Com o objetivo de visitar membros da igreja em Gana, África Ocidental, meus colegas e eu viajamos para lá e ficamos conhecendo um símbolo tradicional da região, representado por um laço ou nó, que ninguém pode desatar. Ninguém, exceto Deus. O símbolo é chamado “Gye nyame”, que pode ser traduzido como “exceto Deus”, ou “somente Deus”.
Na África, como em qualquer parte do mundo, defrontamo-nos com problemas sem soluções durante séculos. Entretanto, em todo lugar por onde passamos, encontramos pessoas que nos relataram sua alegria ao descobrir, mediante oração humilde e persistente, que o poder divino realmente desata nós de corrupção, doença, superstição, violência e pobreza.
Vários praticistas da Ciência Cristã, que se dedicam à pratica da cura em tempo integral, disseram que são poucos os pacientes que os pagam em dinheiro, e que a maioria paga com comida ou outras coisas práticas. Um deles nos contou que, recentemente, não tinha nenhum dinheiro para suprir as necessidades de seus filhos. Então, orou com a certeza de que Deus tinha uma resposta e que Ele iria orientá-lo. Logo, pessoas que haviam anteriormente dito que não poderiam pagá-lo, deram-lhe o que ele necessitava. Devido ao fato de que não tem um emprego convencional para sustentar sua família, esse humilde homem disse que ele seria motivo de zombaria em seu vilarejo, não fossem pelas demonstrações do poder de Deus que seus vizinhos podiam constatar.
Cristo Jesus disse aos seus discípulos que seria difícil para aqueles que confiavam em riquezas entrarem no reino de Deus. A confiança nas riquezas pode assumir muitas formas, inclusive a crença de que problemas só podem ser resolvidos por meios humanos e que, em alguns casos, não existe nenhuma solução para eles. É difícil para a mente humana confiar em um poder além daquele que os sentidos físicos percebem. Provavelmente, foi por isso que os discípulos perguntaram a Jesus: “Então, quem pode ser salvo”? Talvez sua resposta, em seu próprio idioma aramaico, fosse algo semelhante a: “Gye nyame”. Em português, os Evangelhos traduzem como: “Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível” (Marcos 10:27).
Os efeitos de traumas, de tradições culturais rígidas e de teorias sobre doenças, que estão fundamentadas na matéria, se parecem com nós impossíveis de desatar. Exceto, pela Verdade todo-poderosa. O poder de Jesus para desfazer o mal provinha de sua conscientização de que o reino de Deus está sempre presente, da onipotência de Deus que pode ser comprovada em quaisquer circunstâncias que as pessoas possam enfrentar. Mary Baker Eddy encontrou nos ensinamentos de Jesus, não somente uma promessa de paz e inteireza em uma vida futura, mas a base para uma oração que revela o poder infinito do Espírito para curar, agora mesmo.
Aqui está uma maneira de como entrar nesse reino, segundo ela explicou: “O ponto de partida da Ciência divina é que Deus, o Espírito, é Tudo-em-tudo, e que não há outro poder ou outra Mente — que Deus é Amor, e por isso, Ele é Princípio divino” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 275).
Quando a oração começa e continua a partir da base de que não existe nenhum poder ou causa exceto Deus todo-amoroso, o medo e o desespero se desfazem. Não existe nenhum poder material ou mau para atar ou destruir a vida, uma vez que o Espírito é Vida. Não existe nenhuma mente nociva de ancestrais que nos punem ou crenças ateístas de que a matéria governa tudo, porque a Mente divina governa e abençoa toda a sua criação. O Amor é supremo. Hoje, a Ciência divina torna prática a sabedoria antiga de que não existe nenhum poder. Gye nyame.
O poder de Jesus para desfazer o mal provinha de sua conscientização de que o reino de Deus está sempre presente, da onipotência de Deus que pode ser comprovada em quaisquer circunstâncias que as pessoas possam enfrentar.
Editorial publicado originalmente na edição de julho de 2012 de The Christian Science Journal.
