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Que é a Bíblia?

1a. parte: Visão geral

Da edição de agosto de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


As principais religiões do mundo, tais como o judaísmo, o islamismo, o confucionismo, o taoísmo, o budismo, o hinduísmo, todas elas têm coletâneas de escritos que abordam conceitos a respeito de Deus. No cristianismo, esse corpo de escritos sacros é chamado a Bíblia.

A Bíblia descreve a procura por um Ser Supremo e mostra a revelação paulatina de Deus à humanidade. Seus capítulos registram as lutas, os fracassos e as vitórias de indivíduos e de nações. Ressaltam que a lealdade às exigências divinas leva ao êxito e à vitória, enquanto que a deslealdade a Deus termina sempre em fracasso e exige que se volte atrás.

A Bíblia fala-nos em Deus, em Sua criação e no relacionamento entre Deus e Sua idéia, o homem. Além disso, mostra como esse relacionamento torna-se prático em nossa vida se seguimos lealmente as exigências divinas que constam nesse livro, particularmente nos Dez Mandamentos e no Sermão do Monte.

Assim a Bíblia fala em Deus e no homem, em nós. Descreve Deus como o único criador, o único chefe de estado e governador, o Pai de todos, o sustentador de nossos lares, o preservador de nossa individualidade, o Pastor que guia e guarda os nossos passos. A Bíblia destaca a terna solicitude de Deus para com a Sua criação, o homem. [Ver (1) na seção Leituras adicionais na parte final deste artigo.]

Em suas páginas a Bíblia sustenta a verdade de que existe um só Deus e pede-nos que neguemos a existência de outros deuses. Deus é Um só, e não existe nada que se Lhe iguale em poder ou que participe do controle que Ele exerce sobre o mundo. Portanto, a Bíblia apresenta uma religião monoteísta, cujos adeptos acreditam apenas num só Deus, reconhecem apenas um só Deus, adoram apenas um só Deus.

Nesse livro encontramos também descrições do comportamento correto e do comportamento incorreto. Se queremos ter uma vida de progresso e livre de enganos, podemos aprender como levar essa vida travando conhecimento com as histórias bíblicas e nos familiarizando com os personagens bíblicos. Essas pessoas ensinam-nos as qualidades de pensamento que devem ser manifestadas e aquelas que devem ser rejeitadas. Por exemplo, quando Jesus lavou os pés de seus discípulos, ensinou-nos a ser humildes, amáveis e prestativos. (2) Quando lemos que os discípulos dormiram no Jardim de Getsêmani embora Jesus lhes tivesse pedido que vigiassem, podemos aprender que devemos estar sempre alerta. (3) “Como adeptos da Verdade, tomamos a Palavra inspirada da Bíblia como nosso guia suficiente para a Vida eterna”, diz-nos a Sra. Eddy à página 497 de Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã. (4)

Examinando a relação de livros no índice, nas páginas que precedem o início da Bíblia, vemos que ela se compõe de duas partes: o Antigo e o Novo Testamentos. A Bíblia contém sessenta e seis livros: trinta e nove no Antigo Testamento, vinte e sete no Novo. Logo, a Bíblia representa uma pequena coleção de livros em que os autores descrevem como Deus revelou Sua natureza a pessoas em ocasiões diversas e em diferentes acontecimentos.

Esses sessenta e seis livros, o relato inspirado de pessoas a quem Deus Se revelou, são chamados livros canônicos. Foram escolhidos dentre outros escritos, inclusive os assim chamados livros apócrifos, mais ou menos entre os anos 400 a.c. e 400 d.c. A ênfase que no século dezesseis Martinho Lutero deu a essa distinção, levou à retirada dos livros apócrifos que assim deixaram de integrar a maioria das Bíblias protestantes. A Sra. Eddy refere-se aos escritos canônicos na Nota Explicativa impressa no Livrete trimestral da Ciência Cristã, a nota que o Primeiro Leitor lê todos os domingos antes da lição-sermão. Ali a Sra. Eddy esclarece que os trechos usados na lição-sermão são unicamente dos livros canônicos da Bíblia e do livro-texto da Ciência Cristã.

Que tipo de literatura encontramos entre os sessenta e seis livros da Bíblia? Supondo que desejássemos ler poesia, onde iríamos procurá-la? Nos Salmos, por exemplo, que são uma coleção de poemas de louvor e glória à majestade de Deus. Descrevem eles Sua solicitude e o governo de Sua criação. (5) Onde mais poderíamos encontrar poesia bíblica? Em Provérbios, uma coletânea de ditados cheios de sabedoria em que os indivíduos são alertados a evitar os enganos e as ciladas do pensamento e da ação errados. (6)

Poesia aparece também nos livros proféticos da Bíblia. Em Isaías, Jeremias, Amós, Oséias, e os outros profetas que em forma de verso se dirigiam, muitas vezes, aos seus contemporâneos. Chamavam eles a atenção dos filhos de Israel para os meios infrutíferos e vãos, mostrando-lhes como pensar e viver de maneira construtiva por reconhecer a totalidade e a onipotência de Deus. Em poesia, o livro de Isaías diz ao povo para apoiar-se em Deus: “Olhai para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra.” Isaías 45:22.

Se desejamos ler alguns cânticos, devemos ir aos Salmos. Estes contêm muitos cantos de ações de graça. Louvam a Deus, que livrou indivíduos da angústia, da pobreza, dos perigos da guerra e das enfermidades e de outros males. Então temos os cânticos de pessoas como Moisés e Míriam, e o cântico de Débora. (7) A Bíblia registra que Paulo e Silas cantavam enquanto estavam na prisão. (8) Há ainda outros lugares em que as pessoas, quando confrontadas com situações difíceis, sentiram a necessidade de louvar a Deus. Provaram que um coração que canta sai vencedor. Não se pode louvar a Deus e pensar em discórdia e problemas ao mesmo tempo. Assim, os cânticos constituem uma parte importante da Bíblia.

Para aprender algumas das leis de Deus, vamos aos livros do Êxodo e Deuteronômio. Na Bíblia, os Dez Mandamentos, que se encontram em Êxodo 20 e que representam a revelação da lei divina a Moisés, são a mais famosa declaração de lei. (9) Esses mandamentos deram aos filhos de Israel no seu tempo e dão-nos hoje a base para a verdadeira moralidade, pois que despertam a consciência para distinguir entre o bem e o mal. Quando lhes obedecemos, estamos fazendo a vontade de Deus. Estamos honrando a lei do chefe de estado justo.

Os primeiros quatro mandamentos (vv. 3 a 11) destacam nossa obrigação para com Deus. O seguinte, que começa: “Honra a teu pai e a tua mãe ...”, traz à lembrança nossa obrigação para com Deus e de igual modo para com nossos pais humanos. E, os cinco últimos (vv. 13 a 17), delineiam as obrigações que temos para com o nosso próximo. Assim os Mandamentos ensinam-nos a amar e a adorar apenas um só Deus, a respeitar nossos pais, a ser amantes da paz, puros, honestos, retos, generosos. A Sra. Eddy refere-se desta maneira ao Primeiro Mandamento: “ ‘Não terás outros deuses diante de mim’ (Êxodo 20:3). O Primeiro Mandamento é o meu texto favorito. Demonstra a Ciência Cristã.” Ciência e Saúde, p. 340.

Se queremos ler a respeito de Jesus, vamos ao Novo Testamento. Os quatro evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João contam-nos a vida de Cristo Jesus, cujo único propósito era dar testemunho da verdade a respeito de Deus e do homem.

Se tivéssemos de preparar uma palestra e quiséssemos ver que forma ela deveria tomar, a Bíblia oferece muitos belos exemplos de sermões ou discursos. O Sermão do Monte, proferido por Jesus, e que é um guia para todo verdadeiro viver e correto pensar, diz-nos quais os estados de consciência que devemos expressar e quais os que temos de rejeitar. Desperta em nós o desejo de sermos semelhantes a Cristo. (10) Há outros belos discursos na Bíblia, como o de Paulo em Atenas, no qual ele rejeitou a crença de adorar a Deus ignorantemente e explicou a seus ouvintes a verdadeira natureza e o verdadeiro caráter do Ser Supremo. As palavras de despedida de Moisés e Josué e o discurso de Salomão na dedicação do Templo são outros belos exemplos. (11)

[Continua no próximo mês.]

Leituras adicionais

(1) Os trechos seguintes descrevem Deus como chefe de estado, criador, pai, governador, pastor, preservador:

chefe de estado:
2 Crôn. 20:6
Salmos 66:7; 103:19

criador:
Isaías 45:8, 12, 18;
43:15; 40:28
Ecles. 12:1

pai:
Mal. 2:10
Mateus 6:9

governador:
Salmos 22:28; 67:4

pastor:
>Salmos 23:1; 80:1

preservador:
Salmos 121:7;
16:1; 32:7.

(2) João 13:3–17.

(3) Mateus 26:36–46.

(4) Outro exemplo acha-se em Lucas 17: 12–19. Que nos ensina o caso dos dez leprosos? Que podemos aprender daquele que voltou par Jesus? Que podemos aprender dos nove que não deram graças?

(5) Salmos 103. Descubra por que Deus deve ser louvado. Exemplo: v. 2: Louvamos a Deus com o fim de reconhecer tudo o que Ele tem feito pro nós; v. 3: Louvamos a Deus porque Ele nos perdoa e cura. Também ler os Salmos 105 e 107.

(6) Prov. 4:5– 15. Ver quão importante é ser sábio e compreensivo. Que faz a sabedoria?

(7) Êxodo 15: 1 – 21; Juízes 5.

(8) Atos 16: 16–40. Que resultou de Paulo e Silas cantarem louvores a Deus?

(9) Os Dez Mandamentos encontram-se em Êxodo 20 e estão divididos em versículos como segue:

primeiro: v. 3
segundo: vv. 4–6
terceiro: v. 7
quarto: vv. 8–11
quinto: v. 12
sexto: v. 13
sétimo: v. 14
oitavo: v. 15
nono: v. 16
>décimo: v. 17.

(10) O Sermão do Monte está em Mateus 5– 7. As Bem-aventuranças estão em 5:3–12. Quais as qualidades que as Bem-aventuranças pedem que expressemos?

(11) O Templo era o lugar de adoração em Jerusalém. Os discursos de Moisés, Josué e Salomão estão em Deuter. 33, Josué 24, e 2 Crôn. 6. O discurso de Paulo está em Atos 17.

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