Atualmente sou cantora e compositora de canções, mas, acima e além de minha inclinação pela música, sempre me senti fortemente impelida a encontrar o significado da vida e a fazer o que estivesse ao meu alcance para levar cura aos problemas do mundo. Fui aluna de uma Escola Dominical da Ciência Cristã durante a infância, mas deixei de freqüentá-la ao ir para o internato. Continuei, porém, a procurar o significado da vida através de diversos caminhos: misticismo, transcendentalismo, controle psíquico da mente, drogas, astrologia e vários sistemas psicológicos de terapia. Contudo, repetidamente eu comparava os vislumbres adquiridos nessas novas incursões com minha diminuta compreensão de Ciência Cristã.
Chegou, porém, um momento em que senti que minha vida estava particularmente insuportável e então fui repentinamente acometida de um grande apreço pela Sra. Eddy. Lembrei-me de que ela passou por provas tremendas e que graças a sua perseverança havia descoberto a lei de Deus, lei essa que Cristo Jesus demonstrou no seu ministério de cura. Comecei a pesquisar sua vida e a estudar o seu livro Ciência e Saúde. Enquanto realizava essa pesquisa, eu sabia estar sendo guiada por Cristo, a Verdade.
No livro do Apocalipse, S. João diz (10:1, 2): “Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça, o rosto como o sol, e as pernas como colunas de fogo, tendo na mão um livrinho aberto.” Parecia que esse anjo com o arco-íris por cima de sua cabeça me havia falado quando dei com esta frase de Ciência e Saúde (p. 559): “Esse anjo tinha na mão ‘um livrinho’ aberto, para ser lido e compreendido por todos.” E, à medida que prosseguia na leitura do capítulo “Apocalipse” nesse livro, eu me maravilhava. Soube, com inabalável certeza, que o Cristo havia vindo outra vez para consolar-nos e curar-nos mediante a Ciência Cristã e que a Verdade imortal não podia ser alcançada por nenhuma outra vereda. Cessei a procura de outros sistemas e deixei de usar drogas.
Pouco depois desse acontecimento, casei-me. Continuei a aprofundar-me em Ciência Cristã e procurei aplicá-la em todas as facetas de minha vida. Tive a maravilhosa ajuda de uma praticista enquanto aguardava a chegada de nossa filhinha, e fiz um bocado de estudo preparatório a fim de espiritualizar o meu conceito de nascimento. O parto teve lugar em casa, contando com a presença de um médico. Durante os trabalhos de parto tive muita dor, mas ative-me à inspiração de que toda atividade, em realidade, é o desdobramento do Amor divino. Pedi a meu marido que telefonasse à praticista e, em cerca de vinte minutos, fui envolvida por uma clara percepção da proximidade de Deus. A dor cessou. A única coisa que eu sentia era a presença da harmonia divina. O parto completou-se dentro de mais alguns minutos e eu sorria prazerosa e placidamente durante o tempo todo. Que momento transcendente e especial de amor para meu marido, para mim e para nossa filhinha. Mais tarde, o médico comentou que ele havia realmente sentido a presença de Deus e que havia ficado profundamente comovido ao presenciar o acontecimento.
Em meu trabalho como concertista há bom número de anos, constatei que na medida em que progrido em minha compreensão a respeito de Deus, participo de concertos de “rock” numa atmosfera de maior paz. Não faz muito tempo apresentei-me num festival de música popular realizado ao ar livre. Quando cheguei ao local do festival, os prospectos de uma apresentação frutífera e satisfatória pareciam particularmente negros. A audiência compunha-se de milhares de pessoas e muita gente estava alcoolizada. Além disso, a chuva caía contínua. Até aquela altura os números apresentados haviam sido de “rock” pesado e gritante. Sempre tive a intenção de, ao me apresentar, elevar o pensamento tocando música de qualidade e letras ricas em idéias. No entanto, parecia que a multidão ali se encontrava para divertir-se desregradamente e parecia que não estavam em condições mentais de apreciar o tipo de música que eu tocava e a que chamo “rock gracioso”. Persisti em saber que o que eu tinha em mente era glorificar Deus, e que a idéia-Cristo, a mensagem divina de amor e pureza, estava presente, apesar do que parecia estar acontecendo.
Quando subi ao palco a chuva caía ainda mais forte e o vento soprava, mas eu, no entanto, estava bastante em paz e feliz. Tinha uma tal sensação da totalidade de Deus e de Seu amor por Seus filhos, e alegria por expressar esse amor, que quase nem sentia o vento e a chuva. A audiência segurava capas de chuva acima de suas cabeças e ouvia atentamente. Às vezes cantavam conosco e batiam palmas e dançavam acompanhando a música. Foi realmente maravilhoso. Terminamos a nossa parte com um canto religioso muito conhecido, e todos cantaram conosco. A esta altura a chuva caía tão fortemente e o vento soprava com tanta força que o restante das apresentações daquela noite foi suspenso. Mais tarde, diversas pessoas disseram-nos que todo o tom do festival havia mudado quando nosso conjunto tocou e que apreciavam muitíssimo que assim tivesse acontecido. O que parecia ser o mais difícil e estridente concerto transformou-se numa experiência enriquecedora para a audiência, para o conjunto, para o pessoal técnico e para mim.
Essas curas são apenas algumas das muitas provas que tive da bondade e da solicitude divina. Sou grata por elas, mas sou ainda mais grata pela redenção que o Cristo traz à humanidade. Esse poder-Cristo de Deus está sempre presente, sempre ativo, sempre ao nosso alcance. A Sra. Eddy diz (Ciência e Saúde, p. 559): “A voz inaudível da Verdade é para a mente humana como quando ‘ruge um leão’.” Atentando para essa “voz” fui transformada. Por isso sou inauditamente grata.
Peterborough, New Hampshire, E.U.A.
