Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

A verdade acima das opiniões

Da edição de dezembro de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 17 de outubro de 2019.


As opiniões dos outros têm algum poder sobre nós? Pode parecer que aquilo que as pessoas pensam de nós determina nossas possibilidades: nossa capacidade de contribuir positivamente, de progredir, e até mesmo de ter êxito. Se as pessoas têm uma boa opinião a nosso respeito, ótimo. Mas, se a opinião delas é negativa, o que fazer? 

Anos atrás, tive de encarar diretamente essas questões, quando pedi transferência de uma faculdade pequena para uma grande universidade. Eu estava estudando para ser professora de jardim de infância e do curso primário, e os chefes do departamento de ensino primário eram também meus novos orientadores, os supervisores do meu plano de estágio e os professores de técnicas pedagógicas. Parecia que minhas oportunidades futuras dependiam da opinião deles a meu respeito, por isso me esforcei muito para causar uma boa impressão.

Apesar de eu me empenhar bastante, porém, esses dois professores me disseram que consideravam inadequada minha formação acadêmica, e achavam medíocre tanto meu histórico escolar quanto meu desempenho no estágio em sala de aula. Fiquei preocupada com a possibilidade de não conseguir me formar com a minha turma, devido à opinião negativa que eles tinham sobre mim.

Por ter frequentado a Escola Dominical da Ciência Cristã, eu cresci aprendendo que minha identidade não é definida por avaliações pessoais sobre meus pontos fracos ou fortes, nem por um conjunto de aptidões bem desenvolvidas. Em vez disso, minha identidade verdadeira é baseada em Deus; eu sou espiritual, e reflito todas as maravilhosas qualidades de Deus, o infinito bem. Comecei a orar com essas ideias, afirmando para mim mesma que sou uma inteligente, amorosa e amada manifestação espiritual de Deus.

Eu tinha a esperança de que meus professores iriam me enxergar sob essa luz e mudariam o modo como me avaliavam. Mas quando soube que outros alunos do meu departamento haviam trancado matrícula porque também se haviam sentido discriminados, comecei a achar que eu também deveria escolher outra carreira.

Após lutar contra o desânimo e a incerteza, decidi ligar para uma Praticista da Ciência Cristã, pedindo-lhe que me ajudasse por meio da oração. Expliquei minha situação, e acrescentei que, quando aqueles professores mudassem a opinião que tinham a meu respeito, tudo ficaria bem.

Imaginem minha surpresa quando a praticista me perguntou: “Como isso poderia mudar a situação, visto que é você que tem de mudar sua opinião a respeito deles?”

De repente, percebi como eu estava enganada. Ao mesmo tempo em que sentia o peso da péssima opinião deles a meu respeito, eu também certamente estava tendo uma opinião negativa a respeito deles. Meu modo de vê-los poderia parecer justificado, mesmo assim era apenas uma opinião, porque não se baseava em Deus. O que eu precisava fazer era me elevar acima das opiniões pessoais e aceitar apenas o modo como o Amor via a mim e aqueles professores, e como vê a todos.

A praticista me lembrou que Deus é o único poder, e governa toda Sua criação em perfeita harmonia. Ela me assegurou que o progresso viria quando eu pusesse de lado a crença de que esses professores (ou qualquer outro fator, a não ser Deus) poderia ter controle sobre a minha vida. Ela concordou em orar comigo, e não duvidei de que Deus iria me mostrar como corrigir o meu modo de ver os professores.

Eu tinha a esperança de que meus professores iriam me enxergar sob essa luz e mudariam o modo como me avaliavam.

Senti-me fortalecida por uma declaração que Mary Baker Eddy apresenta em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “A Mente única, Deus, não contém opiniões mortais. Tudo o que é real está incluído nessa Mente imortal” (p. 399). Compreendendo que a Mente divina é a verdadeira origem de todos os pensamentos, percebi que eu precisava eliminar minhas opiniões pessoais a respeito desses professores e identificá-los da mesma forma como já identificava a mim mesma, reconhecendo que são manifestações espirituais de Deus, inteligentes, amorosos e dignos de serem amados. Orei, afirmando que não existia nada que pudesse me convencer de que eles eram menos do que filhos de Deus.

Pensei no modo como Cristo Jesus respondia às opiniões falsas que os outros tinham sobre ele. Jesus estava tão seguro de sua própria identidade e de seu propósito divino, que ele conseguia se elevar acima do ódio e da negatividade dos outros, e conseguia amá-los da mesma forma como Deus os amava, e cumprir assim sua missão sanadora em prol da humanidade.  

Percebi que era necessário seguir a recomendação de Jesus: “...amai os vossos inimigos...” (Mateus 5:44). É difícil amar as pessoas que parecem ter o poder de se interpor no caminho de nosso progresso; por isso orei diligentemente para compreender que apenas o Amor estava se expressando, tanto nos meus professores quanto em mim mesma, e que nada poderia impedir o propósito que Deus, o Amor, tinha para mim.

No dia em que completei meu semestre de estágio e estava prestes a entregar meu trabalho escrito, tive um acidente de carro. Um motorista tentou introduzir-se entre meu carro e o carro à minha frente, e fui forçada a desviar bruscamente para a esquerda. Meu pequeno carro capotou várias vezes, e as duas portas foram arrancadas.

Ninguém se feriu, mas as folhas dos meus três fichários se espalharam por todas as pistas da estrada. O trânsito parou nas duas direções, devido aos papéis que voavam por todo lado, e vários motoristas saíram do carro e começaram a recolher os papéis para mim. Algumas páginas tinham marcas de pneus, mas, surpreendentemente, todas foram recuperadas; sem dúvida, foi o resultado de todo meu empenho na oração.

Embora eu não tenha contado a ninguém, no campus, sobre o acidente, os dois professores vieram a saber do acontecido e ofereceram ajuda. Fiquei grata pela compaixão que demonstraram e vi que essa era uma evidência do amor de Deus, exatamente o amor que eu me esforçava por ver neles, como expressões de Deus. Aos poucos, fui me aprofundando na convicção de que a Mente divina, Deus, que tudo vê, tudo sabe, e é toda ação, estava no controle de todos nós, e compreender isso era realmente suficiente. Desse modo, pude cuidar de minhas tarefas mais em paz, e me preocupar menos com o que os professores estavam pensando a meu respeito.   

Logo depois, tive a oportunidade de ser assistente de uma professora em outro campus da universidade. Fiz um bom trabalho na sala de aula, e essa professora escreveu para os meus professores, elogiando minha atuação no ensino. Pela primeira vez, eles se mostraram receptivos a uma avaliação positiva sobre mim, e pouco tempo depois as antigas opiniões deles desapareceram. No início do semestre seguinte, com o apoio desses três professores, fui aprovada para admissão em uma organização honorária de ensino.    

Acabei sendo bem-sucedida na área da educação, inicialmente como professora de jardim de infância e primário, e depois como mestra em educação, treinando alunos de pedagogia de diversas faculdades e universidades. Também tive minha própria escola por mais de vinte anos. As lições espirituais que havia aprendido durante os anos de universidade serviram como lembrete vívido de que, não importa qual sejam as circunstâncias, nenhuma opinião negativa pode ter controle sobre mim quando, de todo coração, confio em Deus.

Se o modo como outra pessoa nos julga parece estar tendo um efeito negativo em nossa vida, podemos ser tentados a pensar que essa pessoa tem o poder de prejudicar nossas perspectivas na vida. Mas a verdade é que, quando deixamos de lado a crença de que algo a não ser Deus esteja governando nossa experiência, o suposto poder das opiniões mortais desaparece.

Deus, o Amor divino, define nossa individualidade e provê oportunidades ilimitadas para expressarmos nossos talentos. Ao reconhecermos a supremacia dessa lei do Amor, as algemas caem, deixando-nos livres para voar.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / dezembro de 2019

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.