Quando meu marido faleceu, meu mundo desmoronou de repente, e o vazio e a angústia que ficaram, pareciam ser muito mais do que eu podia suportar. Desesperadamente eu precisava saber como minha religião, a Ciência Cristã
Christian Science (kris´tiann sai´ennss), podia me ajudar.
Embora minha cura não tenha sido instantânea, adquiri nova compreensão de Deus e Sua criação, que me proporcionou maior firmeza para me apoiar na rocha da Verdade absoluta. Com o desejo sincero de que minha experiência traga esperança para os necessitados, gostaria de compartilhar algumas das respostas que pouco a pouco me tiraram do desespero.
No começo, eu estava entorpecida, depois fui envolvida por pensamentos de raiva, ressentimento e amargura. Sentia que não tinha mais fé alguma. Mas junto com esses sentimentos veio o poderoso desejo de libertar-me desses pensamentos destrutivos. Peguei um exemplar do Christian Science Journal e li um artigo sobre como solucionar problemas a sós, apenas com a ajuda de Deus. Era como se tivesse sido escrito especialmente para mim. Na manhã seguinte, quando acordei, percebi que toda a raiva e o ressentimento simplesmente tinham se desvanecido.
Senti-me muito grata, mas esse foi só o começo da minha jornada. O próximo passo foi decidir se eu realmente acreditava em Deus. Comecei a lembrar-me dos anos passados e de tantas vezes em que eu havia sido orientada, protegida e curada como resultado da oração. Concluí que eu precisava acreditar em Deus. Simplesmente não havia outra explicação para todas aquelas curas.
Então veio a pergunta: “Será que acredito em Cristo Jesus?” Essa questão levou-me a estudar o capítulo “Reconciliação e Eucaristia” no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy. Foi como se o lesse pela primeira vez. Finalmente cheguei a compreender que devido à prova que Jesus deu da vida eterna, eu podia crer, ter fé na vida eterna para meu querido esposo. Que grande amor Jesus deve ter tido para dar a todos nós esse presente de esperança.
Parecia muito difícil eu conseguir superar as recordações mentais dos últimos momentos de meu marido. Repentinamente elas voltavam ao meu pensamento, causando grande angústia. A lição bíblica (esquematizada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã), cujo tema naquela semana era “O homem,” trouxe-me muita inspiração. Apeguei-me a diversos trechos nos quais estavam palavras tais como intato, indestrutível, inalterado. A seguinte declaração em Ciência e Saúde foi especialmente útil (p. 264): “As criações toscas dos pensamentos dos mortais têm de ceder, por fim, às formas gloriosas que às vezes vemos na câmara da Mente divina, quando o quadro mental é espiritual e eterno. Os mortais precisam olhar para além das formas finitas e desvanecentes, se quiserem conseguir o verdadeiro sentido das coisas.” Gradativamente aprendi a inverter aquelas imagens atormentadoras e substituí-las pela verdadeira imagem, a imagem e semelhança de Deus, eternamente completa e perfeita.
A cura da solidão teve dois aspectos distintos. No capítulo intitulado “O Matrimônio” em Ciência e Saúde lemos (p. 57): “A união das qualidades masculinas com as femininas constitui inteireza.” Nosso casamento tinha sido uma bela expressão da união dessas qualidades. Então compreendi que precisava chegar a uma compreensão mais avançada da inteireza individual. Não há ausência ou vazio na completa expressão individual do criador.
A palavra vazio me incomodava. Lembrei o trecho no primeiro capítulo de Gênesis (1:2): “A terra, porém, era sem forma e vazia.” Continuei a leitura e cheguei ao conhecido versículo (1:27): “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Pensei: “Será que isso não quer dizer que Deus cria cada um de nós com todas as qualidades divinas que nos fazem completos e nos ajudam a expressar nosso verdadeiro eu, oriundo de Deus?” Lembrei-me da afirmação de Paulo (Gálatas 3:28): “Dessarte não pode haver ... nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” A partir daí comecei a reconhecer meu ser inteiramente completo como filha de Deus.
Mas ainda assim, eu simplesmente sentia muito a falta de meu amado companheiro. Certa noite de quarta-feira na minha igreja filial, passei perto de alguns membros e escutei a expressão “impulso de gratidão”. Na tarde do domingo seguinte tive um acesso de choro particularmente difícil. Um pouco mais tarde, a expressão “impulso de gratidão” novamente me ocorreu. De repente, a felicidade que eu havia compartilhado com meu marido inundou minha consciência. Pensei em como eu fora abençoada por todos aqueles anos com companhia amada. Senti meu próprio “impulos de gratidão” lavar as remanescências da autopiedade e da solidão e maravilhar-me com a bondade de Deus.
Durante diversos meses pensei que esse fosso o último passo em minha jornada. Entretanto, somente quando assisti à minha Associação de Alunos de Ciência Cristã foi que reconheci uma sutil sugestão mesmérica no meu pensamento: “Se eu tivesse...” ou “Se eu tivesse sabido, talvez....” Durante a reunião obtive profunda compreensão de que o quadro de morte só parece real ao pensamento humano.
Três das experiências de Jesus vieram-me ao pensamento: primeiro, a cura de Lázaro, quando, depois de quatro dias no túmulo, ele obedeceu a Jesus e saiu; segundo: a transfiguração, quando Moisés e Elias pareciam estar falando com Jesus; e finalmente, a própria ressurreição de Jesus, quando ele apareceu aos seus amigos. Compreendi que não havia nada que eu pudesse ter modificado porque meu amado esposo está, como sempre esteve, perfeito, livre e completo. Essa experiência não foi um final, mas um despertar, uma crescente compreensão da verdade, não só para ele mas para mim também.
Faltava ainda um último passo. Durante todo esse tempo, eu tinha me recusado a recordar qualquer contato físico, até mesmo um abraço ou o gesto de dar as mãos. Finalmente reconheci esse obstáculo e encontrei minha resposta num Christian Science Sentinel. Um artigo sugeria volver-se ao Hinário da Ciência Cristã em busca de conforto. Assim fiz, e encontrei muitas palavras que me ajudarem a vencer aquele anseio humano de afeto. Especialmente sanadoras foram as expressões: “Eternos braços do Amor” (nº 53, tradução livre do inglês), “Ao toque de Teu puro amor” (nº 134), e “Pois Deus está bem junto a mim” (nº 139). Pensei na proximidade do Espírito, na ternura da Alma, na fidelidade e lealdade do Princípio, na orientação da Mente, no cuidado do Amor, ou seja, nas qualidades que meu marido expressara. Agora eu sabia que elas nunca poderiam me deixar.
Os anos que passamos juntos sempre permanecerão preciosos para mim. E com profunda conscientização de minha unidade com Deus, aguardo as novas bênçãos e boas experiências que me esperam.
Como sou grata pelos muitos caminhos de inspiração que a Sra. Eddy nos ofereceu. Quando lembro esse desafio, compreendo que cada aspecto de minha religião foi importante para minha cura. Os periódicos, as lições bíblicas, as conferências e a reunião anual da Associação de Alunos abriram meu pensamento e meu coração para a Verdade sempre presente e sanadora, e essa Verdade de fato me libertou.
St. Paul, Minessota, E.U.A.
