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Original para a Internet

Integridade: O caminho para sair dos preconceitos na política

Da edição de dezembro de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 23 de setembro de 2019.


Todos temos preconceitos, de alguma forma. A questão, diz David Clark Scott, Redator da seção Participação dos Leitores do jornal The Christian Science Monitor, é: O que fazemos a esse respeito? Neste momento em que os leitores parecem cada vez mais polarizados politicamente, o Sr. Scott conversou com Jenny Sawyer, do Christian Science Sentinel, a respeito de como todos nós podemos aprender a ler as notícias e a pensar sobre elas com mais integridade, e os benefícios que podemos usufruir com isso.

 Jenny: Vamos começar fazendo uma análise das notícias a partir do seu ponto de vista como redator. Para contar uma história, você precisa ter um ângulo, ou seja, uma forma específica de desenvolver a reportagem e certificar-se de que esse ângulo não seja um tropeço em que o autor caia em preconceitos. Como você lida com isso?

David: Para mim, trata-se de desafiar os preconceitos. Como você disse, o preconceito é quase inevitável. Portanto, contar ou editar uma história com integridade significa assumir o compromisso de buscar a verdade — onde quer que ela esteja. Não quero que meu preconceito político interfira na minha busca da verdade. Desse modo, parte do objetivo de ir atrás da verdade é ter a integridade de desafiar minhas próprias premissas.

Muitas vezes, eu realmente monto uma cena em minha cabeça, imaginando alguns membros de uma família que sejam conservadores ou liberais. Então me pergunto: se eles lessem este artigo, como reagiriam? Será que eles o achariam exato e honesto? Ou eles o achariam impreciso, desprovido de uma perspectiva equânime?

 E quanto a nós leitores? Como podemos lidar com os preconceitos que podem nos tornar suscetíveis a tudo, desde notícias distorcidas até notícias literalmente falsas?

O que me vem à mente de imediato é uma reportagem que publicamos no Daily Monitor [Monitor Diário] sobre a Finlândia. A Finlândia vem combatendo a desinformação de origem estrangeira há cerca de um século e eu gosto do que Jed Willard, cientista político da Universidade Harvard, de Cambridge, Massachusetts, disse sobre o “superpoder” dos finlandeses nessa batalha: “Eles conhecem a si mesmos, sabem quem são. E aquilo que eles são tem diretamente sua raiz nos direitos humanos e no estado de direito”.

Isso está em pleno acordo com a declaração da fundadora do Monitor, Mary Baker Eddy, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Conhece-te a ti mesmo, e Deus te dará a sabedoria e a ocasião para teres a vitória sobre o mal” (p. 571).

Ora, com relação aos finlandeses, o Sr. Willard diz que a identidade nacional deles está construída sobre qualidades humanitárias de justiça, lei e ordem. Portanto, estar conscientes dessa identidade ajuda a protegê-los da desinformação. Dando um passo à frente, e olhando para a declaração da Sra. Eddy através de uma lente espiritual, a lente da Ciência Cristã, poderíamos dizer que “conhece-te a ti mesmo” corresponde realmente a conhecer nossa identidade espiritual — nossa identidade criada por Deus. Quais são as qualidades que possuímos por sermos a imagem de Deus, como está escrito no primeiro capítulo do Gênesis?

Assim, da mesma forma como os finlandeses sabem que sua identidade não é a de disseminar informações falsas, a identidade de cada pessoa, como a imagem de Deus, a Verdade, é também a de expressar integridade. A identidade de cada pessoa como a imagem de Deus, do Amor, é a de amar o próximo o suficiente para não difundir uma história que intuitivamente sabe estar distorcida ou ser capaz de atiçar paixões. 

Essa palavra intuitivamente é muito importante. Considero reconfortante lembrar que, tendo sido criados por Deus, pela Verdade, cada um de nós tem de saber intuitivamente o que é verdadeiro. Isso porque cada um de nós tem o que a Sra. Eddy chama de “senso espiritual”: “a capacidade consciente e constante de compreender a Deus [a Verdade]” (Ciência e Saúde, p. 209).

Correto. E essa capacidade significa que podemos pôr de lado nossos preconceitos e reconhecer se uma história é genuinamente verdadeira, genuinamente útil ou se a estamos contando apenas com a intenção de reforçar nossa própria posição e atacar aqueles que consideramos do lado oposto.

Quando verdadeiramente levamos a sério o conselho da Sra. Eddy: “Conhece-te a ti mesmo”, nós sabemos intimamente se o que estamos publicando nas redes sociais é verdadeiro, honesto e correto, ou se estamos pensando algo como: “Eu não sei se isso é verdade ou não, mas acho a notícia interessante, por isso vou publicá-la de qualquer maneira”. Ou talvez estejamos divulgando algo para tentar conquistar pessoas para o nosso lado da questão. Temos de estar dispostos a examinar nossos motivos ao ler as notícias e decidir o que fazer com elas, se estamos efetivamente empenhados na busca da verdade.

E por que essa busca da verdade é tão importante? Bem, se você examinar, por exemplo, o relatório sobre a interferência estrangeira nas eleições americanas, você verá que ele indica que o objetivo da maior parte das notícias falsas é semear a divisão, a separação entre nós e os outros.

Podemos também citar Cristo Jesus: “Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mateus 12:25). Esse é um argumento muito bom para resistir às notícias distorcidas ou falsas: elas são destrutivas. 

Exatamente. Então, a questão é: como combatemos esse impulso de marcar pontos junto aos nossos ouvintes, em vez de buscar a verdade? Isso nos faz voltar ao ponto inicial, o de sabermos de onde vem nosso desejo inato pela verdade — esse desejo vem de Deus. Por isso podemos orar para ver a verdade expressa em nossa vida. Podemos conhecer nossa identidade e saber que a integridade está incluída em nossa natureza espiritual.

Isso me faz lembrar da história de Davi e Golias, na Bíblia. Ali estava Davi, um menino pastor, pronto para lutar com um gigante, Golias. O que ele levou consigo como arma? Não uma espada ou um escudo, mas cinco pedras lisas apanhadas em um córrego. Ele conhecia a si mesmo e seus pontos fortes, por isso lutou de maneira compatível com aquilo que ele era.

Então, quando pensamos nos diversos Golias — as grandes mentiras — contra as quais estamos lutando, podemos ser como Davi. Podemos nos armar com aquilo que sabemos ser verdadeiro a nosso respeito — as pedras lisas da honestidade, da justiça, da integridade, do amor e assim por diante. Elas são uma defesa mais do que adequada contra qualquer mentira.

 E o que dizer daqueles momentos em que não temos vontade de lutar contra a desinformação, simplesmente porque queremos estar do lado vencedor? Talvez surja o temor de não haver políticos no governo que estejam trabalhando pelas coisas que nos interessam. E isso pode parecer preocupante. 

É aí que temos a oportunidade de compreender de forma mais profunda que existe um único governo. Não um governo humano. Não um governo de esquerda ou de direita. Mas o governo divino. O governo de Deus. Precisamos levar a questão a um plano muito acima da política. Temos de confiar no senso espiritual para perceber esse governo verdadeiro e saber que ele está sempre atuando.

Nós temos um Deus realmente todo-poderoso que está no comando de tudo; portanto, a inteligência, a Verdade e o Amor estão em realidade governando. Eu acho que nosso trabalho, como pessoas que se importam e querem orar, é afirmar esse fato e afirmar também o relato do primeiro capítulo do Gênesis, no qual Deus é supremo, está no controle de tudo e Seu universo é muito bom. Nós não vivemos na narrativa do segundo capítulo do Gênesis, que é cheia de mentiras, medo, e divisão.

Pode ser duro ouvir isso, mas eu acho que a política às vezes se torna uma espécie de deus. Pense apenas no quanto pensamos nela, quanto poder lhe damos. No entanto, há apenas um único poder. Um único Deus. E esse Deus é o bem e realmente governa a todos nós como Sua imagem.

Então, a partir dessa perspectiva, qual é o papel dos noticiários?

Eu acho que é o de elevar o pensamento acima do divisionismo e do medo para um nível mais alto ou, poderíamos dizer, a um nível espiritual, no qual os leitores possam identificar as qualidades de Deus em ação. Costumo recorrer à declaração da Sra. Eddy sobre o propósito do Monitor que é o de “propagar, sem dividir, a Ciência que opera sem se desgastar” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 353). Ela define a Ciência em seu livro Ciência e Saúde, como: “leis de Deus” (p. 128).

Portanto, estamos propagando as leis de Deus que operam no mundo sem se desgastar, as leis da verdade, as leis da justiça, as leis da compaixão, as leis do respeito e da estabilidade. E é responsabilidade do nosso jornal registrar e identificar isso nos acontecimentos em curso. Também ajudar nossos leitores a constatarem que isso está realmente acontecendo.

O resultado é que nós temos, sim, mais pessoas procurando e constatando que essas leis estão atuando no mundo. E isso tem efeito sanador: há um maior reconhecimento da integridade, da humanidade e da justiça. Mais paz. Além disso, há mais clareza e sabedoria a respeito dos verdadeiros caminhos para o progresso.

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