Certa mulher sentou-se no escritório de uma praticista da Ciência Cristã e chorou, enquanto derramava os temores e frustrações que a atormentavam. A praticista, por sua vez, inverteu cada uma das declarações de infortúnio com a verdade espiritual, corretiva, de que Deus é a única Vida e Mente e que o homem é sua manifestação excelente.
Por fim, dando ênfase a estes grandes fatos, a praticista declarou: “A Bíblia mostra repetidamente que Deus é Amor e é excelente, maravilhoso, magnífico, santo! Assim, é certo que Ele só pode manifestar em você os pensamentos mais elegantes!”
Surpresa, a mulher desatou a rir. “Pensamentos elegantes!” exclamou. “Nunca ouvi tal coisa!” Então, já mais serena: “Você, porém, tem razão. O criador não poderia de maneira alguma conceber pensamentos destrutivos como os que descrevi.” Essa conscientização assinalou a mudança de pensamento da mulher. Ela sentiu e compreendeu algo da luz e da beleza inerentes na presença eterna de Deus, e sua cura de escuridão mental começou com aquele toque de elegância espiritual.
Soa estranho falar em elegância espiritual? Por quê? É pelo fato de associarmos elegância unicamente com esplendor material? Ou porque soa como algo pouco prático e não relacionado com o viver diário? Que é elegância?
Elegância inclui pureza, graça, exatidão e simplicidade harmoniosa. Interpretadas espiritualmente, essas qualidades procedem de Deus. Não se originam da matéria nem dependem dela para se expressarem. “A Mente perfeita emite perfeição, pois Deus é Mente” Ciência e Saúde, p. 239;, escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde. Assim elegância — pureza e graça — de expressão é inerente à criação de Deus, é uma característica de tudo o que é real. O versículo: “Farei que os homens sejam mais preciosos do que o ouro puro” Isaías 13:12 (conforme a versão King James); descreve apropriadamente, em termos bíblicos, a auto-expressão da Mente no homem.
A crença mortal, a ignorância da Verdade, parece encobrir de nós a genuína elegância da vida na Mente. O mortal, porém, não é outra criação, que compete com a espiritual. É erro mental apenas, é falso e ilusório, é essencialmente nada. O erro sempre pode ser corrigido quando a Verdade é captada; assim em todo ponto do pensamento, a perfeição da realidade espiritual está a mão para ser provada e desfrutada, mediante compreensão espiritualmente iluminada.
Cristo Jesus era, ele próprio, a corporificação perfeita de pureza, graça, riqueza, simplicidade harmoniosa — a essência da elegância. Sua glória não era sobrenatural, fora de nosso alcance. Era o Cristo, dando-nos nova definição de homem, lei, substância, e resultando numa dimensão maior e mais espiritual do viver. “Eu vim”, disse ele de sua missão junto à humanidade, “para que tenham vida e a tenham em abundância.” João 10:10.
Se quisermos seguir o exemplo de domínio sobre a matéria e de poder curativo, espiritual e científico, que Jesus deu, então será preciso aprendermos a nos conhecer como ele conhecia a si mesmo — como a imagem do Princípio perfeito, imagem evidenciada em consciência espiritual e perfeita. Será preciso aprendermos a viver esse espírito do Cristo, deixando que a Verdade nos leve do pensamento ao pensamento perfeito. Essa ação é elegância espiritual numa apresentação prática.
“Pensamentos elegantes” são puros porque a criação de Deus precisa refletir Sua pureza. Esta acha-se inerente em cada idéia que expressa a Mente perfeita; portanto a consciência real está eternamente livre de pensamentos mortais poluídos. Quando nossa semelhança a Deus começa a substituir um conceito de eu baseado na matéria, sentimos a ação refinadora da Verdade. O pensamento emotivo e desequilibrado começa a ceder ao controle da inteligência orientadora da Mente. Falsos apetites cedem a desejos puros pelo bem; nossas ações melhoram. O medo vai sendo eliminado na medida em que captamos o fato de que o Amor infinito impede a existência de todo o mal. A Mente única e perfeita define continuamente o que o homem deve ser e esse ato de definir da Verdade é uma lei de pureza para o homem.
“Pensamentos elegantes” têm graça — a beleza, a misericórdia e a vitalidade do amor de Deus. Pensamentos cheios de graça mostramnos os recursos benignos de tato, compaixão, equilíbrio, integridade e alegria, que corrigem temperamentos maldosos e carentes de graça. Essa harmonia da presença da Alma precisa necessariamente tocar os mais ínfimos detalhes de nosso viver, de modo que possamos sentir sua concórdia, quer estejamos a sós, quer na presença de outros, no trabalho ou em horas de lazer, desincumbindo-nos de grandes responsabilidades ou desempenhando as mais simples tarefas. Sentir realmente o ritmo espiritual da Alma — mover-se com Deus como produto Seu — é um corretivo específico do nervosismo, do desequilíbrio mental, do engano de estar sozinho na vida e de ter falta de controle. A graça afirma a verdade de nossa união com Deus que regula e assegura a vida; é sempre uma asserção que satisfaz e cura.
“Pensamentos elegantes” são exatos e nos mostram como fazer a coisa certa no local exato e na hora precisa. A “coisa certa” é sempre o fato espiritual subjacente ao bem na experiência humana — a verdade espiritual que é nossa e que nos cabe reivindicar. O local exato para reivindicar esse fato espiritual encontra-se sempre aqui, na consciência. E a hora precisa de reivindicá-lo é sempre agora. No molde belamente disposto da consciência individual como Deus o projeta, a idéia espiritual é exata, está definida e em foco. Não há tempo nem espaço entre a verdade que Deus sabe a respeito do homem e a exata expressão da Verdade manifestada pelo homem. Compreendendo este ponto, não temos de suportar a confusão ou agüentar um sentido deslocado ou mal colocado de saúde, identidade ou oportunidade. A Mente não consente que uma só idéia se extravie, mas zela terna e acertadamente por sua descendência. Podemos sentir confiantemente a onisciência do Espírito, que nos motiva de modo a sabermos o que fazer e como fazê-lo com elegância natural.
“Pensamentos elegantes” refletem a harmoniosa simplicidade da Verdade. Deus é Tudo-em-tudo. O escopo infinito deste fato é profundo. Compreendê-lo traz liberdade e domínio. A ignorância sempre é complicada. Evidenciando-se como um sentido mortal de todas as coisas, faria com que nos sentíssemos sobrecarregados e desesperados. A ignorância, porém, não passa de um sentido ilusório de ausência da Verdade. Ainda mesmo um só grão da verdade de que Deus, o bem, é Tudo, a própria substância de nosso ser, começa a restaurar a harmonia e a simplicidade em nossa vida.
A Ciência Cristã enriquece-nos a vida com pensamentos espiritualmente elegantes. São puros, cheios de graça, exatos e simples. Não são fugidios; fluem da onisciência da Mente, mostrando-nos as delícias da verdadeira consciência.
O Senhor tem piedade de Sião;
terá piedade de todos os lugares assolados dela,
e fará o seu deserto como o Éden,
e a sua solidão como o jardim do Senhor;
regozijo e alegria se acharão nela,
ações de graça e som de música.
Isaías 51:3
