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REFLEXÃO

Afastar-se do ”ego”

Da edição de julho de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã

The Christian Science Journal


Em certas ocasiões, parece que estamos à mercê do nosso temperamento, do nosso estado de ânimo, os quais talvez sejam quase sempre bons, mas que podem se deteriorar sob o estresse das circunstâncias.

É fácil nos sentirmos repletos de amor e afeição, quando calmamente oramos e estudamos! Mas, à medida que iniciamos as atividades do dia, as oportunidades (disfarçadas em dificuldades) de decidir como iremos reagir, logo aparecem: um amigo que está sempre atrasado, uma pessoa da família que nunca expressa gratidão pelos nossos esforços, um motorista que corta a nossa passagem no trânsito.

Há séculos, o Apóstolo Paulo escreveu em uma carta a uma igreja que enfrentava desafios em Roma: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim” (Romanos 7:19, 20).

Ao reconhecermos que os maus pensamentos, que produzem as más palavras e ações, não se originam em nós nem provêm de Deus, estamos dando um notável passo de progresso em direção à liberdade genuína e à bondade. A recusa dos pensamentos nocivos, e a compreensão de que eles não fazem parte da nossa verdadeira identidade, nos eleva e separa deles e dos prejuízos que nos trazem.

Se fortificarmos nossas defesas mentais, seguros de que toda a força da presença e do poder de Deus, o Amor divino, está exatamente aqui conosco, estaremos receptivos às mensagens angelicais de Deus. Essas inspirações divinas proporcionam o calmo equilíbrio, o domínio e a autoridade que abençoam qualquer situação. Não estaremos à mercê das ações de outras pessoas, se estivermos alinhados à bondade de Deus. Essa aliança mental com a própria infinidade pode ser estabelecida e mantida ao longo de todo o dia, mediante uma autodisciplina mental, pela escolha de pensamentos bons, generosos e amorosos, em vez de sentimentos de raiva e irritação, e de uma atitude autodefensiva.

À medida que estabelecermos mentalmente nossa identidade espiritual como a semelhança de Deus, de forma persistente, refletindo-O a cada momento, vivendo cada vez mais como Seu reflexo, nossa individualidade espiritual permeará nossa consciência e, por conseguinte, nossa vida diária. Isso resulta em pequenos passos em direção à bondade, da qual talvez não estejamos conscientes, até que uma determinada situação se repita, e então lidamos com ela de maneira mais equilibrada, mais gentil e, principalmente, de maneira mais amorosa.

Aqui está um exemplo de algo que achava de menor importância, mas que, na verdade, foi uma pequena vitória moral em minha jornada rumo ao Espírito.

Certo dia, quando cheguei ao salão de beleza para minha habitual hora marcada, meu cabeleireiro parecia aborrecido. Contou-me que, quando havia verificado sua agenda para aquele dia, percebeu que eu havia cancelado meu horário e que outra cliente, também chamada Charlene, estava marcada para um horário mais cedo naquele dia. Como ela não apareceu, ele percebeu que a recepcionista havia cancelado o horário da Charlene errada.

Tanto ele quanto a recepcionista tentaram se desculpar. Compreendi a confusão e sorri gentilmente, mantendo silêncio enquanto ele fazia alguns cálculos mentalmente. Em seguida, perguntou-me se eu poderia voltar em uma hora, o que lhe daria tempo para me encaixar em outro horário.

Assegurei-lhe que, como havia trabalhado durante o horário do almoço, isso me daria tempo para fazer uma refeição calmamente. Sorri, agradeci e saí.

Nada muito difícil, correto? Sim. Dessa vez não foi complicado.

No entanto, alguns anos antes a mesma situação havia ocorrido em outro salão, com outro cabeleireiro, e eu não conseguira lidar tão bem com a circunstância. O que acontecera comigo naquela ocasião para alterar de modo tão significativo a maneira de lidar com essa mesma situação agora?

Gosto de pensar nisso como um passo em direção à bondade. Mary Baker Eddy nos deu esta regra prática: “Cada passo em direção à bondade é um afastar-se da materialidade e é uma tendência em direção a Deus, o Espírito” (Ciência e Saúde, p. 213).

À medida que despertamos para nossa natureza crística, descobrimos que a maneira como pensamos, falamos e agimos se adaptam, de forma mais consistente, a um padrão mais elevado, mais espiritual, que alcança as muitas atividades da nossa vida. A família do ego: presunção, vontade própria, justificação própria é detectada, silenciada ou expulsa mais rapidamente quando tenta influenciar a maneira como reagimos aos acontecimentos. A consciência das próprias faltas secretas e dos pecados ocultos, dos quais o Salmista humildemente se lamentou quando escreveu: “Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas” (Salmos 19:12), tem sua resposta em Provérbios, mediante este mandamento de autopurificação: “...retira o teu pé do mal” (Provérbios 4:27). É necessário um esforço consciente e consciencioso de nossa parte para expulsar o egoísmo (de qualquer maneira, ele não faz parte da nossa natureza real mesmo) e ouvir e atender aos motivos puros e sagrados, que fluem do Amor divino (nossa verdadeira e única natureza). Esse esforço sempre resulta em paz e em muitas bênçãos.

A Ciência Cristã nos ensina a nos identificarmos como o reflexo espiritual de Deus, com nossa consciência e identidade que fluem da bondade e da perfeição absolutas de Deus. Uma análise profunda dessa verdade do ser, combinada com a disposição de sermos transformados, de manifestarmos o espírito do Cristo, muda nosso coração e nossa vida. Ela desenvolve em nós uma convicção profundamente arraigada do bem, que permanece inabalável diante das situações externas.

Essa espiritualização do pensamento e cristianização do caráter não são de imediato, mas isso não deve ser motivo para desânimo ou procrastinação. Um antigo provérbio chinês afirma o seguinte: “A jornada mais longa começa com um único passo”. Por meio de uma pequena, porém, persistente tendência em direção ao Espírito, vencemos o egocentrismo e cedemos à nossa genuína bondade crística.

Artigo impresso originalmente na edição The Christian Science Journal.

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