Ao nomear Archibald McLellan para o cargo de Redator dos periódicos, em 1902, a Sra. Eddy escolhia um indivíduo a quem não conhecia pessoalmente. Essa escolha, porém, não se fez ao acaso. A Sra. Eddy estava informada acerca da colaboração ativa de McLellan em sua igreja filial em Chicago, e sobre seu desempenho como Delegado de Divulgação para o estado de Illinois. Certa ocasião, escreveu ela que os bons resultados do trabalho do Sr. McLellan na função de Delegado, haviam sido conseguidos ”não por uma atitude agressiva, mas graças ao amor”. Citado nas Reminiscências de Frances McLellan Ramsay, Arquivos e Biblioteca d’A Igreja Mãe, p. 9.
Quando pediu-lhe que assumisse o cargo de Redator, ela lhe explicou o que esperava desse trabalho: ”O senhor tem de estar consciente de que o redator precisa inspirar confiança, tanto na ação quanto na palavra, deve ser hábil, prudente, capaz de discernir as necessidades do público, apto a repreender o mal que se apresenta na experiência pessoal de alguém, e a fazer isso sem nenhum vestígio de egoísmo.” Carta da Sra. Eddy a Archibald McLellan, datada de 8 de junho de 1902. Arquivos.
Archibald McLellan era responsável por tudo o que aparecia no Christian Science Sentinel e no Journal, e trabalhava sob a orientação direta da Sra. Eddy, que o corrigia e o elogiava com freqüência. Suas atividades como redator se expandiram em 1903, quando foi lançada a edição alemã d’O Arauto da Ciência Cristã.
Nesse mesmo ano, a Sra. Eddy revisou um dos Estatutos do Manual da Igreja, aumentando de quatro para cinco o número de Diretores d’A Igreja Mãe, ato que ela descreveu como sendo ”de grande importância para nossa Causa”. Como quinto Diretor ela escolheu o Sr. McLellan. Ao fazer essa nomeação, escreveu: ”Eu o estive observando, e até agora ele agiu corretamente em todos os assuntos de importância.” Carta da Sra. Eddy ao Conselho de Diretores da Ciência Cristã, datada de 5 de fevereiro de 1903. Arquivos.
No exercício dos cargos de Redator e de Diretor, o Sr. McLellan, mais do que qualquer outro Diretor, estava em comunicação direta com a Sra. Eddy. Havia sido diretor de uma grande firma que fornecia informações sobre crédito, e era conhecido por seus talentos na administração de empresas. Esses talentos foram-lhe de grande utilidade durante a construção da Extensão d’A Igreja Mãe, e também mais tarde, quando a Sra. Eddy nomeou-o para ser um dos três Fideicomissários encarregados de administrar seus bens. A Sra. Eddy o incumbiu também de organizar os preparativos de sua mudança da cidade de Concord, no estado de New Hampshire, para Chestnut Hill (bairro de Boston), no estado de Massachusetts.
O Sr. McLellan amiúde trabalhava longas horas, como bem se pode imaginar. Segundo testemunha digna de toda a confiança (sua mulher), quase todas as noites o Sr. McLellan trazia ”pilhas de papéis” para revisar em casa, e raramente se deitava antes da alta madrugada. Citada na descrição de McLellan feita por William D. McCrackan, p. 2. Arquivos.
Não é de admirar que todas essas exigências no trabalho às vezes o sobrecarregassem, como ele mesmo o admitiu à Sra. Eddy, dizendo: ”À vezes fico tentado a sentir grande desânimo, mas sei que o mal que provoca os erros é o mesmo que gera o desânimo, e por isso consigo afastá-lo de mim.” Carta de McLellan à Sra. Eddy, datada de 27 de agosto de 1903. Arquivos. Apesar de todas as dificuldades, Archibald McLellan permanecia fiel ao lema de sua ascendência escocesa: ”Se Deus quer que eu faça algo, eu o faço”. Reminiscências de Ramsay, pp. 2, 15.
Sem dúvida, a mais notável realização do Sr. McLellan ocorreu quando a Sra. Eddy decidiu estabelecer The Christian Science Monitor, e nomeou-o Redator Chefe. McLellan, com a colaboração dos Fideicomissários da Sociedade Editora, realizou um verdadeiro prodígio. Menos de quatro meses após o apelo da Sra. Eddy, eles haviam ampliado a Sociedade Editora, instalado novas máquinas impressoras, e reunido uma equipe profissional. Na véspera do dia de Ação de Graças, o Sr. McLellan entregou à Sra. Eddy o primeiro exemplar do Monitor.
Quem melhor descreveu o significado da atuação do Sr. McLellan durante esse evento histórico, foi Erwin D. Canham: ”Desde o primeiro momento, quando surgia a necessidade de abrir tantos precedentes e desbravar terrenos tão novos, o talento jornalístico tinha de ser imbuído de visão espiritual. Naturalmente, sempre será assim, mas em 1908 era de importância vital que o primeiro redator fosse dignitário da igreja, ciente dessa responsabilidade, com grande experiência no mundo empresarial. Teria sido quase impossível escolher pessoa mais apropriada do que o Sr. McLellan” Commitment to Freedom: The Story of The Christian Science Monitor (Boston: Houghton Mifflin Company, 1958), p. 74.
Archibald McLellan foi Redator, Diretor, e Fideicomissário dos bens da Sra. Eddy. Poucas vezes houve Cientistas Cristãos, se é que houve, que tenham prestado serviços à Causa ocupando simultaneamente cargos de tanta importância. O Sr. McLellan aceitava de bom grado toda nova incumbência que a Sra. Eddy lhe fazia, obedecendo com amor a direção da Sra. Eddy. As palavras que a ela dirigiu, nos idos de 1903, refletem o espírito que permeou sua colaboração fiel durante tantos anos: ”Devo à Ciência Cristã tudo o que sou, e o mínimo que posso fazer, é ser obediente às necessidades da causa.” Carta de McLellan à Sra. Eddy, datada de 27 de janeiro de 1903. Arquivos.
