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Não há data fatal na Vida!

Da edição de abril de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Certo dia, ao mudar de canal na TV, parei uns instantes num programa em que vários jovens estavam sendo entrevistados sobre suas aspirações futuras.

A jovem questionada naquele momento desejava ser estrela de música pop. “Se eu quiser êxito absoluto, tem que ser logo,” disse a adolescente. “Nesta carreira, a gente tem que ter êxito antes dos vinte anos. Se você não chegar ao apogeu antes dessa idade, desista, depois dos vinte já é tarde demais.”

Depois disso, ao pensar no caso, percebi que o conceito geral de datas fatais tem impacto mais forte em nosso pensamento, do que às vezes imaginamos. Há muitas delas, sutis, perigosas, frustradoras, embora muitas vezes nem sequer as percebamos.

“Se não fizer agora, nunca mais.” “Seria ridículo na minha idade tentar uma nova carreira, começar de novo.” E há os que se relacionam com a saúde e outros aspectos da vida. Em certo sentido, é como se tivéssemos colado em nós mesmos aquelas etiquetas de validade de um produto, como as fábricas põem a validade nos produtos perecíveis, nos supermercados. É como se nos advertissem: “Não compre depois desta ou daquela data.”

Há alguns anos comecei a sofrer de dores nas costas e de certa rigidez, as quais foram piorando gradualmente. Pensei que tivesse machucado ou distendido um músculo das costas durante nossa mudança de casa.

Eu era estudante de Ciência Cristã havia anos e tivera muitas curas de doenças e de outras dificuldades, às vezes por meu próprio estudo em oração, outras com a ajuda e o apoio de praticistas da Ciência Cristã. Desta vez, minha oração parecia não ter êxito e depois de alguns dias pedi a uma praticista que orasse por mim.

Por meio dessa ajuda a dor desaparecia, mas voltava uns dias depois. Enquanto orava, percebi que havia algo que eu precisava aprender dessa experiência, e que não ficaria livre enquanto não o aprendesse. Dispensei a praticista e redobrei meu próprio estudo em oração.

Pouco depois, certa manhã pensei, com impaciência, que era uma ironia o meu sofrimento nessa fase de minha vida, que deveria ser a mais feliz. No dia da mudança para essa casa, havia recebido a notícia de que um romance que havia escrito, fora aceito para ser publicado.

Desde a escola, ganhava a vida vendendo contos a algumas revistas, mas sempre sonhara um dia escrever livros, não apenas contos. Passaram-se os anos, e eu fiquei tão ocupada vendendo essas pequenas obras que me eram solicitadas, que não tivera tempo de escrever um livro.

Então, cerca de um ano antes da experiência em questão, a procura de contos para revistas diminuiu. Apenas por experiência, passei a ocupar duas horas por dia em escrever um livro. Para minha alegria, o editor aceitou-o e pediu mais livros.

Eu estava vivendo vários dias em estado especial de felicidade, com exceção, é claro, da dor nas costas. Embora orasse longas horas dia após dia, o problema não desaparecia.

Apesar da dor que me apoquentava, estava muito feliz por ter realizado um antigo sonho. Mas sempre lamentava não ter escrito o livro anos antes. “Se tivesse começado mais cedo”, era o que eu repetia.

Certa manhã, como sempre fazia após estudar a lição-sermão semanal No Livrete Trimestral da Ciência Cristã., li várias páginas de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria de Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã. Parece-me, mas sem certeza, que uma das páginas continha esta passagem que, de repente, vinha à minha mente, com palavras claras e brilhantes, transbordantes de significado: “A individualidade do homem não é material. Esta Ciência do ser prevalece não somente no além, naquilo que os homens chamam Paraíso, mas também aqui e agora; é o grande fato do ser para o tempo e a eternidade.” Ciência e Saúde, p. 285.

O grande fato do ser. Estremeci ao impacto dessas palavras. Havia passado anos a estudar a Ciência, vivendo-a da melhor maneira que podia. Uma das razões de eu amá-la é que na Ciência aprendemos que o homem, como reflexo de Deus, seu Criador, seu amoroso Pai, é eterno, isento de tempo, é a idéia infinita da infinita Vida divina. Nunca antes havia sentido essa verdade com tanta força.

E por ser verdade que minha individualidade é a de uma idéia espiritual, não material, existindo não somente no além, mas aqui e agora, percebi então a enorme incoerência das lamentações que alimentara todo o verão, mesmo em meio ao júbilo. Meus ridículos queixumes em verdade diziam: “O tempo é limitado, e assim é a liberdade de teu corpo. Estás numa idade em que só vês pela frente decrepitude e capacidades debilitadas.”

Compreendi que esse erro se manifestava na persistente dor nas costas e nos movimentos rígidos e tolhidos!

Ciência e Saúde diz: “A moléstia é sempre provocada por um falso conceito mentalmente cultivado, não destruído. A moléstia é uma imagem exteriorizada do pensamento. O estado mental é chamado estado material. Tudo o que se abriga na mente mortal como condição física, projeta-se no corpo.” Ibid., p. 411.

Naquele instante a dor desapareceu e nunca mais voltou. Sentime, naquele momento e nas horas seguintes, como aquele coxo curado por Pedro e João à porta Formosa do templo. “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,” disse Pedro àquele sofredor, “anda!” E o homem coxo não só se levantou e andou. A Bíblia relata que “de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus.”  Atos 3:6, 8.

Nos anos que se seguiram àquele dia em que percebi que estivera cultivando crenças sutis de decrepitude, finidade e ruína por causa do calendário, escrevi e publiquei vários livros, e verifiquei que minha vida está repleta de crescentes desafios e jubilosas oportunidades. Mas sempre estou alerta contra os lamentos, principalmente os relacionados com a idade, porque sei agora que para as idéias de Deus não há datas “fatais” ou “válidas”, nenhuma data em que o bem, ou uma parte dele, se acaba.

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