Eu não esperava ter de ficar de cama durante os dias que precediam o Natal. Mas enquanto minha família estava se divertindo no andar de baixo, assistindo ao jogo de futebol e preparando o jantar, eu estava sozinha no meu quarto, enrolada nos cobertores. Não somente eu não me sentia bem, mas também estava com pena de mim mesma, porque os planos para esse Natal não tinham saído como eu, inicialmente, esperava.
Eu já tivera curas, tanto de problemas físicos como de questões emocionais, orando, como aprendemos na Ciência Cristã. Então, enquanto estava na cama, lendo a Lição Bíblica semanal da Ciência Cristã (no Livrete Trimestral da Ciência Cristã), estava tentando aprender mais a respeito de Deus e Seu amor por mim, e buscando inspiração para orar. Acontece que a Lição não estava me inspirando, pois eu estava muito presa ao pensamento de estar me sentindo mal.
Depois de mais ou menos uma hora, meu irmão veio me ver. Falando francamente, eu estava esperando que ele ficasse com pena de mim. Em vez disso, ele sugeriu que eu fizesse o máximo esforço para ir lá para baixo e fosse grata por todo o bem que estava vendo. Eu sabia que ele estava pensando na gratidão como uma espécie de oração efetiva, ou seja, aquela que me levaria a apreciar o bem de Deus e, ao mesmo tempo, participar do que a família estava fazendo.
Primeiro eu relutei, porque minha cama estava bem aconchegante e eu não tinha a certeza de que conseguiria encontrar algo pelo qual ser grata. Mas, após dar uma outra olhada na Lição Bíblica, pensei que talvez devesse seguir a sugestão de meu irmão. Antes de descer, decidi que prestaria atenção a todas as formas como Deus estava Se expressando, mesmo que fossem realmente pequenas. Eu sabia, pelo estudo da Ciência Cristã, que visto que Deus é o Amor e é Tudo, Ele é a fonte de todo o puro amor. Então, toda vez que eu visse alguém fazer algo com amor ou com bondade, eu poderia reconhecer que o amor e a bondade que se originam em Deus e O refletem eram a evidência de que Ele estava ali.
Quando cheguei lá embaixo, notei que a mãe da minha cunhada estava expressando muitas qualidades maternais. Ela queria ter certeza de que todos estavam à vontade, e ao mesmo tempo, com desprendimento, preparava a refeição. Notei a generosidade de outros membros da família, que estavam ajudando a preparar o jantar. Vi o amor entre meu pai e meu irmão, que estavam se divertindo, assistindo ao jogo. Mesmo as decorações de Natal eram um lembrete da presença da luz e da alegria, e pensei que o jantar representava o amor e o companheirismo.
Logo comecei realmente a sentir de modo mais tangível que cada uma destas qualidades: o amor despojado de ego, a alegria e a generosidade, eram todas a evidência da presença de Deus. Visto que Deus é o bem e preenche todo o espaço, não podia haver lugar para a dor nem para o sofrimento em Sua presença.
Com esse simples reconhecimento, imediatamente eu me senti melhor e muito grata por conseguir desfrutar de uma maravilhosa semana de Natal com minha família. E também já não teve nenhuma importância para mim o fato de que os preparativos para o Natal não eram aqueles que eu inicialmente esperava. Compreendi que Deus e todo o bem que Ele estava concedendo estavam presentes tanto naqueles momentos quanto estariam se as coisas tivessem sido da maneira que eu esperava. Eu não estava perdendo nada.
Quando penso no Natal, sempre me lembro da promessa de Emanuel, ou seja, “Deus conosco”. Essa cura me faz recordar que não importa onde estejamos ou como seja nossa temporada de Festas, podemos sempre vivenciar a presença de Deus, que realmente nos traz conforto e alegria.
