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Os lados do cérebro ou o Espírito divino?

Da edição de agosto de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


De que lado do cérebro do apóstolo Pedro originava-se o poder de curar os doentes e ressuscitar os mortos? Direito ou esquerdo? Pergunta espantosa para um cristão que acredita no Espírito divino, o Deus Todo-poderoso!

Entre os que pesquisam o cérebro, faz-se sincera investigação e há controvérsia a respeito da teoria de que um lado do cérebro seja responsável pelos impulsos intuitivos e criadores e o outro pelo raciocínio lógico. Essa teoria baseia-se firmemente na premissa de que o cérebro pense — seja a origem da inspiração, da razão e do sentimento — e que a inteligência do homem resida na matéria e dela dependa, especificamente do cérebro e dos nervos. A fonte da inteligência cerebral supõe-se ser a eletricidade e o magnetismo.

Porém, onde está o Espírito divino em tudo isto? O Espírito e a matéria são opostos. É o Espírito servo da matéria que atua por si própria, ou é o Todo-Poderoso todo poderoso?

Após Pedro haver curado um homem aleijado, disse aos espectadores: “Israelitas, por que vos maravilhais disto, ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar? O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus. ... Pela fé em o nome de Jesus, esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis.” Atos 3:12, 13, 16.

Pedro curava em nome de Cristo Jesus. Jesus foi o Guia, corporificando “o Caminho”, ou Cristo. Veio para ensinar e demonstrar à humanidade a natureza de Deus e do homem. Declarou claramente: “Eu nada posso fazer de mim mesmo.” João 5:30. “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras.” 14:10. “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita.” 6:63.

Esses ensinamentos do Mestre contestam inteiramente a cerebrologia e identificam a vida, a consciência e a intuição como atributos da Mente divina, Deus. A Ciência Cristã partilha dessa premissa radical e assenta sua prática no espírito-Cristo, independente da matéria. Reconhece que a Mente divina, infinita, é a única Mente do homem e que a cura e o poder regenerador do Cristo é inteiramente espiritual. Deus não precisa de nenhum meio ou mecanismo material a fim de expressar-Se plenamente no homem que Ele criou. Limitar-se-ia um Ser inteligente e infinito a um cérebro pequeno, frágil e deteriorável? E haveria a onisciência de necessitar da eletricidade a fim de tornar-se conhecida?

Deus não é um gigantesco cérebro-mestre. É Espírito incorpóreo, universal, divino. Então o homem, a semelhança de Deus, tem de ser inevitavelmente todo espiritual; daí a questão vital nada ter a ver com o lado direito ou o esquerdo do cérebro. A questão vital é: Qual é a fonte da inteligência: o Espírito ou a matéria? A Sra. Eddy escreve: “A matéria e a Mente são coisas opostas. Uma é contrária à outra na sua própria natureza e essência; portanto, só uma delas pode ser real. Se uma é real, a outra tem de ser irreal. Só quando se compreende que existe um único poder — não dois poderes, a matéria e a Mente — é que se chega a conclusões científicas e lógicas.” Ciência e Saúde, p. 270.

A Mente divina é tudo que existe. E essa Mente cria e inclui todas as idéias — pensamentos espirituais, não coisas materiais. A inteligência divina é o poder da Mente, ao passo que a eletricidade não tem mente. Seria possível que o poder do pensamento real não tivesse mente? A eletricidade não é poder; é uma crença a respeito de poder. O cérebro e os nervos, como tudo o mais que é material, são falsos pensamentos objetivados, não são realidades do ser. O cérebro não pensa, não sabe, nem sente, embora pretenda fazê-lo. Desde o advento da humanidade, jamais algum cérebro gerou um pensamento ou sentimento real. A mente mortal acredita que o cérebro e os nervos sintam, e essa mente é governada por suas crenças até ser corrigida pelos fatos espirituais do ser.

A única prova que temos de que o cérebro pensa provém dos cinco sentidos físicos. Esses mesmos sentidos informam-nos que a terra é plana e que os trilhos paralelos da ferrovia convergem na distância. São esses cinco sentidos materiais mais acurados quando perscrutam o cérebro do que quando perscrutam o horizonte? A Sra. Eddy escreve: “O testemunho dos sentidos materiais não é absoluto nem divino. Por isso, eu me firmo, sem reservas, nos ensinamentos de Jesus, nos de seus apóstolos, nos dos profetas e no testemunho da Ciência da Mente. Outros fundamentos, não há. Todos os outros sistemas — baseados inteira ou parcialmente no conhecimento obtido através dos sentidos materiais — são canas agitadas pelo vento, não casas edificadas sobre a rocha.” Ibid., p. 269.

A verdade é que a Mente não é mortal; ela é imortal. A assim chamada mente mortal — aliás, o cérebro — é a contrafação que pretende possuir as funções da idéia espiritual, o homem, que reflete o discernimento, a ação e a atividade da Mente divina. Como diz a Sra. Eddy: “Examinai essa forma de matéria chamada cérebro, e verificareis não haver nela mente alguma. Daí concluir-se logicamente não haver em realidade matéria nem mente mortal, mas ser falso o testemunho que os sentidos físicos dão de si mesmos.” Unity of Good, p. 33.

A Mente divina revela-se à humanidade mediante o sentido espiritual. A inteligência divina, porém, não se filtra através do cérebro. A divindade não tem de se transformar em cérebro e nervos a fim de gravar na crença humana as harmonias da realidade. O poder-Deus permanece sendo poder-Espírito, mesmo quando age sobre a crença física, tal como a luz permanece luz mesmo enquanto grava quadros sobre uma película por meio da câmara fotográfica. A compreensão espiritual é a transparência do pensamento que deixa entrar a luz divina e fornece o verdadeiro foco.

O que é capaz de discernir e conhecer tudo é o poder-Deus, não o poder cerebral. Por que é tão importante compreender esse ponto? Porque quando trocamos nosso sentido limitado, mortal, de ego e cedemos à inteligência divina, refletimos mais da inspiração e da capacidade da Mente. Em vez de viver dentro dos limites da crença-cérebro, começamos a manifestar os recursos da Mente inexaurível. Mozart não tirou suas melodias do lado direito ou do lado esquerdo do cérebro, nem Rembrandt recebeu inspiração de impulsos cerebrais elétricos. A capacidade desses artistas aponta para Deus, que é a Alma universal do homem. Não precisamos invejar a manifestação criadora do artista ou do compositor. O fato de que há uma só Mente infinita e eterna assegura-nos termos exatamente a mesma fonte, o mesmo Ego infinito, ou Mente, que existia também em Cristo Jesus — que é, na verdade, a Mente de todos.

Nessa era material, temos de lutar vigorosamente e agir conscienciosamente para provar nossas habilidades dadas por Deus. O esforço, porém, recompensa além das medidas humanas. Então, se alguém procura expressar as energias criadoras da Mente divina e a saúde vigorosa da Vida, se procura viver em Deus, deve seguir a injunção libertadora da Sra. Eddy: “Lembra-te de que o cérebro não é mente.” Ciência e Saúde, p. 372.

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