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Humildade e poder espiritual

Da edição de agosto de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Em resposta a uma pergunta a respeito de mansidão e humildade, tive dificuldade em citar algo da Bíblia que indicasse ser o Próprio Deus manso e humilde. No entanto, essas são claramente boas qualidades cristãs, até mesmo qualidades essenciais para desenvolvermos a nossa salvação. De onde procedem, e como se enquadram na Ciência do ser?

Mansidão e humildade eram qualidades proeminentes em Cristo Jesus, o Guia. Jesus foi a pessoa que mais visivelmente exemplificou o Cristo como a verdadeira idéia de Deus. Mas Jesus era humano. Nascera de Maria. Seria esse um indício de que as qualidades de humildade e mansidão são transitórias, de apoio ao nosso despertar para a realidade? Tratam-se de qualidades essenciais na consciência humana que mais claramente reflete a divina. Na análise que faz Mary Baker Eddy com a “Tradução Científica da Mente Mortal” em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a qualidade moral de “mansidão” aparece no segundo grau, ou seja no grau transitório. Ver Ciência e Saúde, p. 115.

Contudo, a pergunta persiste: Qual é a fonte dessa qualidade? Mansidão deve ser um fator no reconhecimento da nulidade da vida material e da inteligência material, e a totalidade de Deus. Em realidade não existe outro poder ou presença além do Espírito infinito.

Humildade é uma base fundamental para o nosso progresso rumo ao Espírito. Historicamente se evidenciou em várias formas de obediência a Deus, tais como prostrar-se, ou inclinar a cabeça. Mas, é claro, a humildade é fundamentalmente mental e não física. Algum dia e de alguma forma todos precisamos reconhecer a totalidade de Deus, o todo-poder da Mente divina, o único Ego, o grande Eu Sou. Como reflexo de Deus, o homem não tem poder, nem inteligência nem ser, exceto aquele que se origina em Deus, a única fonte. Compreendendo isto, podemos começar a entender este ensinamento de Jesus: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai.” João 5:19.

É esse reconhecimento de que o homem depende inteiramente de Deus o que dá poder às nossas orações. Só pela humildade vemos de fato que o poder é divino e, portanto, ilimitado; que a capacidade do homem é aptidão refletida. Porque Jesus reconhecia tão claramente o poder de Deus, eram expulsos demônios, curadas enfermidades e ressuscitados mortos. Via-se claramente o poder do Cristo através da humildade, da transparência, de Jesus.

Moisés era homem de grande humildade. Essa qualidade o habilitou a refletir a vontade divina. Mas, por outro lado S. Paulo, o intelectual, foi cegado pelo orgulho, o farisaísmo, até que veio sua firme subordinação do humano ao divino. Ele orou humildemente: “Senhor, que queres que eu faça?” Atos 9:6 (conforme a versão King James). Mediante essa transformação do pensamento, um mundo todo novo de oportunidades se lhe abriu. Começou a compreender a força divina e o poder espiritual. Para consegui-lo, ele deve ter reconhecido a nulidade da vida e da inteligência na matéria.

A mente humana resiste ao reconhecimento de sua própria nulidade, e temos a luta entre a carne e o Espírito. Podemos ver a arrogância da assim chamada inteligência material refletida em muitas avenidas da existência humana. Ela era bem evidente na época de Jesus. E continua sendo farisaísmo, onde quer que se manifeste. A Sra. Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), escreve: “Esse pensamento acerca da nulidade material humana, que a Ciência inculca, enfurece a mente carnal e é a causa principal do antagonismo dessa mente.” Ciência e Saúde, p. 345.

Enfermidade é egotismo, em especial a crença de doença incurável. É uma crença de haver inteligência onde ela não existe. Pecado é egotismo. Esses erros são imposições, crenças numa identidade separada de Deus. Pelo claro reconhecimento da totalidade de Deus, o Espírito, Jesus despojou tais erros de poder e presença. A Sra. Eddy diz a respeito de Jesus: “O ‘homem de dores’ foi quem melhor compreendeu a nulidade da vida e da inteligência materiais e a poderosa realidade de Deus, o bem, que inclui tudo. Eram esses os dois pontos cardeais da cura-pela-Mente, isto é, da Ciência Cristã, que o armaram de Amor.” Ibid., p. 52.

É interessante notar que foi exatamente esta qualidade de mansidão, submissa a uma compreensão da nulidade da matéria e da totalidade de Deus, que capacitou Jesus a exercer grande autoridade. Ele trabalhou do ponto de vista de que Deus é a única Mente, o único poder, o bem ilimitado.

A Bíblia registra que Deus disse: “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus.” Isaías 45:5. E o segundo mandamento descreve Deus como “Deus zeloso” Êxodo 20:5.. Essa talvez seja uma maneira de dizer que o bem é infinito e supremo e que o mal é irreal. Deus, o bem, não tolerará o mal. Exige-se de nós que rendamos nossa crença no mal e tenhamos um só Deus.

Outra fase de mansidão e de poder vem à luz quando nos damos conta de que Deus é a única causa e o homem é o efeito. O homem não é um criador. Não é causa nem origem. Está sempre na posição de ser efeito. Isso desafia o orgulho humano. S. Paulo pergunta: “Que tens tu que não tenhas recebido? e, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” 1 Cor. 4:7.

Toda inteligência, motivação, iniciativa, inspiração, autoridade, aptidão criadora reais provêm de Deus. Não existe outra inteligência. Como a manifestação de Deus, o homem tem todos os recursos ilimitados da Mente divina a que recorrer, para os expressar continuamente.

Enquanto reconhecemos apenas uma única Mente, uma causa, um Pai, podemos reivindicar toda a bondade de Deus como nossa por herança. O ensinamento de Jesus incluía esta bem-aventurança: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” Mateus 5:5. Por que é assim? Porque os mansos reconhecem a totalidade de Deus. Quando não temos nenhuma outra Mente senão Deus, estamos demonstrando o reino dos céus dentro em nós, e esse é o estado de espírito que herda a terra.

Intelectualismo e orgulho muitas vezes seguem juntos e constituem resistência à espiritualidade. Mas, quando definida corretamente, vê-se que a inteligência é uma qualidade primordial de Deus, e, portanto, a inteligência do homem é espiritual, procede da Mente divina. Só se é inteligente na medida em que se tem o pendor espiritual, na medida em que se capta as leis de Deus e se reconhece o governo do Princípio divino.

Orar na Ciência Cristã é reconhecer a totalidade de Deus e a unicidade da Mente. É ceder à lei de Deus como base de toda harmonia, saúde e bem-estar. É refutar o testemunho do sentido material, qualquer sentido de ego existente na matéria. O Mestre, Cristo Jesus, foi o praticista supremo do Cristo que cura. Por sua humildade e mansidão, revelou o poder divino e mostrou-nos o caminho da salvação.

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