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Ser respeitado

Da edição de novembro de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Todo mundo quer ser respeitado — desde a criança pequena que tem um acesso de fúria até a pessoa mais velha que repassa sua vida. Mas será que sempre procuramos o respeito no lugar certo? Respeito não é algo que se obtenha dos outros. Ou de coisas e acontecimentos. Em essência, respeito é algo que não deve ser reconhecido acerca de nós mesmos, mas reconhecido dentro de nós mesmos.

Um dicionário define “respeitar” como “sentir ou mostrar honra ou estima; ter em alto conceito”. O que pomos em primeiro lugar em nossa vida? Onde fica Deus em nossas prioridades? Não nos podemos preocupar tanto com posições mundanas e posses materiais a ponto de deixarmos de honrar a Deus como devíamos. Não podemos consentir que o valor de uma opinião humana, expressada por outra pessoa a nosso respeito, venha a impedir-nos de perscrutar a fundo o homem real.

Se de fato honramos a Deus e ao homem tal como Deus, o Espírito, o fez, percebemos o que significa, realmente, respeito. Nós o sentimos. Nós o amamos. Nós o expressamos. E isso muda toda nossa vida e nosso modo de viver. Muitas coisas que antes pareciam tão importantes passam a ocupar lugar secundário. Experimentamos uma paz interior que antes jamais conhecêramos. Procuramos oportunidades de manifestar mais de Deus em tudo o que fazemos e a todos com quem convivemos.

Mas como estimamos o homem criado por Deus, o Espírito? Vendo-o como ele é, ente espiritual e não material. A substância do homem é espiritual. O homem inclui amor, poder espiritual e santidade. Ele é a própria manifestação do Princípio. Seu valor é irrepreensível e inatacável. O homem não pode perder o que Deus lhe deu. Não pode ser diminuído por um só instante, assim como Deus não pode perder Sua infinidade.

Para honrar esse conceito de homem, começamos, nas palavras de S. Paulo, a nos despir do “velho homem” e a nos revestir do “novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele [Deus] que o criou [ao homem]”. Coloss. 3:9, 10; O homem é infinitamente essa imagem. Que herança espiritual temos! A Sra. Eddy lembra-nos: “Quando não mais te servir o que é velho, não deves recear vestir o que é novo.” E continua: “Teu progresso talvez provoque inveja, mas também há de atrair respeito.” Ciência e Saúde, p. 452; Veremos que o homem como Deus o fez — o verdadeiro ser de todos — tem profundidade espiritual. Reconhecê-lo em nossas orações e a isso aderir em nossa prática, nos trará grande paz.

Teremos a auto-estima baseada em nosso verdadeiro eu espiritual, como semelhança de Deus. Veremos que o eu humano egotista não tem domínio sobre nós ou sobre qualquer outra pessoa. Não sendo de Deus, esse ego não tem identidade nem entidade. Quando visto sob essa luz, o falso ego não nos pode influenciar nem controlar.

Se dermos com um traço de caráter não atraente, tal como a crítica destrutiva ou a irascibilidade, não ficaremos impressionados. Veremos que tais traços de caráter não pertencem à verdadeira natureza de ninguém, como filho de Deus. Procuraremos — mais a fundo, se necessário — ver brilhar no homem características de valor. Apreciaremos o bem. E isso é o que haveremos de respeitar em cada indivíduo.

E assim temos uma base para sermos corteses uns com os outros porque estamos percebendo — talvez apenas fracamente — o homem, a expressão espiritual e perfeita. E na medida em que reconhecemos nosso verdadeiro valor (e o valor dos demais) como filho de Deus plenamente amado e sempre protegido, não nos sentiremos ameaçados pelo que alguém está ou não está fazendo ou pensando. Não haverá necessidade de diminuir nenhuma outra pessoa — declarada ou encobertamente, oral ou silenciosamente. Mesmo se os pontos de vista de alguém estiverem em oposição direta aos nossos próprios, permaneceremos serenos e respeitar-lhe-emos o direito à opinião própria. Isso não significa que tenhamos de nos submeter a algo que consideramos basicamente errado, nem precisamos concordar com tal coisa.

Nossa Líder, a Sra. Eddy, respeitava as crenças religiosas do povo de Concord, New Hampshire (ver The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany 163:27–28). Respeitamos nós as crenças religiosas de nossos vizinhos? Podemos respeitá-las se realmente compreendemos que a base de todo ser é espiritual. Essa compreensão dá-nos uma perspectiva mais ampla que permite apreciar o ponto de vista de outra pessoa. Respeitando cada vez mais o homem criado por Deus em todo o Seu poder e majestade, vemos esse homem como o único homem que existe. Então estamos amando suficientemente os outros — com a devida profundidade — para vê-los como são deveras: expressões espirituais de Deus. E esse processo devoto de despojar-se do velho homem e revestirse do novo homem também há de atrair respeito pelo que acreditamos e defendemos.

Como Cientista Cristão, fui durante alguns anos membro ativo de duas equipes de ministros que unidos trabalhavam para levar esclarecimento espiritual a duas universidades. Para desincumbir-me dessa tarefa, foi preciso travar conhecimento com todos eles. Descobri ser possível apreciar genuinamente o trabalho que cada um dos ministros estava fazendo. Isso levou a trocas de idéias esclarecedoras — não discussões nem debates — quanto aos nossos pontos de vista diferentes. Nunca tentei empurrar-lhes Ciência Cristã, mas estava sempre pronto a responder perguntas. E havia perguntas.

Preparava-me para essas reuniões, reconhecendo devotadamente que o homem espiritual, criado por Deus, é o único homem verdadeiro. Eu sabia que ninguém, em seu ser verdadeiro à semelhança de Deus, podia ser afastado ou influenciado por qualquer outro modo de ver o homem. Eu orava para ver o homem de Deus — o homem que eu respeitava completamente — como a verdade a respeito de todos. E isso significava ser atencioso para com os outros, interessar-me por eles, apreciando aquilo que de bom eles defendiam e fazendo-os se sentirem mais estimados.

Resultado: Eu, bem como minha religião, a Ciência Cristã, éramos cada vez mais respeitados pelos outros. Começaram a ver a Ciência Cristã como uma religião cristã, assentada firmemente nos ensinamentos e no exemplo de Cristo Jesus. Em vez de classificarem erroneamente a Ciência Cristã como uma seita, começaram a vê-la genuinamente cristã. E abriu-se até a oportunidade de eu dissertar acerca da Ciência Cristã numa aula sobre o Novo Testamento que era lecionada por um dos ministros.

Durante uma de nossas reuniões, a pessoa encarregada, um ministro protestante, mostrou-nos orgulhosamente sua mais recente aquisição, um exemplar de Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã, de autoria da Sra. Eddy. Mais tarde, esse ministro disse-me o quanto estava apreciando a leitura do livro. E como lhe estava ajudando. Também fiz amizade com outros dois ministros do campus. De vez em quando, nos encontrávamos por razões de camaradagem e para termos a oportunidade de partilhar vislumbres das Escrituras.

Lemos em Levítico: “Se andardes nos meus estatutos, guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes ... estabelecerei paz na terra ... Para vós outros olharei, vos farei fecundos e vos multiplicarei, e confirmarei a minha aliança convosco. ... Andarei entre vós, e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo.” Levítico 26:3, 6, 9, 12. Se continuarmos a andar nos Seus estatutos (ver o homem como Deus o conhece) e a guardar os Seus mandamentos (tornarmo-nos mais cristãos em pensamentos, palavras e ações), sentiremos o respeito de Deus por nós e por todos. Veremos que respeitar é algo que podemos fazer na medida em que compreendemos o ser espiritual do homem, algo a ser expressado em nosso contato diário com o próximo. E, na medida em que isso for genuinamente feito, haverá de atrair respeito para a Ciência que tanto significa para nós.

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