É possível ao sanador dos dias atuais efetuar curas instantâneas como as relatadas na Bíblia? Claro que sim! Quando aplicamos corretamente os mesmos métodos espirituais e científicos usados por Cristo Jesus em seu ministério, e quando refletioms o espírito crístico, podemos ficar na expectativa de obter curas rápidas. A cura instantânea não depende de há quanto tempo estudamos a Ciência Cristã. Em seu livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: “Se o Espírito ou o poder do Amor divino dá testemunho em favor da verdade, isso vem a ser o ultimato, o modo científico, e a cura é instantânea.” Ciência e Saúde, p. 411. O fato de o sanador cristão nem sempre alcançar esse ultimato, curando instantaneamente, não significa que devamos desistir desse objetivo. Ao contrário, significa que há necessidade de crescimento espiritual e de melhor compreensão de como Jesus curava.
Para alcançar essa meta é útil ponderar algumas das obras de cura de Jesus, conforme se encontram registradas no Novo Testamento. Essas curas nos fornecem o encorajamento e a compreensão espiritual essenciais para expandir nossa capacidade de pôr em prática a cura.
Lembro-me de um desses exemplos, a cura do homem com a mão ressequida. Conta a Bíblia: “Então disse ao homem: Estende a tua mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra.” Mateus 12:13. Com essa ordem simples mas espiritualmente poderosa, Cristo Jesus curou o homem cuja mão estava ressequida e para a qual, segundo se supunha, não havia cura. Quando pensamos nessa cura maravilhosa, podemos imaginar como seria esse caso encarado hoje em dia pelos métodos convencionais de tratamento. Como pôde Jesus ter realizado essa cura instantaneamente? Terá sido um milagre, ou uma demonstração da lei divina?
A base científica do trabalho de cura de Cristo Jesus foi trazida à luz em Ciência e Saúde, onde a Sra. Eddy escreve: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes.” Ciência e Saúde, pp. 476–477. Jesus não podia aceitar a suposição de que Deus, o único criador do homem, permitiria uma anormalidade debilitante tal como uma mão ressequida. Também nós, baseando-nos no exemplo sanador de Jesus, podemos recusar concordar com a sugestão de que o mal e a doença provenham de Deus e sejam mantidos por Ele. Com efeito, a compreensão do homem tal como Deus o criou, quebra as barreiras, tantas vezes aceitas, e há tanto tempo, da invalidez crônica.
A respeito da ressurreição de Lázaro Ver João 11:1–44., lemos em Ciência e Saúde: “Tivesse Jesus acreditado que Lázaro havia vivido ou morrido no corpo, o Mestre teria estado no mesmo plano de crença em que estavam aqueles que enterraram o corpo, e não o poderia ter ressuscitado.” Ciência e Saúde, p. 75. De igual modo, se Jesus tivesse considerado o caso do homem com a mão ressequida da mesma forma que os outros, não o poderia ter curado. Teria consentido na crença de que o problema era real e incurável. Em vez disso, ele viu “na Ciência Cristã o homem perfeito” e realizou a cura.
Às vezes, em nosso estudo da Ciência Cristã e na sua aplicação a alguma doença, a cura em si vem de forma repentina, mas apenas após muitos esforços feitos em espírito de oração, e do progresso aparentemente insignificante. Em minha própria experiência, há alguns anos, sofri durante vários dias com um distúrbio funcional que me enfraquecia, e que não cedia, apesar da ajuda amorosa de uma praticista da Ciência Cristã, e a despeito de minhas próprias orações. Por fim, uma noite em que encontrava-me deitado no chão, prestes a desmaiar, minha esposa declarou em voz alta e firme, quase como uma ordem: “Deus é tua Vida.” Eu mal consegui ouvir essas palavras, mas naquele momento ocorreu uma mudança. Mais tarde ela disse que naquele instante meu rosto recobrou a cor. Com renovada sensação de liberdade, levantei-me, caminhei até o quarto e deitei-me na cama, onde permaneci cerca de uma hora, rejubilando-me pelo cuidado amoroso de Deus.
A cura efetuou-se no instante em que minha esposa declarou que Deus era minha Vida, não pelas palavras, que não tinham em si mesmas efeito curativo, mas pela forte convicção espiritual, pela poderosa compreensão e pelo reconhecimento existente por trás das palavras, da presença eterna de Deus. Foi isso que quebrou o mesmerismo de acreditar que eu era um ser material desarmonioso, em vez de filho de Deus, espiritual e sempre sob Seus cuidados. Senti a proximidade de nosso Pai, que nunca nos decepciona, nos nos abandona na hora da necessidade, quando procuramos Sua ajuda amorosa.
Embora a cura em si tenha sido repentina, conforme foi relatado, se pensássemos que todas as orações feitas anteriormente haviam sido de pouco ou nenhum proveito, perderíamos de vista um ponto essencial. Cada pensamento científico correto e cada momento de oração, aplicados à solução de um problema físico, são contribuições não só úteis, mas essenciais para a vitória final.
Esse esforço persistente e contínuo em espírito de oração, é comparável ao trabalho de quebrar uma grande pedra com o malho. Parece não acontecer nada, a cada golpe. Entretanto, vai se abrindo uma fenda, que se torna mais profunda a cada golpe. Finalmente, num golpe decisivo, a rocha se parte. Qual foi o golpe que partiu a pedra? Todos.
Nenhuma experiência é tão maravilhosa como a de ser despertado, seja devagar, seja instantaneamente, da escuridão em que há dor e sofrimento, para a luminosidade da saúde e da liberdade, e compreender que isso foi conseguido por meios puramente crísticos. A cura pela Ciência Cristã inclui tanto regeneração moral e espiritual, como física. E o crescimento espiritual que torna a cura instantânea, não só é possível como inevitável, quando vivemos e crescemos até a “estatura da plenitude de Cristo” Efésios 4:13..
