Conheci a Ciência Cristã quando comecei a frequentar os cultos que eram oferecidos na minha cidade, Castelar, por um grupo de Cientistas Cristãos que logo fundaram uma igreja na cidade vizinha de Morón. Após oito meses de frequência assídua, tornei-me membro e organista, e fui nomeada secretária da diretoria.
Na primeira reunião de diretoria, o presidente comentou que o órgão que usávamos era emprestado e que a pessoa que o emprestara tinha comprado o instrumento com a intenção de estudar e compor músicas. Chegamos à conclusão de que deveríamos devolvê-lo para seu dono e comprar um teclado ou um órgão para a igreja.
Fiquei encarregada de pesquisar preços e tipos de teclados, e assim o fiz. Obtive cotações de preços de várias lojas. Nesse ínterim, devido à inflação, os orçamentos que recebia tinham validade de não mais do que três semanas. Eu aguardava com expectativa a reunião seguinte, porque estava muito contente pela oportunidade de falar sobre minhas pesquisas, mas, durante a reunião, antes que pudesse fazê-lo, o tesoureiro apresentou seu relatório. O que ouvi era que não haveria mais dinheiro senão para as despesas fixas diárias com a manutenção da igreja. Em seguida, perguntaram-me o que eu havia pesquisado. Disse-lhes que lamentava o fato de não termos o dinheiro e por ter feito a pesquisa dos instrumentos e dos preços inutilmente, porque quando tivéssemos o dinheiro para a compra do órgão, eu teria de fazer uma nova pesquisa.
Entretanto, o presidente da diretoria me disse: “Tomamos a decisão de comprar um órgão porque é justo devolver o outro a seu dono. Também sabemos que Deus ouve a oração do justo. Se estamos unidos em pensamento, agradecidos à pessoa por ter-nos emprestado o órgão durante um bom tempo e desejamos, com amor, devolvê-lo, o Pai não nos deixará sem a provisão para fazê-lo”.
Eu conhecia o evangelho e os ensinamentos de Jesus, mas nesta igreja aprendi que os Cientistas Cristãos realmente colocam em prática os ensinamentos de Jesus, buscando, em primeiro lugar, o Reino dos Céus. Eles sabem que ao alicerçar seus motivos em atributos de Deus como justiça, amor, bondade e, sobretudo, união, tudo o mais é acrescentado e a provisão aparece naturalmente.
No domingo seguinte, conversei com a solista, comentei que queríamos comprar um órgão e lhe expliquei a razão pela qual precisávamos adquiri-lo. Ela se interessou tanto que, quando lhe disse que eu já havia pesquisado o valor das mensalidades para comprar um teclado, ela se ofereceu para pagar 50% do valor. Contei à diretoria e mais três pessoas decidiram contribuir com as prestações que completariam o valor do instrumento. Sem dúvida alguma, havíamos deixado que a Mente nos guiasse.
Em meu trabalho para a igreja, testemunhei outras demonstrações de provisão, fundamentadas na oração. Elas me ajudaram a adquirir mais conhecimento da Ciência Cristã, os quais apliquei na minha casa e em meu trabalho, com excelentes resultados.
Três anos depois dessa experiência, nossa igreja estava alugando um casarão muito antigo, localizado a uma quadra e meia da estação de trem de Morón. O casarão era bem visível, pois ficava em frente às linhas da ferrovia. Os fundadores da nossa igreja tinham como propósito se estabelecer em Morón, por ser um lugar com muito mais circulação de pessoas do que Castelar. Mas, naquele quarteirão, havia alguns hotéis e motéis, o que incomodou alguns membros a ponto de deixarem a igreja.
A maioria dos membros permaneceu. Decidimos, então, que deveríamos ficar alerta, vigiando e orando, para saber qual era nosso lugar. Evidentemente, queríamos mudar para uma casa melhor, mas sabíamos que estávamos naquele casarão por algum motivo, e que logo o Pai nos guiaria a um lugar melhor, que nos desse também a oportunidade de nos aproximar da comunidade. Em pouco tempo, obtivemos uma ajuda financeira, fizemos um empréstimo bancário e conseguimos adquirir o lugar onde estamos agora.
Quando estávamos nos mudando, a proprietária de um dos hotéis próximos ao casarão se aproximou e comentou que lamentava o fato de que íamos embora, porque ela se alegrava ao ver as duas meninas, que frequentavam a Escola Dominical, correndo e brincando pela calçada, quando terminava o culto; ela também ficava feliz com a alegria das crianças, quando conversavam com ela. Os membros de nossa igreja compreenderam as bênçãos que advêm por nos mantermos unidos, orando pelo progresso da igreja e da comunidade. Nossa igreja estava abraçando a comunidade, com humildade, sem limitações.
Os membros de nossa igreja puderam ver na prática o que Mary Baker Eddy nos ensinou a respeito de Igreja, como a “...estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede” (Ciência e Saúde, p. 583). A verdadeira Igreja não depende de nós, pois já está e sempre estará estabelecida. Nada, além do Amor divino pode tocá-la.
O segundo parágrafo da definição diz que a Igreja é “...aquela instituição que dá provas de sua utilidade e que vem elevando a raça, despertando de suas crenças materiais a compreensão adormecida...”. Para mim, essa Igreja é a demonstração da Verdade e do Amor, a qual cura os doentes. Nosso trabalho nas igrejas comprova que a união dos membros pode refletir qualidades do bem, tais como humildade, amor e compaixão.
Essas experiências de compra do órgão e do imóvel ocorreram há 23 anos, quando vivenciamos o espírito de pioneiros na região. Sou muito agradecida por servir em uma igreja na minha cidade, filial dA Igreja Mãe, em Boston, e por não nos acomodar com o fato de termos nossa igreja estabelecida, mas estarmos dispostos a manter o mesmo espírito pioneiro para demonstrar a Verdade, com humildade e bondade, e dar provas que despertem o pensamento adormecido e curem os enfermos. “Milhões de mentalidades sem preconceito — que com simplicidade procuram a Verdade” — podem encontrar uma igreja da Ciência Cristã! (ver Ibidem, p. 570). *
 
    
