“O aumento da esperança e o declínio do desespero explicam a diminuição da taxa de mortalidade.”
O abrupto declínio na taxa de mortalidade, com destaque na das crianças, é em geral atribuído ao progresso. No início do século XVI um príncipe nascido no seio de uma família reinante tinha uma expectativa de vida de cerca de 35 anos. “Entre os membros da aristocracia britânica a expectativa de vida durante os séculos XVIII e XIX variava entre 30 a 38,8 anos, para os homens, e entre 33,7 e 38,3 anos, para as mulheres,” escreve Leonard A. Sagan em “The Health of Nations”. ...[O] notório aumento da expectativa de vida, “o mais importante acontecimento na história da saúde do homem”, é, sem dúvida, devido a muitos fatores. Podemos identificar alguns: água potável, melhor alimentação e distribuição mais eficiente de alimentos, as modernas práticas médicas... e, na generalidade, “melhoramentos na saúde decorrentes da maior disponibilidade de bens e serviços”.
Mas não é essa a tese do Dr. Sagan. Muito do trabalho árduo contido nesse pequeno, mas impressionante livrinho, mostra como essas crenças, em que se acreditava, têm de fato pouco ou nenhum fundamento. A acentuada queda da taxa de mortalidade já se verificava na década de 1920, muito antes do uso sistemático da penicilina e de outros antibióticos, campanhas de vacinação, água tratada com cloro e cirurgia cardíaca....
O livro do Dr. Sagan, apesar de repleto de gráficos e estatísticas, lê-se como um romance policial.... Abala nossos conceitos comuns, generalizados desde há muito, de a doença ser contraída por nos movermos num ambiente hostil, infestado de germes, radiações letais ou por secreta e invisível multiplicação de carcinomas. Nega a existência de dois tipos distintos de saúde: mental (determinada primariamente por leis genéticas) e física (mantida por meio de dietas e exercícios). Na melhor das hipóteses, conforme o Dr. Sagan demonstra, essas verdades “evidentes”, afirmadas com orgulho, são terríveis enganos. Mas afinal, qual é então o motivo da queda espetacular da elevada taxa de mortalidade? “As explicações habituais para essa sensacional melhoria, ou seja, melhores cuidados médicos e de nutrição ou água potável, apenas provêem respostas parciais,” escreve. “A mais importante explicação para a queda da taxa de mortalidade no mundo inteiro é o aumento da expectativa e o declínio da desesperança e do desespero.”...
Não duvido que muitos cientistas e médicos se ergam indignados contra esses singelos argumentos do Dr. Sagan. Mas muitas donas de casa talvez sorriam com entusiasmo e aprovação. Alguns de seus colegas de profissão talvez consigam denegrir sua tese por não ser quantificável com facilidade, ou susceptível de ser introduzida num computador. Apesar disso, os desvelos superiores para com a infância, a ternura, o amor, a educação, a confiança, o convívio afetuoso, a auto-estima e o saber que nossas vidas são “nossas” mesmo, constituem aquilo que, na opinião do Dr. Sagan, é a chave da saúde e do bem-estar de todas as nações.
The New York Times Book Review
29 de novembro de 1987
Comentário feito pela Redação: As tendências quanto à longevidade abordadas nesse excerto de uma crítica literária, talvez não surpreendam os Cientistas Cristãos. A Sra. Eddy refere-se diversas vezes, nos últimos anos do século passado, às evidências do aumento da longevidade já naquela época. É de notar, no entanto, que o autor do livro, The Health of Nations, um médico, atribui esse aumento da longevidade ao declínio da desesperança e do desespero, sustentando que mais educação promoverá melhor saúde.
Mas é a educação do pensamento para compreender Deus, o Amor divino, que proporciona finalmente à humanidade o mais elevado conceito de auto-estima, do amor, da saúde e do bem-estar. O poder de Cristo acompanha essa compreensão, não apenas proporcionando inspiração, mas trazendo também a cura.
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