Meu pai faleceu quando eu tinha quinze anos de idade. Sua longa enfermidade havia solapado boa parte de nossas economias e, naquela época, não existia seguro social para nos amparar nessa emergência. Um desentendimento entre familiares tinha alienado nossos parentes e assim me parecia não ter a quem apelar. As perspectivas eram sombrias.
Minha mãe, a quem eu tanto amava, não estava em condições de enfrentar a situação, por isso, abandonei a escola e assumi a responsabilidade por nós duas. Eu amava a Deus, porém, em minha ignorância, achava que somente uma força de vontade férrea e uma obstinada persistência nos permitiriam sobreviver. O simples emprego para o qual eu estava qualificada rendia bem pouco dinheiro. A fim de adquirir treinamento, à noite, após o trabalho, eu percorria de bicicleta uns 16 quilômetros (ida e volta) até uma faculdade municipal. Havia poucas oportunidades de contatos sociais; parecia não valer a pena viver.
Foi então que uma colega de serviço, que era diferente de qualquer outra pessoa que eu conhecia, percebeu minha necessidade. Por um bom lapso de tempo relutou em explicar-me o que lhe dava aquela aparência de serena felicidade. Um dia, porém, em que demonstrei vivo interesse, revelou-me ser estudante de Ciência Cristã
Christian Science (kris’tiann sai’ennss). Explicoume que os Cientistas Cristãos estudam um livro-texto junto com a Bíblia. Mas não se propôs a emprestar-me um exemplar desse livro. Animou-me, sim, a ir a uma Sala de Leitura da Ciência Cristã, a fim de tomar emprestado o referido livro. E foi exatamente o que fiz. O livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras por Mary Baker Eddy forneceu-me a explicação daquilo que tornava minha amiga tão atraente — a perspectiva espiritual. Aceitei esta Ciência sem reservas e minha vida começou a mudar para melhor. Houve curas de males físicos, foi me oferecido trabalho recompensador e houve aumento considerável de bens. Mais tarde, casei-me com um Cientista Cristão dedicado, o que me proporcionou grande felicidade.
Há mais ou menos doze anos, sofri óbvios sintomas de artrite, embora o caso não tivesse sido diagnosticado. Durante uns dois anos, fiquei incapacitada de entrar ou sair da banheira sem a ajuda de alguém e sofria consideráveis dores. A invalidez ameaçava-me
Entretanto, como já tinha sido libertada de muitas limitações graças à crescente compreensão das verdades da Ciência Cristã, aceitei esse novo desafio com o auxílio de uma praticista da Ciência Cristã, como uma oportunidade a mais de progredir espiritualmente. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy afirma (p. 225): “Tudo quanto escraviza o homem é oposto ao governo divino. A Verdade liberta o homem.” Essa tentativa do erro para me subjugar, opunha-se frontalmente à vontade de Deus, portanto estava desprovida de poder e precisava ceder à Verdade divina.
A cura não foi imediata. Nos dias difíceis de minha mocidade, antes que eu tivesse percebido, através da Ciência Cristã, que a liberdade é o resultado natural de seguirmos a orientação de Deus, a forte força de vontade humana, mencionada acima, parecia ser a única maneira de manter-me viva. Agora, neste novo desafio, a oração da praticista revelou restarem ainda evidências dessa obstinada determinação que precisava ser banida. Estou feliz em dizer que, assim que meu ponto de vista começou a ceder à verdade de que não pode haver nenhuma oposição ao governo divino, barreira alguma ao livre fluxo da vontade de Deus para com o homem — Sua boa vontade — a determinação obstinada começou a ceder. À medida que o pensamento se tornava flexível, assim também se tornaram os membros, e fui maravilhosamente liberada da artrite.
Londres, Inglaterra
