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DOMÍNIO

Rompendo a influência do vício

Da edição de julho de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã

Christian Science Sentinel


Se você, ou um ente querido, está lutando contra o vício, saiba que há esperança. Existe uma lei do bem que está em ação, tanto na sua vida quanto na de outros.

Essa lei de Deus independe da compreensão que temos dela, da mesma forma que a lei da gravidade não opera somente para aqueles que são versados em física. A lei da gravidade está em operação, quer a pessoa a compreenda ou não. A lei do bem está operando no universo, quer estejamos conscientes desse fato ou não. Essa lei do bem, imanente do Princípio divino, age continuamente na proteção daquilo que tem valor, e remove tudo o que não tem.

Enquanto escrevia este artigo, certa mãe enviou-me um email perguntando o que os pais podem fazer a respeito de jovens que usam drogas. Um pai também me disse que estava gastando as economias de uma vida inteira para pagar um tratamento, a fim de impedir que sua filha se autoflagelasse, cortando-se toda.

Reportagens nos jornais denunciam pessoas (algumas são estudantes) que se tornaram escravas de video games e sites pornográficos.

Enquanto refletia sobre essas situações, ocorreu-me que a lei do bem remove o prazer ilusório das substâncias que causam dependência e a compulsão para comportamentos prejudiciais. Essa lei estabelece o desejo por segurança e liberdade, no coração de cada indivíduo. Ela nutre cada pensamento e desejo corretos. A lei de Deus, a lei do bem, pode ser sentida até mesmo em meio ao caos, e tem um poderoso efeito transformador. Quando as pessoas estão receptivas ao bem, a atividade da lei divina as desperta e guia. Para aqueles que estão apegados a hábitos destrutivos, a operação da lei divina talvez pareça agravar os sintomas. Mas, eles podem descansar na certeza de que a lei do bem está produzindo um efeito positivo. A lei de Deus rompe a habitual resistência, quer esse rompimento ocorra em um único claro momento da Verdade compreendida, ou após um trabalho persistente em que os maus hábitos ruem diante da ação da lei de Deus.

Em certa ocasião, quando eu era capelã em um abrigo para pessoas sem-teto, fui solicitada a fazer uma visita a uma instituição local, onde a área de recepção estava em estado caótico. Perto de 100 pessoas moviam-se impacientemente, gritando, praguejando ou dormindo por estarem bêbados ou drogados, amontoando-se em todos os lugares e cantos. Prostitutas e traficantes de droga exerciam suas atividades abertamente, de uma forma que eu jamais havia imaginado. Era um local onde os vícios e seus efeitos estavam indiscutivelmente à mostra. Ninguém queria conversar com a capelã (eu), então procurei um assento vazio e sentei-me para silenciosamente ler e orar. Mas, o barulho era tão intenso que não conseguia me concentrar.

Fechei os olhos para me livrar do caos visível. Deixei de ouvir a miríade de conversas, ao parar de me interessar por elas ou de me sentir chocada com elas. Então, sintonizei-me com Deus. Para mim, sintonizar-se com Deus significa pensar profundamente sobre as verdades espirituais relacionadas ao divino. Examinei profundamente o fato de que Deus é todo-poderoso, que o Espírito divino está presente em toda parte. Ponderei também sobre o significado de Deus como o bem, o Criador somente do bem. Nesse caso, sintonizei-me com Deus, afirmando que a lei do bem estava em ação e que o Cristo estava ali, exatamente onde a conduta descontrolada havia se instalado. O Cristo estava no controle.

Cristo é a mensagem divina que traz salvação e cura a toda a humanidade. O Cristo resgata aquilo que é bom e remove tudo o que é dessemelhante do bem, em outras palavras, o mal.

Cristo é a mensagem divina que traz salvação e cura a toda a humanidade. O Cristo resgata aquilo que é bom e remove tudo o que é dessemelhante do bem, em outras palavras, o mal. A presença do Cristo resulta na destruição do mal. Eu não estava esperando que o homem Jesus aparecesse, de repente, no meio daquele ambiente, apesar de que seria bastante emocionante. O Cristo é o divino poder sanador e salvador, o qual Jesus pregou e vivenciou nesta terra. Jesus, como o filho de Deus, incorporou e demonstrou o Cristo salvador. Aqueles que o ouviram e seguiram, aprenderam que podiam confiar no Cristo sanador e aplicar seus ensinamentos para salvar tanto a eles mesmos quanto aos outros: “...aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (João 14:12).

Como uma pessoa que crê fervorosamente nas palavras e nas obras de Jesus, comecei afirmando silenciosamente que “o Cristo está aqui.” No início, nada aconteceu. Hábitos arraigados e enrijecidos nem sempre cedem à primeira oração mental. Mas, toda oração tem um efeito sanador. Assim, persisti, atendo-me ao mesmo fato espiritual, cada vez mais certa de que o Cristo está sempre presente, ativo e salvando.

Dentro de poucos minutos, um homem apareceu na minha frente e gritou para que eu parasse o que estava fazendo. Olhei para ele um pouco surpresa, uma vez que tudo o que eu estivera fazendo era orar silenciosamente. Então, comecei a sorrir ao perceber que o trabalho do Cristo, a Verdade, estava começando a romper, na consciência, o domínio da mentalidade de dependência. Esse homem havia sentido o Cristo e não gostara! Antes que eu pudesse dizer uma única palavra, outra pessoa disse a ele que me deixasse em paz. O homem se retirou contrariado.

Poucos minutos depois, uma senhora anunciou que eu estava arruinando seu negócio (prostituição). Simplesmente olhei para ela e declarei silenciosamente: “O Cristo está aqui”. Ela saiu do prédio. O ambiente se tornou mais silencioso. Os praguejamentos pararam. As pessoas começaram a sair. Um homem sentou-se ao meu lado e me pediu o Sentinel que estava em minha mão e começou a lê-lo. Em menos de meia hora, todos os que ficaram no local pareciam despertos, quietos e agindo de maneira respeitosa. Eu não havia dito nem duas sentenças. Os funcionários me disseram que era um milagre.

Como é reconfortante para aqueles que oram para outras pessoas saber que o Cristo salvador, ou ”influência divina”, já está atuando no pensamento da pessoa que precisa de ajuda.

O Cristo estava lá. A lei do bem estava em ação. Basta apenas uma pessoa manter o pensamento firme nesse fato espiritual para romper o mesmerismo de todos em um determinado ambiente. Não estou sugerindo que todas aquelas pessoas se tornaram limpas, sóbrias e virtuosas naquela meia hora. Mas, o impacto de minha afirmação mental do poder e da presença do Cristo ficou evidente.

O poder sanador do Cristo opera incessantemente em toda consciência humana, até que seja percebido, compreendido e obedecido. Em seu livro “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”, Mary Baker Eddy usou o nome hebraico para Cristo, Emanuel, que literalmente significa “Deus conosco”. Ela explicou que Emanuel é “uma influência divina, sempre presente na consciência humana, e que se repete...” (Ibidem, p. xi).

Como é reconfortante para aqueles que oram para outras pessoas saber que o Cristo salvador, ou “influência divina”, já está atuando no pensamento da pessoa que precisa de ajuda. Não temos de estar pessoalmente presentes. Não temos de saber as palavras certas para convencer a pessoa a abandonar uma conduta destrutiva. O Cristo está consistentemente falando a verdade sanadora até que ela seja compreendida e aceita.

Talvez pudéssemos considerar a possibilidade de dar os passos práticos, no sentido de remover influências que geram a dependência, ou mudar uma pessoa para um ambiente mais sadio e seguro. Como disse a Sra. Eddy, ao falar sobre a oração no tratamento da Ciência Cristã: “Na prática metafísica é igualmente importante que as mentes que rodeiam teu paciente, não atuem contra tua influência, expressando de contínuo opiniões tais que possam alarmá-lo ou desanimá-lo — seja mediante conselhos antagônicos ou mediante pensamentos não expressos que pousem no teu paciente. Conquanto seja certo que a Mente divina pode remover qualquer obstáculo, ainda assim é preciso que teu ouvinte te ouça” (Ibidem, p. 424).

O poder sanador do Cristo opera incessantemente em toda consciência humana, até que seja percebido, compreendido e obedecido.

Quando penso nisso faço uma analogia com uma estufa. Quando se plantam sementes em um solo fértil, é importante que elas sejam protegidas em um ambiente seguro. Um ambiente quente demais pode fazer com que os brotos tenros sejam queimados. Em um ambiente frio demais a semente pode não germinar ou crestar-se. No ambiente protetor da “estufa” de Deus, os brotos são protegidos e nutridos o suficiente para crescerem sozinhos, exatamente como uma pessoa, que dá os primeiros passos para se libertar de substâncias que causam dependência ou de comportamentos compulsivos, precisa estar mental, emocional e fisicamente protegida e nutrida.

A atmosfera da casa de Deus está repleta de qualidades morais e espirituais, frutos do Espírito, sobre as quais o Apóstolo Paulo diz: “contra estas coisas não há lei”. Elas incluem “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (ver Gálatas 5:22, 23). Essas são as qualidades incluídas na lei de Deus, e que nutrem o bem na vida. Várias dessas qualidades estão descritas em Ciência e Saúde: “Moral. Humanidade, honestidade, afeto, compaixão, esperança, fé, mansidão, temperança”. Também: “Espiritual. Sabedoria, pureza, compreensão espiritual, poder espiritual, amor, saúde, santidade” (Ibidem, pp. 115, 116).

Expressar essas qualidades nos ajuda a evitar o calor da raiva, da frustração e da inveja, bem como a frieza da crítica, a queixa e a comparação, que tendem a pisotear os esforços iniciais de alguém tentando se libertar do vício. As sementes da verdade deveriam ser nutridas em uma atmosfera moral e espiritual, a fim de permitir que elas lancem raízes no pensamento e transformem vidas.

Aqueles que têm orado diligentemente, talvez durante anos, e sentem-se desanimados porque o vício não perdeu seu domínio, podem saber que o Cristo, a Verdade, é, em última análise, sempre o vencedor. A Verdade tem a última palavra. O Amor vence a condenação. É aquilo que Paulo, o Apóstolo, chamou de “mente carnal”, o que perde ânimo. Mas, a certeza de Paulo é que todos nós temos “a mente do Cristo”, que conforta e seguramente cura e salva.

Somos todos ternamente amados. Nenhum de nós jamais fracassou. Em qualquer situação, nossas orações podem ter um efeito sanador. O Cristo está presente e agindo mediante a lei divina do bem, a qual alcança e liberta cada indivíduo.

Artigo publicado originalmente na edição Christian Science Sentinel.

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