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Da verdadeira gratidão faz parte o reconhecimento espiritual

Da edição de novembro de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Pergunta: Sou realmente grato pelas bênçãos que Deus me tem dado?

Resposta: Sim, sou grato pela melhoria que a oração trouxe a minha saúde, meu trabalho e relações pessoais.

Pergunta: Haverá, porém, alguma gratidão mais elevada do que o mero agradecimento por benefícios materiais?

Resposta: Sim. Da verdadeira gratidão faz parte o reconhecimento da perfeição que pertence eternamente ao homem como reflexo de Deus.

Explanemos um pouco mais esses conceitos, considerando um caso específico.

Quando um amigo meu, que havia estado doente durante algum tempo, começou a melhorar, fiquei contente com a evidência de saúde melhor — e por que não? Ora, não há nada de errado nisso. O sentido espiritual, no entanto, disse-me que estava faltando algo em minha resposta. Não estaria eu esquecendo um aspecto mais importante e mais profundo na melhora de meu amigo? Então vi que se fazia necessária uma resposta cientificamente cristã mais vital. Eu podia e devia regozijar-me porque meu amigo não era, nem jamais havia sido, menos do que a idéia perfeita de Deus.

Comecei a insistir que nunca houvera uma causa separada de Deus — uma causa que podia infligir ao filho espiritual do criador perfeito qualquer estado dessemelhante à natureza de seu Pai, o Amor divino. Nenhuma causa imperfeita; portanto, nenhum efeito imperfeito. Claro é que a evidência humana de melhora evocou, e por certo devia evocar, gratidão. A Sra. Eddy ressalta a importância do reconhecimento do bem quando pergunta: “Somos realmente gratos pelo bem já recebido? Então nos aproveitaremos das bênçãos que temos e assim estaremos aptos a receber mais.” Ciência e Saúde, p. 3; Ora, o tempo não é elemento no recebimento de mais bem. É a consciência espiritualizada que traz a perfeição à luz. Em Ciência e Saúde, ao lado do sub-título marginal “Consciência espiritualizada”, encontramos estas palavras da Sra. Eddy: “Torna-te consciente, por um só momento, de que a Vida e a inteligência são puramente espirituais — que não estão na matéria nem são da matéria — e então o corpo não proferirá queixa alguma. Se sofres de uma crença na doença, achar-te-ás repentinamente curado.” ibid., p. 14; Vi que minha gratidão pela melhora física deveria vir acompanhada do reconhecimento de que a verdadeira (e única) identidade de qualquer pessoa é boa, harmoniosa e completa, agora.

Vejamos: Quando se somam cinco e cinco, não se espera que o total chegue primeiro a sete, depois a oito e, por fim, a dez. Tanto menos se deve contar com longos períodos de convalescença ou esperar que a cura venha relutantemente e aos poucos. Por certo as curas instantâneas realizadas por Cristo Jesus demonstram que tempo não é fator na cura. Em mais de um caso, Jesus expressou agradecimento verbal antes mesmo de aparecer a evidência física da cura. Num desses casos, alimentou a multidão com o que parecia ser uma quantidade lamentavelmente inadequada de pão e peixes. ver Mateus 15:32–38; Noutra, ressuscitou Lázaro de entre os mortos. Suas palavras soaram como um animador lembrete de que a expressão de gratidão pode ser um elemento primordial na cura espiritual: “Pai, graças te dou porque me ouviste.” João 11:41;

Há a contrafação da verdadeira gratidão. Será que, vez ou outra, não nos sentimos induzidos a uma atitude de altiva justificação própria, semelhante à que o fariseu teve com relação ao status humilde do publicano? ver Lucas 18:9–14. Talvez não de maneira tão aberta; mas será que não nos encontramos sentindo gratos, com certo ar de superioridade, porque o crime, o turbilhão político, a devastação causada pela natureza, que afligem “aquela gente lá”, não nos atingem? Quanto melhor seria afirmar a presença eterna do bem, do Princípio todo abrangente, Deus, do que não é o autor de estados calamitosos, quer aqui, quer “lá”.

O admitirmos que possa sobrevir aos outros algum dano, junto com um sentimento de alívio cheio de gratidão porque fomos poupados dos resultados destrutivos da guerra, do crime ou do clima, não chega a ser gratidão verdadeira pelo bem que a tudo envolve. Nossa resposta, firme e imediata, aos relatos televisionados ou impressos de desastres em qualquer parte do mundo, precisam ser um repúdio: temos de insistir em que esses assim chamados “atos de Deus” constituem o antípoda mortal da ação inteiramente harmoniosa do Princípio divino. Quando, em nosso pensamento, desligamos completamente do universo do Espírito a evidência de calamidade ou crise, verificamos que as forças físicas perdem o poder de nos amedrontar. E, na proporção em que o reconhecimento da realidade espiritual substitui nossa aceitação de desastres, não só ajudaremos a nos livrar da destruição causada pela matéria, mas favoreceremos o mundo todo também.

Tendo em vista que a gratidão não é apenas o reconhecimento do bem que se evidenciou humanamente, mas é também o reconhecimento da perfeição espiritual que o homem expressa como semelhança de Deus, a gratidão constitui-se em elemento vital na oração, ou seja, no tratamento metafísico. Os Cientistas Cristãos aprenderam que a oração que cura inclui, em geral, tanto negação como afirmação — negação do testemunho dos sentidos materiais e afirmação do que é espiritualmente verdadeiro a respeito do homem como manifestação de Deus. Esses dois ingredientes fundamentais do tratamento pela Ciência Cristã associam-se naturalmente com a gratidão.

Será que podemos negar, com êxito, os sentidos materiais que talvez estejam nos dizendo que desastres ou carência fazem parte de nossa sorte, sem sentir profunda gratidão por não estarmos realmente sujeitos a essas paródias de nossa verdadeira identidade como manifestação da Mente infinita? Na medida em que afirmamos com convicção inabalável o status espiritual tanto nosso como dos outros, é impossível deixar de sentir um afloramento de profunda gratidão por podermos reivindicar como nossa a perfeição do ser. A gratidão, pois, é inseparável da afirmação e, até mesmo, da negação. É essencial à força sanadora que a Ciência Cristã está oferecendo à humanidade como resposta a todos os problemas humanos. Sim, da verdadeira gratidão fazem parte o regozijo pelo bem presente e o reconhecimento espiritual da perfeição que já se acha presente e que nunca esteve ausente.

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