Quando se aproximam as festas de fim de ano, os músicos começam a ensaiar melodias de Natal. É o que acontece com meus filhos, que tocam violino. Gosto muito de ouvir músicas natalinas, e não me incomodo em ter de escutá-las mesmo antes de dezembro.
Um dia, enquanto as crianças e eu cantarolávamos peças de Natal no carro, a caminho de casa após as aulas de violino, ouvimos “Vinde, adoremos!” Não tenho a menor ideia de quantas vezes eu já havia cantado essa melodia de Natal, mas essa foi a primeira vez em que realmente prestei atenção à letra.
O primeiro verso, principalmente, é bastante conhecido:
Oh! Vinde! Oh! fiéis!
Felizes, triunfantes,
Oh! Vinde, Oh! Vinde, Oh! Vinde a Belém!
Vinde e vede,
Nasceu o Rei dos Anjos!
Oh! Vinde, adoremos,
Oh! Vinde, adoremos,
Oh! Vinde, adoremos Jesus, o Senhor
Hino 538 do Christian Science Hymnal, Hymns 430–603 [Hinário da Ciência Cristã, Hinos 430–603].
O verso inicial, “Oh! Vinde! Oh! fiéis, Felizes, triunfantes”, realmente me emocionou, e pesquisei a história dessa obra. O texto original foi escrito em latim, e a palavra traduzida como “vinde” é adeste, que significa “esteja aqui”, ou “esteja presente”. Ao pensar nisso, lembrei-me de que, embora o homem corpóreo Cristo Jesus não esteja aqui hoje, nós estamos sempre na presença do Cristo, a Verdade que Jesus viveu e demonstrou. A Ciência Cristã ensina que Deus enviou o Seu Filho, Jesus, ao mundo, para mostrar que o Cristo é eterno e está aqui mesmo, a fim de que o demonstremos. O Cristo está conosco agora e sempre, curando e resgatando a humanidade de toda insuficiência, doença e tristeza. Conhecendo essa verdade, podemos ser fiéis, felizes e triunfantes!
Eu estivera orando para ter mais confiança em Deus no tocante às nossas necessidades daquele momento e também nas do futuro.
Faz alguns anos, uma semana antes do Natal, passei por uma situação que demonstra a veracidade e valor desse conhecimento. Meu marido, após ter servido no corpo de fuzileiros navais, havia concluído um ano de estudos em um curso de pós-graduação, e estava procurando emprego. Nossa poupança estava quase zerada, e eu estava imaginando como nos arranjaríamos. Não parecia haver muita coisa boa para sermos felizes, e eu estivera orando para ter mais confiança em Deus no tocante às nossas necessidades daquele momento e também nas do futuro. Às vezes era difícil. Era como se estivéssemos acabando de montar o quebra-cabeça de nossa vida. Eu pensava que tinha uma clara ideia do quadro que estava se esboçando no quebra-cabeça (o plano que eu achava que Deus traçara para nós), e do lugar onde cada uma das peças restantes se encaixaria, mas percebi que o que eu imaginava não correspondia ao quadro verdadeiro. Por mais que eu forçasse, as peças não se encaixavam.
Um dia, enquanto eu estudava a lição bíblica semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, percebi com clareza que eu apenas necessitava ter paciência. Compreendi que o plano de Deus para Seus filhos só podia ser bom, e na hora certa me seria mostrado. Não podemos circunscrever o plano de Deus, pois Seu plano sempre dá muito mais certo do que o nosso. Entendi que eu devia permanecer confiante em Deus, aderindo a essas verdades espirituais em minhas orações, e alegrar-me, porque Deus é bom! Eu sabia que eu triunfaria sobre o medo à escassez.
Durante aquele período ficou claro para mim que o que eu mais necessitava era aprofundar minha compreensão a respeito de Deus como nosso provedor. A Bíblia diz: “...o meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades” (Filipenses 4:19). Foi essa verdade que Cristo Jesus demonstrou ao multiplicar os cinco pães e dois peixes para alimentar as multidões famintas (ver Marcos 6:41). Mary Baker Eddy explica no livro-texto da Ciência Cristã que todos são abençoados por Deus, e pela relação inquebrantável que o homem tem com Deus, a qual não contém nenhum elemento de escassez, conforme Jesus demonstrou para nós. Ela escreve: “Na relação científica entre Deus e o homem, constatamos que tudo o que abençoa um abençoa todos, como Jesus demonstrou com os pães e os peixes — sendo o Espírito, não a matéria, a fonte do suprimento” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 206).
Quando compreendemos que Deus é a fonte de todo o bem, e que Seus filhos refletem, sem demora, todo o bem que nEle se encontra, deixamos de simplesmente ficar à espera de que um dia as coisas se encaixem. Percebemos que tudo de que necessitamos para nossa felicidade e segurança já existe, e que estamos no lugar que é perfeito para cada um de nós, na nossa unidade com Deus, a todo momento! As Escrituras nos dizem que Deus é o Amor, e que o amor de Deus não tem limites. O Amor não nos conduz somente até a metade do caminho, suprindo apenas parcialmente as nossas necessidades. O Amor nos conduz durante todo o percurso, em todos os nossos esforços corretos. Essa é uma lei espiritual, uma lei de Deus, pela qual somos governados.
Senti essas verdades espirituais tão junto a mim naquele Natal, que eu não podia refrear minha alegria. Realmente senti a presença do Cristo, a paz vinda de Deus. Finalmente havia conseguido confiar por completo no plano que Deus tem para nós, e foi como se um peso enorme tivesse sido tirado dos meus ombros. Então pude desfrutar o momento que estávamos vivendo, sem ficar preocupada com o futuro.
Em menos de um mês meu marido recebeu três ofertas de trabalho, na mesma semana. Uma delas veio por meio de um telefonema inesperado. Era o emprego que meu marido queria e passara um ano e meio tentando conseguir.
Devo dizer também que conseguimos restaurar todas as economias que haviam se esvaído para pagar os estudos do meu marido. Ficamos muito felizes por ver que Deus é o bem, e agradecemos enormemente por Seu abundante suprimento.
Neste Natal, sem dúvida ouvirei “Vinde, adoremos” de novo, mais de uma vez, mas o Cristo, a mensagem divina vinda de Deus aos homens, a qual eleva e cura a humanidade, está aqui para ser ouvida por todos, em todos os lugares, hoje e sempre.
