Há apenas um ano, a revolução conhecida como Primavera Árabe teve início quando um mártir tunisiano desencadeou um movimento de libertação que reavivou a esperança e suscitou o apoio do mundo inteiro. O jornal The Christian Science Monitor relatou que o ato causou comoção nos tunisianos e em outros povos, e os levou a romper a crença de que a cultura árabe não é compatível com a liberdade e a democracia. “...Os tunisianos então derrubaram um ditador que estava arraigado ao poder, em questão de semanas. Eles simplesmente se comportaram como se fossem livres e assim o fizeram” (“A bofetada que foi ouvida em todo o mundo”, Clayton Jones, 5 de março de 2011). “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” ensinou Cristo Jesus (João 8:32). Essa verdade inclui o conhecimento de que Deus é o Amor infinito que causa somente o bem e que esse Amor, compreendido e vivido, destruirá os males que afligem os humanos. Uma vez que todos nós temos ditadores a serem derrubados, como a pobreza, o desespero, o pecado, a doença e o medo é crucial conhecer a verdade que nos conclama à união, para reivindicar nosso direito à liberdade, à saúde e à felicidade.
Diferentes culturas oferecem diferentes nomes para essa verdade, mas a fé que existe nela está presente em todo o mundo. Em seu significado mais pleno, Cristo é um termo para a Verdade universal que transcende a religião chamada Cristianismo. Cristo é a mensagem do eterno amor de Deus para cada pessoa, a qual, em última análise, dissolverá toda opressão e divisão. As pessoas, em muitas áreas, incluindo a religião, estão empenhadas em provar que essa convivência harmoniosa entre diversos povos é possível e benéfica.
A maioria das denominações religiosas se concentra em primeiro lugar na unidade entre sua própria congregação, unidade essa que os membros de qualquer igreja sabem que requer um esforço contínuo! À medida que demonstramos essa unidade interior, ela pode nos levar a ir ao encontro do chamado do Cristo a nos unirmos com outras denominações, para que possam se apoiar mutuamente. Durante algum tempo, alguns Cientistas Cristãos nomeados pelA Igreja Mãe participaram de conversações com o Conselho Nacional de Igrejas nos Estados Unidos, uma organização de denominações cristãs empenhadas em trabalhar juntas em prol do propósito de Deus. Ao invés de perder a pureza e a força de suas convicções distintas, muitas pessoas envolvidas nessas conversações dizem que a compreensão de sua própria fé se aprofunda quando interagem com outros, e que isso resulta em maiores oportunidades de cura.
Durante uma ocasião em que a Ciência Cristã era estigmatizada de forma generalizada pelas igrejas estabelecidas, Mary Baker Eddy escreveu: “Nossa união com igrejas de outras denominações deve alicerçar-se no espírito do Cristo, que nos conclama à união. Não pode provir de nenhuma outra fonte”. Ela identificou a Oração do Senhor como um “ponto de convergência” que nos une “a todas as congregações que oram sobre a terra” (Pulpit and Press [Púlpito e Imprensa], pp. 21–22).
Uma vez que todos nós temos ditadores a serem derrubados, como a pobreza, o desespero, o pecado, a doença e o medo é crucial conhecer a verdade que nos conclama à união, para reivindicar nosso direito à liberdade, à saúde e à felicidade.
Quando a luta pela liberdade do mundo, ou nossa própria, se torna árdua, ajuda nos unirmos com os outros na oração que inclui amorosamente a todos, quando dizemos: “Pai Nosso”; isso confirma uma única natureza que adoramos e refletimos; um único reino governado por Deus; uma única boa vontade divina, que não pode ser anulada, assim na terra como no céu; uma única fonte espiritual que nos sustenta; um único Amor divino que corrige e perdoa todos os erros e que atua em nossos corações para que façamos o mesmo; uma única sabedoria que nos orienta e que nos livra de servir ao mal ou temê-lo; um único governo, poder e glória supremos, nos quais, por meio dos quais e para os quais vivemos agora e para sempre.
A oração fortalece nossa confiança na Verdade divina que pode repentinamente destruir a submissão à opressão. O mesmo artigo do Monitor, sobre a Tunísia, comentou: “A história está repleta desses grandes momentos de rápidas mudanças na psicologia de massa, ou seja, os momentos reveladores que destroem paradigmas, infiltram-se na mentalidade de grupo e, acima de tudo, deixam as pessoas tentando entender a razão pela qual alguma vez acreditaram naquilo que parecia tão real”.
O Cristo nos conclama a que constatemos juntos que quaisquer divisões ou condições escravizadoras, que possam parecer muito reais e insolúveis, não têm nenhuma realidade no reino de Deus, o qual está aqui mesmo e dentro de nós. Esse conhecimento se constitui em poder, compelindo-nos a reivindicar nossa liberdade e, assim, torná-la aparente. *
Editorial publicado originalmente em The Christian Science Journal de janeiro de 2012.