Que queria dizer Jesus?
Multidões o cercavam. Ele voltou-se e contou uma parábola incomum: “Qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele. ...”
Então acrescentou esta ilustração: “Qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? ...”
Não se pode negar que o Mestre estava dizendo a seus pressurosos seguidores em perspectiva que calculassem o custo de seguir o Cristo, pois prosseguiu dizendo que precisavam esquecer tudo, esquecer os elos e as ambições mundanas. Sua premissa era: “Qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo.” Ver Lucas 14:25–33.
Ora, será que não podemos tirar ainda outra lição: a importância de concluir o que começamos? Sem complementação suficiente deixamos nossa torre pela metade ou perdemos a batalha!
Durante todo o seu ministério Cristo Jesus ressaltou a importância de não só aceitarmos os seus ensinamentos mas de vivê-los e prová-los. “Curai enfermos” Mateus 10:8.! Fazei as obras! “Toda árvore boa produz bons frutos.” 7:17. Completai a obra! Ele deplorava a hipocrisia dos que “dizem e não fazem” 23:3.. Tiago captou a mensagem quando escreveu: “Tornai-vos ... praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” Tiago 1:22.
Assim aconteceu com a fervorosa seguidora de Cristo Jesus, Mary Baker Eddy. No que ensinou a seus alunos, disse à sua Igreja e escreveu em seus livros, nenhuma mensagem é mais enfaticamente ressaltada do que a necessidade de provas cristãs, de curas e demonstrações. Ela adverte: “O erro dos séculos é pregar sem praticar.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 241. Provas reais de cura mediante o poder divino percebido em oração: é isto o que separa o Cristo revelado, a Verdade, das doutrinas feitas pelos homens e das filosofias teóricas humanamente concebidas.
À luz de tais exigências estimulantes, não seria tolice aceitar noções mal-formadas, às vezes apresentadas? que, de algum modo, as curas físicas são “coisa superada” e atualmente não têm tanta importância para os Cientistas Cristãos como costumavam ter; que métodos “mais modernos” de promover a Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) podem trazer melhores resultados do que a cura; que certo tipo de “ensinamento mais elevado” isenta o indivíduo da necessidade de provas de cura; ou que o trabalho de cura é algo que pode ficar aos cuidados de outrem!
Para demonstrar o Cristo sempre presente é essencial que haja cura. Essa manifestação divina do poder e do amor de Deus, tão plenamente corporificada em Cristo Jesus, sempre vem aos mortais com a maior compaixão, com ternura bem como com poder. Vem aqui e agora, na Verdade revelada, para restaurar e redimir. Vem para destruir o pecado e assim regenerar o caráter do indivíduo. Vem para libertar a humanidade do sofrimento. Vem para destruir os pesadelos de crer em poderes malignos que desafiem o Amor onipotente.
A exigência e a oportunidade de demonstração são intrínsecas à própria natureza da Verdade. A Verdade é inerentemente demonstrável. Tudo o que é verdadeiro pode ser provado. A Verdade divina expressa-se por si mesma e, portanto, evidencia-se por si mesma. A Verdade manifesta sua própria imortalidade, harmonia, inteireza, pureza. Não incluindo dentro de si a discórdia, a ambigüidade, o mistério, a fraude, a contradição, o medo ou o conflito, a Verdade apaga esses erros na consciência humana quando aceitamos e reconhecemos sua presença eterna e seu poder total.
A exigência de curar e o poder de curar são impelidos pelo Amor divino. A caricatura material que se faz do homem, como um organismo de carne, fraco e condenado, com tendência a adoecer, não se coaduna nem um pouco com um Deus bom e perfeito. O Amor divino restabelece nossa percepção do homem como o reflexo de Deus, a imagem, ou idéia, da Mente deífica, a expressão da própria natureza do Amor divino. Tudo o que nega o ser real do homem como semelhança de Deus, ser imaculado e sadio, pode ser reduzido à sua nulidade primitiva pela compreensão do Amor e por viverem-se as qualidades e a natureza do Amor.
Os estudantes de Ciência Cristã por vezes procuram algum método especial, que não lhes está claro nos escritos sagrados, capaz de lhes assegurar automaticamente a cura, passos fáceis e resultados rápidos. Nossa sociedade tecnológica acostumou as pessoas ao tipo de instruções que recebem para a montagem de um novo aparador de gramas: una a barra A à chapa B com o parafuso C e, zás! a coisa funciona tal como diz no anúncio.
A Ciência Cristã, porém, é bem diferente. Tem de fato um Princípio imutável, normas fixas, método sistemático e resultados científicos. Mas requer muito mais do que normas. Nossa Líder, a Sra. Eddy, escreve: “O espírito e não a letra realiza as funções vitais da Verdade e do Amor.” Miscellaneous Writings, p. 260.
São as qualidades morais e espirituais da Verdade e do Amor, vividas e praticadas de modo a que tomem a liderança em nossa vida, o que nos capacita a tornar efetivo o poder de curar. O que cura é a atividade do Cristo, a manifestação da Verdade e do Amor, abrigada na consciência humana.
A cura ocorre quando a mente humana cede seu medo, egotismo e traços pecaminosos ao reconhecimento da Verdade e do Amor. Ela vem quando pressurosamente fazemos a vontade do Pai, como Cristo Jesus ensinou. Vem quando a consciência humana desperta para a onipresença e a onipotência da Verdade e do Amor e admite a perfeição impecável do homem real como a idéia amada de Deus. Nessa conclusão pura, o pecado e a discórdia fogem e cumpre-se a exigência de que haja cura.
