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A fé que não pode ser arrasada

Da edição de abril de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Chipre. 365 D.C. Nesta ilha na parte oriental do Mediterrâneo, um terremoto atinge a cidade romana de Kourion. A cidade fica arrasada.

Esse acontecimento deu-se há muito tempo, e após destruída, embora Kourion tenha desaparecido dos anais da história da civilização, hoje, passados mais de dezesseis séculos, essa antiga cidade foi outra vez descoberta. E a história de seu povo, seu dia-a-dia, seus problemas e sua fé, voltam a ser contados à medida que os arqueólogos, trabalhando com o máximo zelo, trazem à vista as ruínas da cidade.

Os artefatos recuperados mostram a “imagem” da vida nos fins do Império Romano. Dentre esses objetos recuperados, vemos um vaso de bronze amassado, que se achava em cima de um fogão rústico; uma ânfora de terracota pintada, ainda em cima de uma bancada de trabalho feita de tijolos de barro; e uma lâmpada de óleo no formato de pato, belamente moldada e colocada sob o umbral de uma porta. Havia muitos fragmentos de afrescos com inscrições em grego antigo. A primeira inscrição a ser decifrada dizia: “Ó Jesus ... do Cristo.”  Na revista Archaeology, Janeiro/Fevereiro de 1988, p. 19.

A maior parte da cidade, com seus prédios e monumentos, fora obliterada pelo terremoto no ano 365 D.C. No entanto, nesse fragmento de uma parede pintada, que foi preservado embora transcorridos muitos séculos, encontra-se o notável testemunho da fé pessoal de um indivíduo. É claro que não sabemos ao certo o que aconteceu a essa pessoa, se é que, de alguma forma, conseguiu sobreviver à devastação. Mesmo sem o relato completo da história humana, segundo parece e sem sombra de dúvida, temos o registro de uma valiosa lição de fé.

Talvez essa fé nos pareça ser bem simples e desprovida de sofisticação, e talvez o tenha sido. No entanto, quem poderia duvidar que esse fé encerrasse dimensão mais profunda. Para identificar-se como cristão no Império Romano, com a disposição de declarar sua própria fé, deve ter sido necessária muita coragem. E a expectativa, o anseio, a esperança, transparecem nesse apelo sincero que, do fundo do coração, se elevou até o Salvador da humanidade: “Ó Jesus ... do Cristo.”

Às vezes, nesta nossa era sofisticada da razão e da lógica e de grandes realizações das ciências físicas, tendemos a perder de vista a importância vital da fé. Não é que a razão ou a lógica ou os avanços materiais da civilização estejam errados. Antes pelo contrário. É a conscientização de que essas coisas, por mais significativas que sejam, se comprovam, em última análise, como inadequadas para levar a uma vida vazia o sentimento de real consecução, para consolar o coração partido, para remover o fardo do pecado, ou para dar fim ao sofrimento causado pela enfermidade, de modo a transformar o caráter enquanto é curado o corpo.

O que se necessita, hoje em dia, é mais fé, e não menos. Sob o furioso assalto da pretensão da mente humana de que existe (ou dentro em breve existirá) um remédio material para quase todos os males e de que não existe nenhum bem-estar que não possa ser comprado ou manufaturado, talvez se pense que existe cada vez menos lugar para Deus em nossa vida, menos racionalidade para a espiritualidade, menos necessidade de orientação divina. Contudo, não é preciso ser observador profissional das tendências sociais para ver em que ponto nosso mundo está, em que ponto da vida as pessoas estão, e para ver que a essência do progresso tem de incluir algo mais substancial do que os meios materiais de satisfazer às necessidades humanas mais profundas.

Os males, sejam eles quais forem, não têm agora nem jamais terão remédio material verdadeiramente confiável; e o bem-estar genuíno jamais pode ser adquirido no mercado, por maior que seja o poder aquisitivo da sociedade. O que realmente conta, em nossa vida, é nossa busca altruística de Deus, tendo por base a convicção pura de Sua presença sanadora. Tal como o declara o Novo Testamento: “A oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.”  Tiago 5:15. O ano de 1989 A.D. não é o ano em que se exclui a fé.

A Ciência Cristã
Christian Science (kris´tiann sai´ennss) apresenta um modelo de fé para o século vinte e os séculos por vir. Ensina a necessidade absoluta de confiar com humildade no que é verdadeiro sobre Deus e de manter fidelidade inabalável aos Seus mandamentos. No entanto, a base para esse compromisso é elevada com toda coerência acima da crença arbitrária ou da fé cega nas forças sobrenaturais e incertas. Na Ciência Cristã, a fé acha-se unida solidamente à compreensão, mediante o sentido espiritual, e essa fé abrange a realidade prática, tem fundamento e substância. A fé não é diminuída pela compreensão espiritual, mas é sempre fortalecida e aumentada.

O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria de Mary Baker Eddy, trata com freqüência da natureza da fé. A certa altura, onde o livro-texto mostra a relação entre a fé e a confiança, a Sra. Eddy fala claramente da necessidade de ir além da “mera crença”. Ela escreve: “A fé, se for mera crença, é como um pêndulo que oscila entre o nada e alguma coisa, sem ter fixidez. A fé que progrediu até se tornar compreensão espiritual, é a evidência obtida do Espírito, a qual reprova o pecado de toda espécie e estabelece as reivindicações de Deus.” E citando a Bíblia, a Sra. Eddy explica também que a súplica: “ ‘[Senhor,] eu creio, ajuda-me na minha falta de fé!’ exprime a impotência de uma fé cega; ao passo que a injunção: ‘Crê ... e serás salvo!’ exige que sejamos fidedignos e estejamos seguros de nós mesmos, o que inclui compreensão espiritual e confia tudo a Deus.” Ciência e Saúde, p. 23.

Começar a compreender os fatos espirituais do ser, empresta realidade à nossa fé. A compreensão, mesmo que em pequeno grau, de que Deus é a causa suprema, o Espírito divino; de que nossa verdadeira vida é espiritual, não material; de que somos a Sua semelhança, livres e íntegros, e não limitados, frágeis ou mortais precavidos, essa compreensão dá fibra e solidez à nossa confiança na bondade de Deus. Nossa fé torna-se poder quando sabemos, de fato sabemos, o que é verdadeiro. E mesmo se o que sabemos parece pouco mais do que um grãozinho de areia em meio à infinidade da totalidade de Deus, veremos que nossa vida será elevada, mudada e curada, à medida que com humildade pusermos em prática a verdade espiritual que já percebemos.

Nossa fé individual pode ser inscrita nos anais de nossa vida como seguidores de Cristo Jesus, aqui e agora. Pode ser declarada por nossa própria disposição de tomar a defesa da Verdade divina. Quando a fé é pura, a expectativa do bem, firmada na realidade espiritual e na compreensão, não será arrasada, nem nós seremos arrasados, nem pelas asperezas da vida, nem pelas circunstâncias, nem por um terremoto.

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