Reconhecemos e adoramos um Deus único, supremo e infinito. Reconhecemos Seu Filho, o Cristo único; o Espírito Santo ou Consolador divino; e o homem à imagem e semelhança de Deus.
Segundo artigo de fé da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 497.
Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy resumiu a teologia da Ciência Cristã em seis “pontos importantes, ou artigos de fé” (ver p. 497). Nas edições dO Arauto estamos analisando em profundidade cada um desses artigos de fé.
Na p. 18 áa edição de outubro de 2011, publicamos sobre o quinto artigo de fé e em janeiro de 2012 começamos a publicar os artigos de fé em ordem decrescente, começando com o sexto. Agora apresentamos ideias sobre o segundo artigo.
Terminaremos a série com o primeiro artigo apresentado em Ciência e Saúde: “Como adeptos da Verdade, tomamos a Palavra inspirada da Bíblia como nosso guia suficiente para a Vida eterna”.
Mary Baker Eddy descreveu sua descoberta, a Ciência Cristã, não somente como a “suprema essência do cristianismo” mas como sua “coroa” (ver Miscellaneous Writings 1883–1896, pp. 336 e 252). O segundo artigo de fé dA Igreja Mãe estabelece um firme fundamento para a base cristã de seus ensinamentos. Em apenas poucas linhas, a Santíssima Trindade, uma das mais profundas doutrinas da teologia cristã, é revelada sob uma nova luz. O artigo de fé também mostra o compromisso da Ciência Cristã em honrar os ensinamentos fundamentais da teologia cristã, ou seja, crer em um único Deus, em Cristo Jesus e no Espírito Santo, ao incorporá-los como elementos essenciais para a compreensão e a demonstração. Qualquer pessoa que desejar compreender a base cristã dos ensinamentos da Ciência Cristã, particularmente no que tange à questão controversa do relacionamento entre Deus e Seu Filho, Jesus, encontrará no segundo artigo de fé uma ajuda inestimável.
Revelação da Santíssima Trindade
A importância que a Sra. Eddy colocou na trindade ficou evidenciada nos eventos que ocorreram durante sua última aula de Ciência Cristã, em 1898. Ela convocou 70 alunos para irem a Concord, New Hampshire, EUA, e deu duas aulas sobre esse tema. Quando ela lhes pediu uma definição da trindade, Emma Shipman, uma de suas alunas, escreveu em uma reminiscência que “era evidente que as respostas não foram perfeitas” (We Knew Mary Baker Eddy [Conhecemos Mary Baker Eddy], p. 142). Eddy, então, deu-lhes uma breve explicação e, algumas poucas semanas mais tarde, ela enviou a cada aluno uma declaração escrita sobre esse tema.
Com base nesse relato, fica claro que Eddy considerou de suprema importância que seus alunos tivessem uma perfeita compreensão a respeito da trindade. Seu pensamento inspirado descartou o dogma do escolasticismo e revelou a realidade de um Deus trino e uno. Ela escreveu: “A Vida, a Verdade e o Amor constituem a Pessoa trina e una chamada Deus — isto é, o Princípio triplamente divino, o Amor. Representam uma trindade em unidade – idênticos em essência, embora multiformes em função: Deus, o Pai-Mãe; Cristo, a idéia espiritual de filiação; a Ciência divina, ou o Santo Consolador” (Ciência e Saúde, p. 331).
À medida que progredimos em nossa compreensão de Deus, ficamos cientes de Seu amor por nós, mas é imperativo que nós O amemos
A expressão: “multiformes em função”, é a chave para se compreender a diferença entre a perspectiva tradicional a respeito da trindade e aquela que foi revelada na Ciência Cristã. Compreender que cada aspecto da trindade tem um papel separado e distinto ou função dentro da unicidade de Deus é uma proteção contra a crença de que o Filho e a Ciência divina possam ser iguais a Deus. A ideia espiritual de filiação e a Ciência divina jamais podem ser iguais a Deus, mas são coexistentes com Ele. O segundo artigo de fé é nossa autoridade para reconhecermos a natureza infinita de Deus e Sua relação inteligente com o homem e o universo, conforme indicado pela trindade.
Reconhecemos e adoramos um Deus único, supremo e infinito
O segundo artigo de fé começa com a descrição da primeira função da trindade, que é Deus, como o “Deus único, supremo e infinito”. Esse artigo de fé também revela a profundidade do amor que o indivíduo precisa ter para verdadeiramente adorá-Lo. A palavra “reconhecemos” é introduzida nesse artigo de fé e começa os três artigos de fé seguintes, o que indica sua importância como uma qualidade do pensamento. Temos de reconhecer e adorar a unicidade da natureza suprema e infinita de Deus, que impede a possibilidade de outro poder ou presença.
Não podemos deixar de abordar nessa frase introdutória do artigo de fé a instrução de adorar a Deus. À medida que progredimos em nossa compreensão de Deus, ficamos cientes de Seu amor por nós, mas é imperativo que nós O amemos. Eddy identificou o amor a Deus como “o Eldorado do cristianismo” (Ciência e Saúde, p. 9). Em outras palavras, existe a necessidade tanto de dar quanto de receber. Isso está claramente identificado na Primeira Epístola de João, na qual lemos: “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (1 João 4:16). “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (versículo 19). Para mim, isso significa que nós precisamos amar conscientemente a Deus e reconhecer Sua natureza suprema e infinita.
O Cristo, ou a ideia divina, revela o relacionamento indestrutível entre Deus e Sua criação, o homem e o universo
A adoração a Deus envolve mais do que palavras; exige um comprometimento de refleti-Lo em todas as minúcias da nossa vida diária. Significa estar preparado para seguir a Jesus como o Mestre cristão, e expressar amor incondicional como ele o fez. Procurar descobrir somente a imagem de Deus naqueles que nos rodeiam. Estar prontos para por de lado nossas próprias necessidades, a fim de ajudarmos uns aos outros, é a exigência cristã para todos os que professam amar a Deus. Eddy descreveu esse poder do amor como o elemento formador da trindade, quando escreveu: “A Verdade, a Vida e o Amor são grandiosos, onde quer que se pense, perceba, fale ou escreva sobre eles — no púlpito, na sala do tribunal, nas ruas ou em nossos lares. Eles são os vitoriosos que jamais são vencidos. O Amor é o termo genérico para Deus. O Amor formou essa trindade, Vida, Verdade e Amor, a trindade que nenhum homem pode separar” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 185).
Reconhecemos Seu Filho, o Cristo único
Nessa declaração, o artigo de fé aborda a segunda função da trindade: Cristo, a ideia espiritual de filiação. É necessário que reconheçamos esse papel ou função do Cristo, a fim de compreendermos sua importância dentro da trindade. O Cristo, ou ideia divina, revela o relacionamento indestrutível entre Deus e Sua criação, o homem e o universo. Portanto, a compreensão que Jesus tinha do Cristo, sua natureza semelhante a Deus, foi fundamental para sua obra de cura, exatamente como o é para a nossa, nos dias de hoje.
A capacidade sem paralelos que Jesus tinha de curar, revelava seu relacionamento inseparável com Deus e comprovava sua compreensão a respeito de sua filiação. Sua declaração: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30) não indica que ele se considerava igual a Deus; era uma aceitação de seu relacionamento singular. A compreensão de Jesus a respeito de sua identidade espiritual também proporcionava a ele a capacidade de reconhecer a natureza divina nos outros, como também de atraí-los para serem seus discípulos. Ele disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8: 31, 32). Eddy reconheceu essa promessa como uma verdade prática para todas as épocas e a tornou disponível ao mundo como Ciência Cristã. Ela mostrou que todos nós temos a capacidade de demonstrar, com absoluta certeza, nossa unicidade com Deus. Todos nós podemos vivenciar o regozijo de reconhecer a natureza inseparável de nosso relacionamento com Deus, como Seu precioso filho ou Sua preciosa filha, de saber que o Cristo revela nossa verdadeira identidade, agora e para sempre!
...o Espírito Santo ou Consolador divino
A função do Espírito Santo, ou Consolador divino, é estabelecer o poder e a presença de Deus falando à consciência humana, particularmente nos momentos de necessidade. Por exemplo, temos o relato bíblico de Jesus consolando seus discípulos, ao saberem que logo ele seria levado deles. Ele disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (João 14:16). Eddy escreveu em Ciência e Saúde: “Esse Consolador, no meu entender, é a Ciência Divina” (p.55). Gosto muito da ideia de que o Consolador ficará conosco para sempre, que o poder e a presença da Ciência divina estão sempre em ação para o bem da humanidade. Sendo o Consolador, ele nos assegura que, como filhos de Deus, jamais podemos estar separados, nem por um momento, do Divino.
A função do Espírito Santo estabelece a lei do Amor
Descobri o poderoso efeito sanador do Espírito Santo quando tive de viajar para dar duas conferências da Ciência Cristã. Estivera adoentada com uma forte gripe, durante aproximadamente duas semanas, e eu não sabia como iria cumprir com os meus compromissos. Havia orado em busca de uma compreensão mais profunda da trindade e para conscientemente aceitar que minha vida estava a salvo dentro da unicidade de Deus.
Alguns dias antes de partir, houve uma melhora, mas eu continuava muito preocupada com minha voz, pois ainda não conseguia falar claramente. Tomei o avião um dia antes de dar a conferência. Orei para que eu pudesse reconhecer somente a liberdade e a bondade do meu relacionamento indestrutível com Deus.
De manhã, enquanto me preparava para a conferência, decidi lê-la em voz alta para praticar. A voz estava rouca e comecei a ficar muito ansiosa e temerosa. Volvi- -me à definição de Espírito Santo em Ciência e Saúde, que diz: “Espírito Santo. A Ciência divina; o desenvolvimento da Vida, da Verdade e do Amor eternos” (p. 588). Afirmei que a função do Espírito Santo estabelecia a lei do Amor, e que ela me mantinha para sempre em perfeita união com Deus, meu Pai amoroso. Também ficou claro para mim que era a voz do Espírito Santo que seria ouvida, não a minha.
Nunca podemos decair de nossa condição elevada, pois a imagem de Deus nunca pode ser menos do que boa
Compreendi que tudo o que estava se desdobrando era a “Vida, a Verdade e o Amor eternos”, e que isso traria liberdade. O mal, que estava tentando fazer com que eu acreditasse que minha voz falharia, era uma mentira, e ele não tinha nenhum poder para interferir no poder do Espírito Santo. Continuei a orar com essas ideias. Fiquei convencida de que o Espírito Santo repousaria sobre todos aqueles que viessem assistir à conferência, tal como no dia de Pentecostes. Quando iniciei as primeiras palavras da conferência, as ideias inundaram meu pensamento e descobri que estava me expressando de um modo muito mais direto e eficiente, com uma voz clara e forte. Foi uma experiência muito reveladora. A presença do Espírito Santo estava sobre todos!
Não somente existe um único Deus, mas um único homem; o homem e a mulher feitos à Sua imagem e semelhança. Essa é uma afirmação da nossa natureza perfeita, pura e espiritual.
...e o homem à imagem e semelhança de Deus
O segundo artigo de fé da Ciência Cristã se encerra com o poderoso reconhecimento do nosso relacionamento direto com Deus. Ao terminar dessa forma, Eddy colocou em primeiro plano uma das verdades mais importantes na teologia da Ciência Cristã e em sua prática de cura: Não somente existe um único Deus, mas um único homem: o homem e a mulher feitos à Sua imagem e semelhança. Essa é uma afirmação da nossa natureza perfeita, pura e espiritual. Jamais podemos decair da nossa condição elevada, pois a imagem de Deus nunca pode ser menos do que boa. A verdade de que cada um de nós é esse homem, a própria imagem de Deus, é o fundamento da prática da Ciência Cristã, e essa Ciência está alicerçada, com segurança, nas Escrituras e reafirma o fundamento cristão da Ciência Cristã. *
Artigo originalmente publicado na edição de outubro de 2011 de The Christian Science Journal.
 
    
