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REFLEXÃO

O poder restaurador e constante da Páscoa

Da edição de abril de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã

Christian Science Sentinel


A cada ano, a Páscoa nos proporciona um poderoso lembrete sobre o propósito e a capacidade do eterno Cristo de elevar a humanidade espiritualmente, a fim de restaurar o que parece ter se perdido em nossa experiência humana e, dessa maneira, propiciar- -nos um motivo de regozijo pelo fato de que esse Cristo está sempre ativo, redimindo e restaurando.

Atualmente, com nosso mundo enfrentando a ameaça de desastres naturais, ataques terroristas, instabilidade económica, guerras, proliferação de armas nucleares e doenças, as pessoas estão cada vez mais à procura de respostas satisfatórias, que venham reavivar a esperança e trazer um senso renovado de vida e de suas gloriosas possibilidades.

Não seriam essas respostas encontradas na mensagem verdadeira da Páscoa? O Cristo ressurgido se apresenta a toda a humanidade com a prova de que a vida não está na matéria nem é de matéria, mas que ela é inteiramente espiritual, está intacta e, portanto, pode ser vivenciada em renovação e restauração, aqui e agora, qualquer que seja a situação humana.

Após a crucificação e a ressurreição de Jesus, dois de seus discípulos (provavelmente parte dos 70 a quem Jesus designara para dar continuidade à sua missão) não conseguiam aceitar a ideia da ressurreição. Esses homens haviam acreditado que Jesus era o Messias prometido, e agora ele se fora. Muito embora várias mulheres tivessem dito a eles que o túmulo de Jesus estava aberto e vazio, e que elas tinham visto anjos que lhes disseram que Jesus ressuscitara, a evidência da morte de Jesus parecia tão real a esses discípulos, que eles sentiam- -se desprovidos de esperança. Eles deixaram Jerusalém com o coração partido e seguiram para a aldeia de Emaús, cerca de 11 quilómetros de distância, mas, para todos os efeitos e propósitos, eles estavam seguindo na direção errada, incapazes de ver além do que seus olhos e ouvidos haviam testemunhado.

Jesus comprovara o que havia ensinado acerca da verdadeira natureza de Deus como onipotente

Entretanto, Jesus não os condenou nem desistiu deles. O 24° capítulo do Evangelho de Lucas registra que Jesus os encontrou na estrada e caminhou com eles. Ele não fez nenhuma tentativa direta de mudar a atitude deles, nem de anunciar que estavam se dirigindo para a direção errada. Ao contrário, permitiu que o poder da Palavra tocasse seus corações, à medida que seguia com eles e os ensinava sobre as Escrituras.

Ao anoitecer, enquanto partilhavam uma refeição, os discípulos perceberam que era Jesus quem partia o pão e o abençoava. Nesse momento, ele desapareceu da vista deles. Mas imaginem a alegria e o senso de renovação, quando se deram conta de que a promessa da ressurreição de Jesus havia sido cumprida! Jesus comprovara o que havia ensinado acerca da verdadeira natureza de Deus como Espírito onipotente e onipresente; acerca de homens e mulheres criados à imagem e semelhança do Espírito e da consequente irrealidade da matéria, como também do testemunho obtido dos cinco sentidos físicos.

Essa afluência do Cristo, essa revelação da Verdade, restaurou a alegria dos discípulos, e eles voltaram a se dedicar à sua missão. Embora ainda estivesse escuro, eles imediatamente se dispuseram a retornar a Jerusalém, a fim de contar aos outros discípulos o que haviam visto. As estradas não eram seguras à noite naquela região, mas eles não se importavam mais com a evidência material. A luz com que o Cristo havia iluminado seus corações era suficiente para impulsioná-los a seguir em frente, independentemente das circunstâncias humanas.

Há necessidade de permitirmos que essa mensagem do Cristo eleve nosso pensamento

Existe uma extraordinária certeza nessa história para cada um de nós, quando nos encontramos em uma situação em que parece que algo, ou mesmo tudo quanto amamos e valorizamos, foi tirado de nós. A demonstração de Jesus a respeito da incapacidade das circunstâncias materiais de alterar a permanência de sua vida em Deus, é um exemplo para qualquer pessoa seguir seu próprio caminho de discipulado. Pois, como deixou claro o Apóstolo Paulo: “...a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Colossenses 3:3).

Quer a incerteza ou a perda que enfrentamos seja pequena ou grande, o Cristo está disponível para nos oferecer o mesmo senso de renovação que Jesus encontrou em seus três dias no túmulo e que esses discípulos descobriram no caminho para Emaús. Entretanto, há necessidade de permitirmos que essa mensagem do Cristo eleve nosso pensamento até o reconhecimento de uma perspectiva espiritual acerca da realidade. Em um dos parágrafos de Ciência e Saúde, com o título marginal: “Individualidade renovada”, Mary Baker Eddy escreveu: “Sintamos a energia divina do Espírito, que nos leva à renovação da vida e que não reconhece poder algum, mortal ou material, como capaz de praticar alguma destruição. Regozijemo-nos por estarmos sujeitos às divinas 'autoridades que existem’ ” (p. 249).

Tenho vivenciado o poder renovador do Cristo muitas vezes em minha vida. Um pequeno exemplo surgiu logo após a faculdade, quando encontrei um emprego para lecionar na escola onde eu acabara de fazer o treinamento como professora. Desejava realmente começar em uma escola onde eu já conhecesse o corpo docente e os alunos, ao invés de enfrentar um ambiente completamente novo. Fiquei entusiasmada com aquela oferta de emprego, e meu marido e eu decidimos comprar uma casa e um carro mais novo.

Essa perspectiva do Cristo, sem limites de tempo ou espaço, permite-nos esperar ouvir a mensagem atemporal de esperança

Fiquei atordoada quando, um pouco antes de começar o ano letivo, fui contatada pelo diretor com a notícia de que alguém, com mais tempo de serviço no sistema escolar, havia solicitado uma transferência para essa escola e que lhe fora dada a minha vaga. De acordo com os termos do meu contrato de trabalho, eu estava agora sem o cargo. Raiva e ressentimento pareciam uma reação natural, bem como o medo dos pagamentos da casa e do carro que já se esboçavam no horizonte. Estava tão próximo o início do ano letivo, que parecia impossível que qualquer outra coisa satisfatória pudesse surgir para mim. Estivera orando sobre emprego e finanças domésticas, antes que esse trabalho me tivesse sido oferecido, e estava convencida de que esse emprego era a provisão de Deus para mim. Mas, agora parecia que todas as minhas esperanças haviam sido frustradas. Podia facilmente me juntar àqueles discípulos no caminho de Emaús, sentindo-me triste e sem esperança.

Enquanto orava sobre minha situação, veio-me ao pensamento que o Cristo, que Jesus tão perfeitamente demonstrou, havia sido definido de uma forma muito útil e esclarecedora pela Sra. Eddy como: “...a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (Ciência e Saúde, p. 332). Essa perspectiva do Cristo, sem limites de tempo ou espaço, permite-nos esperar ouvir a mensagem atemporal de esperança juntamente com a promessa de renovação e restauração, independentemente das circunstâncias. Ocorreu-me que eu precisava deixar o Cristo elevar meu pensamento acima daquele cenário muito limitado de perda e carência, de tristeza e desgraça, para que eu pudesse olhar para a situação sob uma luz mais espiritual e, assim, desviar o olhar do quadro assustador e desolador de insegurança económica.

Aos poucos, comecei a sentir uma convicção profunda de que cada indivíduo, criado por Deus, tem um lugar e um propósito que lhes são únicos no reino dEle. Nunca houve um momento em que alguém pudesse tomar meu lugar, ou um momento em que eu não tivesse um lugar especial para ocupar. Veio- -me ao pensamento, de forma muito clara, a ideia de me candidatar a uma vaga em outra escola da região, ao invés de esperar que o município tentasse encontrar uma vaga para mim.

Aos poucos, comecei a sentir uma convicção profunda de que cada indivíduo, criado por Deus, tem um lugar e um propósito que lhes são únicos no reino dEle.

Isso fez com que minha alma se alegrasse ao ver tanto progresso

Levei adiante meu compromisso de ligar para aquela escola todos os dias, sem ansiedade. A luz da mensagem do Cristo dissolvera a raiva, o ressentimento e o medo que haviam permeado meus pensamentos. Fiquei confiante de que eu estava sujeita somente “às divinas autoridades que existem”. De fato, sentia-me da mesma maneira que os discípulos devem ter sentido-se quando retornaram para Jerusalém, a fim de encontrarem o Cristo ressurgido, ou seja, elevados, inspirados e novamente dedicados a fazer a vontade de Deus. Para minha alegria e gratidão, realmente surgiu uma vaga e fui admitida seis semanas após o início do ano letivo.

Ainda que outras pessoas estejam enfrentando desafios bem mais sérios, a mensagem universal da Páscoa para todos é a da ressurreição do túmulo das perdas terrenas, da frustração e do desânimo, para o reconhecimento do Salvador ressurgido, eternamente conosco, restaurando, regenerando e renovando nossa esperança e alegria, sempre presentes.

Em 1989, após o Furacão Hugo ter destruído casas à beira mar de várias ilhas em Charleston, onde eu moro na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, bem como ter danificado seriamente casas, estabelecimentos comerciais, escolas e a vegetação em todo o município, era tentador perder as esperanças de ver a cidade reconstruída novamente. Mas, quando sobrevoei o aeroporto de Charleston, dois anos depois daquela tormenta, tudo o que pude ver foram novos prédios, novos telhados, praias restauradas e melhorias por toda parte. Isso fez com que minha alma se alegrasse ao ver quanto progresso resultara daquela destruição.

O verdadeiro poder da Páscoa está no triunfo de Jesus sobre aquele ódio contra a Verdade e o Amor

As mesmas possibilidades existem para outras áreas atingidas por forças destrutivas em anos recentes, especialmente para o Haiti e Chile. Por exemplo, muitos haitianos se uniram para desenvolverem um dispositivo na Internet chamado “Haiti 2.0” com a finalidade de ajudar a melhorar o governo, as oportunidades econômicas, a educação, a ética nos negócios e as questões ambientais em seu país. Isso talvez possa ser visto apenas como uma das inúmeras oportunidades, ao redor do globo, de se reconhecer o poder que o Cristo ressurgido tem de elevar o pensamento e trazer a todos ideias inovadoras, um empenho renovado, uma maior fraternidade, bem como um reconhecimento mais elevado da natureza de nosso Pai, que todos nós temos em comum, como o infinito Amor divino.

Enfrentar esses desafios, seja em nossa vida pessoal ou no mundo, não é fácil. Jesus disse às pessoas que o rodeavam para tomarem a cruz e segui-lo (ver Marcos 8:34). Eddy descreveu a cruz como “o ódio do mundo contra a Verdade e o Amor” (Ciência e Saúde, p. 50). Esse ódio contra Deus e Sua criação se apresenta em nossa experiência humana por meio do testemunho dos cinco sentidos físicos, que argumentam em favor da presença e da validade do mal, sob todas as formas imagináveis. Se verdadeiramente vamos seguir Jesus, isso precisa ser feito obedecendo aos seus mandamentos e nos recusando a ficar intimidados pela evidência física de discórdia que tentaria nos convencer de que Deus ou causa o mal ou permite que ele exista. O verdadeiro poder da Páscoa está no triunfo de Jesus sobre aquele ódio contra a Verdade e o Amor, o que vem provar a eterna existência do Cristo e mostrar que ele está sempre disponível para ajudar a todos nós a enfrentar os desafios à supremacia da bondade de Deus, com os quais nos defrontamos todos os dias.

O Cristo é atemporal e sempre traz o doce senso de renovação. Especialmente nesta época, todos nós podemos nos unir para dar as boas-vindas ao Cristo diariamente, em qualquer situação.

O Cristo é atemporal e sempre traz o doce senso de renovação. Especialmente nesta época, todos nós podemos nos unir para dar as boas- -vindas ao Cristo diariamente, em qualquer situação. Podemos deixar que a Páscoa nos lembre da constância e do poder do amor e do cuidado de Deus por todos nós, juntamente com a capacidade que Deus tem de renovar e restaurar tudo o que pareça ter se perdido. Que ótimo motivo para nos regozijarmos! *

Artigo publicado originalmente na edição do Christian Science Sentinel.

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