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SEGURANÇA

Nosso único e verdadeiro Pai

Da edição de julho de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã

Christian Science Sentinel


Gentil presença, gozo, paz, poder,
Divina Vida, reges o porvir;
Susténs da avezinha o voejar,
Meu filho guarda em seu progredir.

Refúgio verdadeiro é o Amor.
As armadilhas são visões mortais.
Bem perto está Seu lar acolhedor,
Seu braço cinge a mim,
e a tudo o mais.

Feliz me faz’ por meu atroz chorar,
Por desalento, ingratidão, desdém.
Espera ama, ante ódio e mal,
Pois perda é ganho. Deus é
o sumo bem.

Mary Baker Eddy,
Hinário da Ciência Cristã, 207.

Certa mãe, solitária e oprimida por sua situação, cai em prantos. Seus recursos se esgotaram e ela tem poucas esperanças de que seu filho sobreviva. Mas, justamente quando tudo parece perdido, ele ouve uma mensagem espiritual que modifica aquela circunstância. Ao erguer os olhos, ela vê um poço com a tão necessária água que sustenta a vida, em pleno deserto árido, onde ela e seu filho haviam sido abandonados.

Que profunda reverência essa mãe deve ter sentido naquele momento! Era uma confirmação de que seu desespero não tinha razão de ser, uma vez que Deus sabia das necessidades de seu filho e já havia provido o suprimento.

Essa história sobre Agar e seu filho Ismael, relatada no início da Bíblia (ver Gênesis 21), mostra que não são apenas profetas e sacerdotes que comungam com o Divino. Uma humilde mãe, nesse caso uma escrava, tem condições de discernir a orientação de Deus e de sentir o constante cuidado dEle, preservando tanto o bem-estar de seu filho naquele momento, como sua futura prosperidade.

Por quê? Porque Deus é a verdadeira essência do próprio Amor. Como Criador e Sustentador de todo o universo, esse Princípio do amor, eterno, imparcial e todo-abrangente, sustenta cada indivíduo com Sua infinita ternura e força. Deus é nosso único e verdadeiro Pai- -Mãe. Por conseguinte, cada um de nós tem acesso direto a esse confiável e seguro amor de Deus, onde quer que estejamos, sempre que dele necessitamos.

Do medo à confiança

O que Agar ouve em seu momento de necessidade ilustra como o cuidado espiritual transforma a situação. Esse cuidado começa mudando a sua própria perspectiva mental. A Bíblia descreve um anjo perguntando a ela: “Por que é que você está preocupada, Agar?” (Gênesis 21:17).

A pergunta deve ter soado incompreensível para ela. “O que me preocupa? Fala sério?! Olha a dificuldade em que estamos!”

Agar estava tão enredada na extensão do problema, que, sob a perspectiva divina dos recursos infinitos de Deus, simplesmente não existia. Mas como transformar o medo e a dúvida debilitantes, que ela sentia, em uma confiança realista e em expectativa do bem?

A transmissão divina‚ de inspiração e percepção, rompe a ansiedade dos pais‚ substituindo-a por um profundo senso da presença de Deus. Como pais‚ compreendemos que não estamos sozinhos‚ que nunca estamos separados do bem‚ nem o estão nossos filhos.

Muito ajuda se tivermos um anjo chamando nossa atenção! Agar foi tranquilizada pelo anjo: “Não tema, pois Deus ouviu a voz do menino daí mesmo onde ele está. Anime-se! Levante o menino e segure-o firme com sua mão, porque farei dele uma grande nação” (Gênesis 21:18, Versão Inglesa Padronizada).

A Ciência Cristã expande nossa compreensão sobre anjos, para muito além do senso mítico de seres invisíveis com asas, até um senso prático, que significa: “Pensamentos de Deus que vêm ao homem; intuições espirituais, puras e perfeitas” (Ciência e Saúde, p. 581). A transmissão divina, de inspiração e percepção, rompe a ansiedade dos pais, substituindo-a por um profundo senso da presença de Deus. Como pais, compreendemos que não estamos sozinhos, que nunca estamos separados do bem, nem o estão nossos filhos. Estamos vivenciando “Emanuel” ou “Deus conosco” (Mateus 1:23).

Podemos sentir o peso da responsabilidade de cuidar dos filhos sendo removido de ombros humanos e levado para os ombros divinos. O cuidado todo-abrangente que nosso Pai-Mãe, Deus, tem para com cada um de nós, pertence somente a Ele. Tanto os pais quanto os filhos são os amados de Deus, e todos “habitam sobre Seus ombros” (Deuteronômio 33:12, Nova Versão King James).

Isso não quer dizer que os pais devam abrir mão desse cuidado e não fazer nada, esperando passivamente que alguma intervenção misteriosa venha lá do alto. Longe disso! As ordens dadas a Agar foram muito claras no sentido de que ela se comprometesse, se envolvesse e tomasse as necessárias medidas específicas com relação ao sustento do menino. Consequentemente, ela estava fazendo isso com a convicção de que a inteligência, a substância e a provisão, que estavam muito além do que ela podia oferecer, estavam presentes e ativas.

O Amor divino fala ao coração de cada um, de forma compreensível e irresistível.

Ciência e Saúde aconselha: “Quando se trata de uma criança pequena ou de um bebê, é preciso enfrentar o caso principalmente por meio do pensamento dos pais...” (p. 412). A oração prática e eficaz na Ciência Cristã faz com que o pensamento dos pais se volte para Deus. Ela substitui qualquer senso acerca da nossa própria inadequação, pela calma convicção de que o amor infinito de Deus é mais do que suficiente para atender a todas as necessidades humanas. Tranquilos e reconfortados, os pais se tornam mais receptivos para perceber todo o bem que Deus provê e para participar desse bem com a criança. É exatamente isso o que Agar faz com Ismael. Ela vê o poço, retira a água dele e ambos, ela e seu filho, saciam a sede.

Um relacionamento direto

Como pais, muito frequentemente sentimos a necessidade de desempenhar o papel de um intercessor perpétuo para nossos filhos, o papel de um intermediário para todas as suas respostas ou soluções. Na verdade, é correto e normal interferir na vida deles em alguma situação que seja potencialmente perigosa, a fim de nos certificarmos de que estejam a salvo e seguros. Entretanto, mais frequentemente ainda, nós vamos muito além da vigilância e proteção necessárias, que beiram uma intromissão interminável. Intrometemo-nos entre eles e seus professores, entre eles e seus treinadores, entre eles e seus amigos, entre eles e suas escolhas e, até mesmo, entre eles e sua saúde e bem-estar inatos. Podemos nos tornar “pais do tipo helicóptero”, ou seja, sempre pairando sobre os filhos, com nossas preocupações e dúvidas zumbindo como o barulho de hélices sempre se movendo sobre eles. É nosso constante ruído mental, nossa constante preocupação: “Podemos realmente mantê-los a salvo”?

Mas o que Agar compreendeu foi que Deus já tinha um relacionamento direto com Ismael. Deus ouvira o menino de onde ele estava chorando. Agar não precisou interferir para que as coisas acontecessem. Ela só precisou recuar e ver como Deus estava suprindo exatamente aquilo que era necessário.

É dessa comunicação entre Deus e cada um de Seus filhos, que todos os pais podem obter consolo. Essa comunicação ocorre momento a momento, ano após ano. Ela conforta nossos filhos quando estão longe de casa, quer estejam acampando pela primeira vez ou trabalhando para uma organização sem fins lucrativos em um país estrangeiro. É ela que corrige a desobediência teimosa de uma criança em público, a protege de perseguição e intimidação no corredor da escola ou orienta um adolescente contra a pressão da turma nas festas de fim de semana. O Amour divino fala ao coração de cada um, de forma compreensível e irresistível.

Ninguém foi mais claro sobre esse relacionamento direto com nosso Pai-Mãe verdadeiro do que Jesus, até mesmo chamando a Deus como uma criança O chamaria ao usar o termo Abba, ou “Papai”. O modelo de oração que ele ensinou a seus discípulos, a Oração do Senhor, começa redefinindo todas as nossas relações familiares com a clareza do Cristo. As duas primeiras palavras identificam explicitamente Deus como “nosso Pai”. Nosso, de todos nós. Não mais pai para um do que para outro. Ao contrário, Deus é o Pai-Mãe de todos. Uma vez que somos a imagem e semelhança de Deus (ver Gênesis 1:26), refletimos e expressamos as qualidades divinas de paternidade e maternidade, quando amamos e cuidamos dos filhos em nossos lares. Mas, jamais poderemos substituir aquele relacionamento fundamental que uma criança sempre tem com Deus.

Tão logo compreendemos que não temos o monopólio sobre as qualidades paternas e maternas que os pais apenas refletem, compreendemos como essas qualidades envolvem continuamente nossos filhos. Meu marido e eu sempre ficávamos impressionados com as inúmeras maneiras com que nossos próprios filhos percebiam e sentiam o Amor, o Pai-Mãe, em sua vida, por meio de tias, tios, avós, professores, monitores de acampamentos, treinadores, amigos e vizinhos, até mesmo, de estrangeiros, quando viajavam ao exterior. Observamos esse amplo circulo de paternidade e maternidade espiritual fazendo surgir o melhor em nossos filhos, ou seja, confiança, alegria, integridade, liderança, sucesso. Em troca, vimos nossos filhos transmitindo esse mesmo tipo de amor e sabedoria aos seus amigos e àqueles que eles estavam orientando. Todos podem refletir o amor do Amor, em qualquer idade e em qualquer relacionamento.

Uma ajuda presente

Ao longo dos anos, temos visto como o volver-se a Deus, como o verdadeiro Pai-Mãe, revelou as respostas que nossos filhos necessitavam. Isso incluiu a saúde e o bem-estar deles. A oração abriu nossos olhos a fim de vermos como Deus cuida de cada filho, não importando o que estivessem enfrentando, quer fosse um acidente ou uma doença. Embora sempre estivéssemos abertos a buscar qualquer providência necessária para assegurar a proteção e a saúde deles, descobríamos, de forma consistente, que a cura espiritual era rápida e eficaz.

Não foi só a nossa família que se beneficiou com essa abordagem espiritual sobre o cuidado com os filhos. Vimos isso acontecendo com outras famílias que também praticam a Ciência Cristã.

Uma amiga minha foi despertada depois de meia-noite, por ouvir sua filha chorando. Foi até ela e descobriu que estava com uma dor aguda no abdome. Permaneceu ao seu lado para confortá-la, e seu marido entrou imediatamente em contato comigo e me pediu que orasse com eles, a fim de ajudá-los a ver, como Agar fez, que Deus estava suprindo plenamente as necessidades da criança. Assegurei a eles que Deus era a fonte de tudo e que tudo estava bem. Não havia nenhuma outra fonte para criar qualquer mal. Todo senso de discórdia precisa ceder ao amor sempre presente e todo-poderoso de Deus. Também pedi ao pai para me chamar de volta dentro de 15 minutos, uma vez que a expectativa era de um rápido retorno à normalidade.

Todos nós nos volvemos incondicionalmente a Deus para vermos claramente as verdades espirituais do Amor divino, substituindo o sentido físico de dor e angústia pelo verdadeiro conforto, e restabelecendo a manifestação natural de saúde da criança. Pouco depois, os pais ligaram para confirmar que a dor havia desaparecido por completo e que sua filha voltara a dormir tranquilamente. Na manhã seguinte, ela foi à escola com seu habitual entusiasmo.

No meio da note, ou em qualquer outra hora em que nos deparamos com uma necessidade imediata, temos a capacidade, por meio da oração, de reconhecer que Deus está presente, está cuidando de nossos preciosos filhos, e de que podemos ver a plena evidência desse fato.

Mas, o que dizer ao sentir esse cuidado espiritual em um cenário caótico de um jogo de futebol do time do ensino médio, com técnicos, treinadores, professores e uma multidão de pais assistindo? Essa foi a experiência de outra amiga que não pôde estar presente naquele determinado jogo. Seu filho, goleiro, envolveu-se em uma grave colisão no campo, a qual o deixou inconsciente. Minha amiga ora diariamente por sua família, aprofundando a confiança em Deus como o único e verdadeiro Pai-Mãe. Ela sabe que nem sempre pode estar presente, mas que o Amor divino está sempre com eles, suprindo qualquer necessidade que possam ter.

Quando reconhecemos a Deus como o único Pai de todos, estamos aptos a ser bons pais para nossos filhos e cuidamos deles em nossos lares e em nossas comunidades, com o Amor divino no comando.

Aconteceu que, dessa vez, a tia e o tio do rapaz estavam assistindo ao jogo, nessa única vez em todos os anos em que o sobrinho foi goleiro. Eles estavam ligando para a mãe para informar o que estava acontecendo, quando seu filho recobrou a consciência e foi retirado do campo. Como o incidente havia ocorrido na propriedade da escola e com tantas pessoas preocupadas com ele, o rapaz foi levado para o pronto-socorro de um hospital local. Mas, enquanto ele ainda estava a caminho do hospital com os tios, a mãe ligou para mim para que eu orasse com eles pelo rapaz.

A Ciência Cristã nos ensina a olhar além da perspectiva humana relativa a uma situação, a fim de vermos a lei divina em operação, destruindo qualquer aparência de acidente ou interrupção da integridade e inteireza espiritual. Ciência e Saúde explica: “Os acidentes são desconhecidos a Deus, a Mente imortal, e precisamos abandonar a base mortal da crença e unir-nos à Mente única, a fim de substituir a noção de acaso pelo conceito apropriado acerca da direção infalível de Deus, e assim trazer à luz a harmonia” (p. 424).

Cada um de nós aplicou essas ideias de uma forma muito específica à situação, deixando que a oração neutralizasse os receios humanos e restaurasse os fatos espirituais para que todos os percebessem. Embora o hospital tivesse realizado inúmeros testes, verificando prováveis sequelas decorrentes da concussão cerebral, nada foi encontrado. O rapaz foi liberado com um atestado de boa saúde, o que lhe permitia, inclusive, voltar às suas atividades rotineiras no dia seguinte.

Quando reconhecemos a Deus como o único Pai de todos, estamos aptos a ser bons pais para nossos filhos e cuidamos deles em nossos lares e em nossas comunidades, com o Amor divino no comando. Responderemos a cada situação, enfrentando de forma ponderada, calma e sábia, com a oração que nos torna receptivos aos recursos espirituais que nosso Pai-Mãe tão abundantemente nos provê, para a prosperidade e bem- -estar de nossos filhos e para uma vida rica em significado, cheia de propósito e marcada pela excelência e realização.

Artigo publicado originalmente na edição Christian Science Sentinel.

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