceu as leis supremas do bem, e que a oração para compreendê-las e seguilas constitui a Ciência mais elevada. Cultivar a compreensão daquilo que Jesus ensinou é plenamente suficiente para nos livrar da confusão paralisante, do medo, do perigo, da incompreensão, da má interpretação e de uma série de outras armadilhas que possamos encontrar, enquanto tentamos fazer as melhores escolhas no trabalho ou para a família.
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação", alertou Jesus; “o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41). Mesmo e especialmente nos momentos de dúvida e de luta, Jesus se afastava da cena diante de seus olhos e recorria a Deus, a Mente divina, por orientação e inspiração confiáveis. Sua percepção era clara, confiante e correta e, em sua presença, as pessoas encontravam libertação e cura. A compreensão espiritual que sustentou o ministério de Jesus na Terra está disponível a todos hoje, na Ciência sanadora da Mente que Mary Baker Eddy descobriu. Essa Ciência opera exclusivamente no recinto do pensamento, conduzindo-nos para a inteligência orientadora e salvadora da Mente. Embora essa inspiração se expresse em ações humanas, que são práticas, benéficas e apropriadas à necessidade do momento, sua fonte é espiritual, não confinada pela circunstância. Essa é a razão pela qual ela é consistentemente confiável. O livro de Provérbios diz: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (3:5-6).
Muito frequentemente, o obstáculo que nos impede de alcançar o bem maior resulta dos pensamentos materiais preocupantes, que levam a uma exaustiva reflexão e avaliação. Essa é a razão pela qual é tão importante orar para calar esses pensamentos, que não provêm de Deus, e buscarmos, em vez disso, a clareza que é só dEle. Eddy escreveu: “A Mente é a fonte de todo movimento, e não há inércia que lhe retarde ou tolha a ação perpétua e harmoniosa” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 283). Nossos esforços individuais para sermos informados por essa Mente divina infalível revelam a única rota segura em todas as circunstâncias. A oração pode desbloquear o caminho agora mesmo e levar todos a progredir juntos.
