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Original para a Internet

Esperança ancorada em Cristo — um senso mais divino de humanidade

Da edição de dezembro de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 9 de setembro de 2019.


Vocês talvez já tenham se perguntado o que é necessário para a humanidade se livrar dos males agressivos e persistentes que atrapalham nossos esforços para levar uma vida pacífica, produtiva e útil. Alguns chegam a sugerir, de maneira radical, que será necessária outra guerra mundial, ou algum outro cataclismo. Ou, como propõe um escritor contemporâneo, será preciso que a tecnologia biomédica nos salve, levando-nos a um futuro em que a humanidade poderá administrar seus problemas mais graves, transformando as pessoas em algo um pouco menos humano e mais tecnológico. Mas será que não podemos depositar nossa esperança em algo mais promissor? Algo que vá além das iniciativas e eventos fundamentados na matéria?

Em meados do século XIX, uma mulher com agudo intelecto espiritual, uma percepção divinamente inspirada e um coração profundamente compassivo viu no significado espiritual da Bíblia uma força transformadora que pode ser posta em prática e eliminar os males físicos e mentais difundidos em nosso mundo, males entranhados na consciência da humanidade como se fossem a realidade. Esse poder redentor é o Cristo, a ideia divina de Deus, a qual não se vê pela percepção material, embora sempre venha à consciência humana. Essa mulher, Mary Baker Eddy, compreendeu que o homem Jesus era realmente inseparável do Cristo, sua identidade espiritual como Filho de Deus; mas ela também vislumbrou que o Cristo não estava circunscrito à vida humana de Jesus; a presença e o poder do Cristo não começaram com o nascimento de Jesus, e não acabaram quando ele ascendeu. Ela ponderou sobre os ensinamentos e curas realizados por Jesus e, graças às evidências concretas das curas que ela mesma realizava, ela comprovou a natureza científica da cura pelo Cristo e deu à sua descoberta o nome de “Ciência Cristã”. Embora somente Jesus tenha exemplificado o Cristo de maneira total, o próprio mandamento que ele dirigiu a seus seguidores, “Curai enfermos...” (Mateus 10:8), deixou implícito o fato de que a cura pelo Cristo estaria acessível a toda a humanidade, para sempre.

O que é o Cristo?

Embora os nomes Cristo e Jesus tenham sido usados como sinônimos durante os últimos dois mil anos, a Ciência Cristã esclarece que o Cristo é a manifestação incorpórea e eterna de Deus, ao passo que Jesus foi quem expressou mais plenamente o poder do Cristo de forma humana e corpórea. As palavras e os feitos de Jesus, vivificados pelo desejo impelido por Deus, com a missão divinamente designada de trazer cura e salvação à humanidade, livrando-a do pecado, da doença e da morte, foram a essência da natureza do Cristo. Jesus demonstrou que o ponto central da manifestação do Cristo é permanecer na consciência espiritual de que Deus e o homem são um. Ele mostrou que a possibilidade de valer-nos do poder divino, capaz de curar corpos enfermos, mentes corruptas e corações endurecidos, é algo inerente à compreensão de que o homem é filho de Deus, o Espírito. Ele se referia a Deus como seu Pai e nosso Pai. Ele ensinou que o Pai ama Seus filhos e filhas, e que nós temos a necessidade e a capacidade de amar a Deus e amar-nos uns aos outros.

Partindo desse ponto de vista do amor espiritual, Jesus revelou a natureza espiritualmente boa do homem e reprovou o egotismo, a opressão, a hipocrisia, o medo e a sensualidade, porque estes não são naturais e não são dignos de fazer parte da natureza humana. Ele trouxe à tona, em si próprio e nos outros, aquela natureza que é a semelhança de Deus, inata nos homens, e que é amorosa, harmoniosa, isenta de pecado e imortal. Desse modo, ele mostrou que o Cristo eleva a vida humana acima da matéria e do mal (provando assim que estes são totalmente irreais); ele fez ver também que o Cristo salva o homem, livrando-o das limitações e das debilitantes leis da matéria. Jesus ensinou que a verdadeira natureza de cada homem e mulher, criados à imagem e semelhança de Deus, é a expressão da natureza do Cristo, e com isso fortaleceu a capacidade dos outros de seguirem seu exemplo.

Viver como a semelhança do Cristo

Uma das vozes mais convincentes, entre os discípulos do primeiro século, foi a do apóstolo Paulo, que reconheceu na vida de Jesus algo mais profundo do que uma série de milagres. Ele percebeu que Jesus estava mostrando o caminho rumo a uma expressão mais espiritualizada da vida humana; essa expressão está ao alcance de todos, tomando-se como base a aceitação da nossa própria natureza semelhante ao Cristo. Paulo, graças à experiência inigualável que viveu, compreendeu que, quando aceito, o espírito do Cristo muda tudo. As pessoas já não podiam ser iguais ao que eram antes que a natureza divina lhes transformasse a natureza humana. Para Paulo, o orgulho, a arrogância, a presunção de uma retidão pessoal, a condenação e a perseguição tinham de ceder lugar à compaixão, ao sacrifício do ego, à purificação, ao arrependimento e às boas obras. O que repercutia na pregação de Paulo era a necessidade de vivamente despojar-nos “do velho homem” e revestir-nos “do novo”, o homem semelhante ao Cristo, vivificado pelo poder redentor do Amor divino, e a necessidade de acolhermos essa identidade verdadeira o mais rapidamente possível.

Mais receptividade ao Cristo significa menos violência, menos vícios, menos corrupção e menos crimes. 

A época em que Paulo pregou era semelhante à nossa. Crenças e costumes extremamente contenciosos tinham forte influência na vida e no pensamento coletivo, e Paulo refutava essas crenças e costumes com a mensagem divina de que Deus e o homem são espiritualmente um, e com a revelação da fraternidade de todos os homens e mulheres em Cristo. Aos gálatas, por exemplo, ele escreveu: “...não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (3:28).

Em outra carta às igrejas cristãs dos primeiros tempos, ele recomenda, que “...vos renoveis no espírito do vosso entendimento... Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. ... Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4:23–25, 31, 32). Será que existe alguma mensagem mais relevante e mais urgente do que essa, para o mundo de hoje?

Em algumas declarações, Paulo condena a sensualidade existente em sua época, e enfatiza a necessidade de uma moralidade mais elevada, para dar uma base estável à sociedade humana. O efeito do apelo fervoroso de Paulo a que sigamos Cristo Jesus ressoa ao longo dos séculos.

Mais ou menos 1800 anos depois, em seu livro-texto a respeito da Ciência do Cristo (as leis divinas da cura pelo Cristo), Mary Baker Eddy escreveu: “Mais cedo ou mais tarde todos têm de ancorar-se em Cristo, a verdadeira ideia de Deus” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 54). E mais: “É possível — é até mesmo dever e privilégio de cada criança, homem e mulher — seguir em certo grau o exemplo do Mestre, pela demonstração da Verdade e da Vida, da saúde e da santidade” (p. 37). Assim como tudo mudou para Paulo por ação do Cristo, o mesmo aconteceu com Mary Baker Eddy, embora em um contexto completamente diferente. À medida que ela se ancorava mais profundamente em Cristo, como resultado da ação contínua de Deus, que lhe revelava sua verdadeira identidade espiritual e propósito, sua saúde foi restabelecida, suas forças se renovaram, e ela alcançou realizações extraordinárias em benefício do gênero humano.

O poder e o espírito do Cristo outorgaram, ao inato coração humanitário de Mary Baker Eddy, asas para se elevar acima do ceticismo da atualidade a respeito do poder sanador do Cristo. Assim ela pôde estabelecer mundialmente um movimento que tem como base o pensamento e se dedica a pôr em prática a cura pelo Cristo, tal como foi iniciada por Jesus. O Cristo foi revelado a ela como uma Ciência divina que se pode pôr em prática com inteligência e compaixão, que pode ser aprendida e comprovada na vida de cada um, à medida que os corações em todo o globo se voltam do materialismo para a espiritualidade, por meio da mensagem do Cristo.

Ancorar-se em Cristo acarreta as mesmas obrigações morais de revestir-se “do novo homem”. Como diz Mary Baker Eddy: “Que o desprendimento do ego, o bem, a misericórdia, a justiça, a saúde, a santidade, o amor — o reino dos céus — reinem em nós, e o pecado, a doença e a morte diminuirão até finalmente desaparecerem” (Ciência e Saúde, p. 248).

A boa-nova para a humanidade hoje é que o Cristo ainda está aqui, sempre aqui, e a Ciência do Cristo foi revelada e comprovada por muitos milhares de pessoas, como uma Ciência divina eficaz para curar e salvar. Paulo escreveu: “...temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16), e “...tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Mary Baker Eddy escreveu que “...o Cristo não tem começo de anos nem fim de dias” e “...vem com certa medida de poder e de graça a todos os que estejam preparados para receber o Cristo, a Verdade” (Ciência e Saúde, p. 333).

O que é que o Cristo pode fazer para a humanidade de hoje?

Reconhecendo que o amor incomparável, por meio do qual Jesus curou e abençoou milhares de pessoas, provinha do espírito do Cristo que o vivificava, Mary Baker Eddy escreveu: “A natureza divina do Cristo se manifestou na natureza humana de Jesus” (Ciência e Saúde, p. 25). Hoje, à medida que homens e mulheres o acolhem no coração, o espírito do Cristo pode impulsionar mais confiança e união entre todos os povos de todas as nações, unindo-nos como uma só família. O Cristo assim aceito pode despertar e fortalecer o senso moral nos lares, nos locais de trabalho e no governo. Mais receptividade ao Cristo significa menos violência, menos vícios, menos corrupção e menos crimes. Significa menos tendência à sensualidade, à desonestidade e ao egoísmo. Acolher mais o Cristo é o mesmo que amar mais os nossos inimigos. É deixar o ódio, a raiva e o desejo de vingança que atravessam gerações, e optar pelo perdão, compaixão e compreensão.

Ao nos deixarmos transformar pelo Cristo temos mais humildade em posições de autoridade, reconhecendo a Deus como o Princípio verdadeiro que governa a humanidade. O resultado é menos pobreza, menos gente sem-teto, menos desemprego, menos doenças e melhor qualidade de vida. Acolher o espírito do Cristo é sinônimo de aumentar nossa percepção da presença de Deus como o Amor imparcial, que abrange toda a humanidade, fazendo portanto com que diminua o medo, haja menos solidão, alienação, insatisfação e vazio espiritual. Significa saber que todos, criados por Deus homem e mulher, têm um lugar específico, valioso e igualitário na fraternidade dos filhos e filhas de Deus.

De todos esses modos, e de muitos outros, o Cristo nos guia em direção a uma compreensão mais divina da humanidade, com infinitas possibilidades para o bem coletivo e individual. Está ao alcance de cada um de nós a oportunidade de sermos vivificados ainda mais pelo Cristo, aquele espírito vivificante da Verdade e do Amor, em nossa vida diária, com a expectativa de ver o mesmo efeito nos outros.

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