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A lição de Zacarias

Da edição de agosto de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Como pode um acontecimento ocorrido há cerca de dois mil anos, num país longe do nosso, cuja cultura é bem diversa da nossa, ter algo a ver com você e comigo, hoje? Tem algo a ver porque, em última análise, tempo, lugar e cultura material só têm significado como cenário temporal para lições aprendidas sobre as verdades eternas a respeito de Deus e do homem.

Algum tempo atrás, sofri de uma infecção na garganta que me impedia de falar. Eu tinha que escrever bilhetes para comunicar-me com minha família! Antes disso, eu havia lecionado um pouco e estava ansiosa para continuar a dar aulas.

Ao dar-me tratamento mediante oração, pela Ciência Cristã, procurando reconhecer a perfeição de Deus, o Espírito divino, e minha origem nEle, encontrei-me a meditar sobre a história de Zacarias relatada no Evangelho segundo S. Lucas. Ver Lucas 1;

Zacarias era sacerdote no templo de Jerusalém. Ele e a mulher, Isabel, eram bons e desejavam viver de acordo com a orientação divina. Tinham, porém, uma frustração: já eram de idade avançada e não possuiam filhos.

Certo dia, quando Zacarias estava desempenhando suas funções de sacerdote e a multidão, lá fora, orava, despontou-lhe uma intuição espiritual que nunca lhe havia ocorrido antes. Essa intuição era tão real e substancial para Zacarias, que lemos: “E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso.”

A mensagem divina incluía a promessa de que Zacarias e Isabel, apesar de todas as leis materiais em contrário, teriam o filho pelo qual tanto haviam orado. Este seria um menino e deveriam chamá-lo João. Muitos se rejubilariam com esse nascimento, pois o menino seria o precursor do Messias que estava para vir. “E irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para... habilitar para o Senhor um povo preparado.”

Poder-se-ia pensar que Zacarias exultasse com tal revelação, no entanto sua primeira reação foi de descrença: “Como saberei isto? pois eu sou velho e minha mulher avançada em dias.” E sua descrença resultou, de acordo com a palavra do anjo, em mudez. Mesmo depois do nascimento da criança, Zacarias não conseguia falar.

Chegou o dia da circuncisão e uma questão crucial veio à tona. De quem era essa criança? Estava Zacarias pronto a reconhecer Deus como o único criador?

O nascimento do filho de Zacarias e Isabel foi um acontecimento importante. Parentes e vizinhos reuniram-se para celebrar. Talvez Zacarias tenha sido tentado a sentir-se orgulhoso nesse momento, orgulhoso de sua virilidade, de sua autoridade. Finalmente, tinha um filho para perpetuar-lhe o nome!

Isabel, sua mulher, disse que o nome do bebê seria João, mas os parentes e vizinhos não aceitaram tal idéia. Queriam que a criança fosse denominada Zacarias, de acordo com os costumes, e que Zacarias o confirmasse. Porém, “pedindo ele uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E todos se admiraram. Imediatamente a boca se lhe abriu e, desimpedida a língua, falava louvando a Deus.” Zacarias estava curado.

Bem, e o que tudo isso teve a ver com meu problema? Ao analisar devotadamente a experiência de Zacarias, descobri dois pontos importantes. Primeiro: ele não acreditou na mensagem divina, a revelação de Deus que lhe disse — virtualmente — que o ser baseia-se no Espírito e não pode ser obstruído por condições físicas. Lembrei-me de que a palavra “descrença” aparece no livro-texto da Ciência Cristã de maneira diferente, mas esclarecedora. Referindo-se especificamente ao tratamento de acidentes, mas estabelecendo uma regra de aplicação bem mais ampla na cura cristã, a Sra. Eddy escreve: “Declara que não te machucaste e compreende a razão disso; verás que os bons efeitos que daí resultam, estarão em exata proporção à tua descrença em relação à física e à tua fidelidade para com a metafísica divina — à tua confiança em que Deus é Tudo, como as Escrituras declaram que Ele é.” Ciência e Saúde, p. 397. Descrença em relação à física!

O segundo ponto surge um ponco antes da cura de Zacarias, quando ele teve de reconhecer, mais plenamente do que antes, que Deus é o único e verdadeiro criador.

Ponderando esses dois pontos, resolvi aprimorar-me neles e analisar seriamente meus pensamentos, minhas conversas e meus atos. Esforceime definitivamente para deixar de crer na física e para ser fiel à metafísica divina. Reconhecendo, de modo específico, que Deus, a Mente divina, é o único criador e que, portanto, o homem é idéia divina — e não um mortal material e vulnerável — voltei-me ao Amor divino para que me ajudasse a entender essas verdades, e, de fato, vivê-las. Vi que não era acidental que o título completo do livro-texto da Ciência Cristã é Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Dentro em pouco, eu estava completamente bem.

Será que isso significa que toda pessoa com dor de garganta deva procurar o relato bíblico de Zacarias para obter a cura? Claro que não. Não há fórmulas para a cura, na Ciência do Cristo. Todas as histórias e as verdades inspiradas da Bíblia, quando meditadas e aceitas, ensinam lições que podem atender a necessidades específicas. Podem influenciar divinamente nossos pensamentos, nossas palavras, nossos atos. E podem curar!

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