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ESPIRITUALIDADE E CURA

O que mais necessitamos

Da edição de julho de 2012 dO Arauto da Ciência Cristã

The Christian Science Journal


Se perguntássemos a alguém que esteja lutando com uma doença: “De que você mais necessita?”, provavelmente a resposta seria: “De cura”. Alguém que esteja sem trabalho, cansado de procurar emprego, talvez diga: “O que mais necessito é de um emprego, para poder cuidar da minha família”. Pais que estejam se esforçando para criar bem seus filhos talvez almejem ter filhos mais obedientes. Adultos que cuidam de pais idosos, ou de outros parentes, talvez achem que o que mais necessitam é de alívio de um senso de sobrecarga.

Todas essas são necessidades humanas legítimas. Mas, Mary Baker Eddy, a autora de Ciência e Saúde, reconhecia uma necessidade fundamental que nós todos temos, independentemente das diferentes circunstâncias humanas. Ela escreveu: “Aquilo de que mais necessitamos é a oração motivada pelo desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, humildade, amor e boas obras” (p. 4). À medida que essa necessidade espiritual for atendida, descobriremos que ela também traz soluções para nossas necessidades.

A fim de crescermos em graça, deve haver um forte desejo nesse sentido, um pedido sincero para que nosso Pai-Mãe celestial, o Amor, conceda-nos Sua dádiva de graça. O Apóstolo Tiago nos assegura: “Muito pode por sua eficácia a súplica do justo” (Tiago 5:16). A Bíblia Ampliada interpreta assim esse versículo: “A oração sincera (franca, contínua) do homem justo torna disponível um enorme poder (dinâmico em sua ação)”. A graça é dinâmica; ela pode transformar o caráter e a conduta. É uma dádiva que nos é liberalmente concedida por Deus, mas temos de desejá-la fervorosamente.

A cura espiritual é sempre uma experiência da graça, ”o efeito de Deus compreendido”

A frase “crescer em graça” indica que esse é um processo contínuo, e tem de ser desenvolvido. Como a imagem de Deus, o homem espiritual, nossa identidade genuína, possui a graça como um atributo divino, por reflexo. Mas, humanamente, temos de demonstrar nossa compreensão sobre a graça, expressando-a em nossas atitudes para com os outros. Referindo-se à cura de muitas doenças efetuadas pelos Cientistas Cristãos, a Sra. Eddy escreveu: “Tudo isso é realizado pela graça de Deus, o efeito de Deus compreendido” (Christian Science versus Pantheism [A Ciência Cristã versus Panteísmo], p. 10).

Quando buscamos a cura, estamos nos empenhando para compreender que Deus está mantendo Sua ideia, cada um de nós, em seu estado perfeito, harmonioso e saudável, agora mesmo, e que, na verdade somos o homem da criação de Deus. Quando vislumbramos o fato científico acerca de nossa inteireza espiritual, intocada pelas crenças de doença ou de outras discórdias físicas, a cura acontece. A cura espiritual é sempre uma experiência da graça, “o efeito de Deus compreendido”.

Novamente, crescer em graça se expressa “em paciência, humildade, amor e boas obras”. Há uma ausência do eu na paciência, uma capitulação da vontade própria ante a vontade de Deus. Por meio da graça da paciência, aprendemos a tolerância para com a impaciência e a vontade própria dos outros. Aprendemos a esperar em Deus, a desistir de nossa insistência naquilo que pensamos que precisamos e, assim, estamos prontos para discernir aquilo de que mais necessitamos.

Na humildade, o ”eu” sempre se volve ao Pai, reconhecendo a Deus como o Executor de todas as coisas

Em Ciência e Saúde está escrito: “Em paciente obediência a um Deus paciente, trabalhemos por dissolver, com o solvente universal do Amor, a dureza adamantina do erro — a obstinação, a justificação própria e o egotismo — que faz guerra contra a espiritualidade e é a lei do pecado e da morte” (p. 242). Uma vez que Deus possui infinita paciência, o homem, Seu reflexo, deve, portanto, possuir paciência ilimitada, que não pode ser esgotada!

Os erros do “eu” parecem ser diamantinos, duros, impenetráveis. Há muitos anos, quando lutava contra o que parecia ser um erro adamantino, descobri em um dicionaário uma definição arcaica de adamantino como “imaginativamente impenetrável”. Que alívio compreender que o que parecia ser tão adamantino era na verdade apenas imaginativo! Temos no Amor divino o “solvente universal” para todos os erros do “eu”. A graça da paciência nos ajuda a dissolvê-los.

Para muitas pessoas, a humildade é mal compreendida como se fosse uma forma de fraqueza, associada a uma espécie de personalidade tímida e covarde. Isso é o exato oposto do que a humildade em realidade é. Moisés, o grande libertador e líder dos filhos de Israel, distinguia-se por sua humildade (ver Números 12:3). Sua humildade era uma expressão da graça.

Eddy se referiu a Cristo Jesus como sendo “tão meigo quão poderoso” (ver Ciência e Saúde, p. 597). Jesus estava sempre consciente de que não podia fazer nada de si mesmo. A humildade é uma ausência do ego. Na humildade, o “eu” sempre se volve ao Pai, reconhecendo a Deus como o Executor de todas as coisas. Na humildade, não há nenhuma reação ao erro, somente o reflexo da graça de Deus. A attitude de Cristo Jesus com relação aos seus perseguidores mostra um exemplo supremo. Ciência e Saúde diz: “Humildemente, nosso Mestre suportou o escárnio à sua grandeza não reconhecida” (p.39). A consciência que Jesus tinha de sua inseparabilidade do Amor divino, capacitou-o a ficar indiferente diante do ódio, da indignidade, das falsas afirmações e das perseguições. Quanta humildade todos nós necessitamos para imitar seu exemplo, em face de uma oposição muito menor que nos desafia crescer em graça!

Um estudo sobre personagens bíblicos, tais como José e Paulo, mostra que a humildade nos capacita a transcender adversidades e a vencê-las. José nunca reagiu a males como a inveja, o ódio, as falsas acusações e a injustiça, mas continuou a confiar em Deus e a fazer o bem aos outros. A humildade mantém a paz com Deus e obtém a recompensa da vitória sobre o mal. O Apóstolo Paulo, sabendo que nenhuma tribulação, angústia ou perigo poderia separá-lo do amor de Deus, sentiu-se capacitado pela humildade. A consciência que tinha de sua inseparabilidade do Amor divino o capacitou a dizer: “Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:37).

Para nos tornarmos seus verdadeiros seguidores é preciso crescer na graça do amor do Cristo

Nosso crescimento em graça se expressa em amor. Eddy escreveu: “Lembrai-vos de que a primeira e a última lição da Ciência Cristã é o amor, o perfeito amor, o amor que se aperfeiçoou mediante a cruz” (Miscellaneous Writings 1883–1896, p. 138). Cristo Jesus ensinou essa lição e ele mesmo a viveu. Seu amor se aperfeiçoou mediante a cruz da resistência à Verdade. Ele carregou essa cruz ao longo de todo seu ministério e literalmente a carregou até a colina do Gólgota, onde foi crucificado nela. Mas, essa cruz foi coroada pela sua subsequente vitória sobre a morte e o túmulo. Ele provou para toda a humanidade e para todas as épocas, que o perfeito Amour vence o ódio. Sua vida é o sublime exemplo da graça. Para nos tornarmos seus verdadeiros seguidores, é preciso crescer na graça do amour do Cristo. Necessitamos aprender e reaprender essa primeira e última lição da Ciência Cristã; temos de estar dispostos a aceitar a rejeição da cura espiritual por parte de muitos. Mas essa cruz só pode tornar nosso amor mais perfeito.

Dos quatro elementos discutidos, pelos quais o crescimento em graça se expressa, os três primeiros: paciência, humildade e amor talvez possam ser descritos como qualidades espirituais. O quarto, as boas obras, como ações que fluem do consistente reflexo dessas qualidades do Cristo. Humanamente, as boas obras assumem múltiplas formas elogiáveis. Mas as boas obras, que são a expressão mais elevada do crescimento em graça são as obras de cura.

“Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (Atos 10:38). Muitos hoje em dia lutam contra o medo, o desânimo, a má saúde, a carência, a tristeza e a solidão. Mas crescer na compreensão da graça divina provê a inspiração espiritual e a compreensão que resolvem todos os problemas desse tipo e curam toda doença.

Artigo publicado originalmente na edição The Christian Science Journal.

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