Graças à Ciência Cristã, fui curado de muitas coisas que me causaram dores e que me assustaram, inclusive de um distúrbio estomacal intermitente, das conseqüências de um tombo que levei, caindo de costas num chão de concreto, de um golpe na cabeça quando uma bola de beisebol, voando a cerca de 130 km a hora, me atingiu. Contudo, algumas das lições mais proveitosas que colhi, foram de experiências aparentemente insignificantes.
Por exemplo, faz poucos anos, uma chuva inesperada nos forçou a cancelar um passeio anual que aguardo com grande expectativa e alegria. Procurei consolar-me, raciocinando com uma série de argumentos humanos: “Bem, não há nada que eu possa fazer quanto a essa chuva.... O que passou, passou.... Deixa prá lá!... Não és mais criança, essas coisas não te deveriam aborrecer.”
Passada mais ou menos uma hora nesse raciocínio, ainda me sentia frustrado. Concluí que era necessário deixar de pensar sob o ponto de vista humano e começar a orar, a pensar espiritualmente, isto é, a deixar que Deus me guiasse os pensamentos.
Quase em seguida, esta pergunta ocorreu-me de modo inesperado: “Acreditas que o bem morreu?” “Não” respondi mentalmente, “a bondade de Deus não morreu, está aqui mesmo.” Considerei que tudo quanto vem de Deus, tal como minha alegria, minha gratidão, meu domínio, não tinha solução de continuidade por causa de alguma circunstância humana. A harmonia divinamente estabelecida em mim era incapaz de ficar inerte ou estar perdida.
Logo que alinhei o pensamento com as leis divinas, minha oração se aprofundou. Indaguei-me: “Por que devo crer que a harmonia morreu, que a alegria morreu, que morreu o amor de Deus? por que acreditaria que morreu aquilo que é incapaz de morrer?”
Refleti, com profunda convicção, que na realidade não podia ter fim aquilo que era infinito. O suprimento do bem que vem de Deus não pode ser reprimido nem cancelado. Compreendi que o inquebrantável amor de Deus por Seus filhos era muito mais forte do que a minha opinião, ainda que esta se apoiasse em oração. Compreendi que o amor de Deus era lei divina. A iluminação e o calor que afloraram com essa inspiração, livraram-me de permanecer contrariado, e nossa família desfrutou o fim-de-semana de maneira completamente imprevista.
Será, porém, objetivo da Ciência Cristã meramente proporcionarnos fins-de-semana agradáveis? Não, de modo nenhum. A Ciência Cristã está aqui para ensinar-nos, dia após dia, as infinitas leis de Deus, leis que nos livram de crer que as condições mortais controlam o homem. Quando, em oração, nos atemos às leis divinas, começamos a perceber que elas nos isentam das supostas leis do acaso e das circunstâncias.
A Sra. Eddy, quando diz ser-nos necessário protestar contra essas falsas leis, escreve no livro Ciência e Saúde: “Mediante esse processo do pensamento e seus resultados sobre o corpo, o discípulo provará a si mesmo, com pequenos começos, as grandes verdades da Ciência Cristã.” Ciência e Saúde, p. 384.
Ainda em Ciência e Saúde, afirma a Sra. Eddy: “Nesta época, é preciso aceitar a Ciência Cristã por indução. Admitimos o todo, porque uma parte está provada e essa parte demonstra e prova o Princípio inteiro.” Ibid., p. 461.
É a mente carnal, a mentalidade falsa que vê a decadência e a morte como condições inevitáveis da vida, o que nos induz a procurar a harmonia e a felicidade da experiência humana sem jamais incluir as leis espirituais mais amplas, que conferem fundamentos eternos à harmonia e à felicidade. No entanto, quando nos valemos da observação inteligente e do exame em oração, isto é, quando expressamos a Mente divina, é-nos possível discernir a significação mais profunda das pequenas provas de proteção, de orientação, de cura. Pelo raciocínio indutivo, podemos ir do particular para o geral, do específico para o universal. Pequenos começos podem ensinar-nos as magnas leis cristãs e científicas, toda vez que, avançando para além dos interesses egocêntricos, tenhamos a inspiração de procurar soluções no Princípio divino, Deus.
Esse processo, o de não só ter a prova da bondade de Deus, mas de procurar entender a lei que a rege, tornou-se fator decisivo na descoberta da Ciência Cristã, descoberta feita pela Sra. Eddy. Declara ela: “Cheguei às minhas conclusões deixando que a evidência dessa revelação se multiplicasse com certeza matemática, e que a demonstração menor provasse a maior, assim como o produto de três multiplicado por três, sendo igual a nove, prova conclusivamente que três vezes três duodecilhões tem que ser nove duodecilhões — nem uma fração a mais, nem uma unidade a menos.” Ibid., p. 108.
Ainda recebo bênçãos daquela pequena experiência a que antes me referi. Muitas vezes depois disso, quando me senti deprimido ou doente, veio-me ao pensamento a pergunta divinamente inspirada: “Agora vais crer que morreu o cuidado de Deus por ti?” Esse tipo de pergunta serviu para lembrar-me de que o terno amor de Deus está sempre em ação e inevitavelmente presente. Deu atividade à oração que, consolando, cura.
Com tal oração, reconheci que tudo aquilo que vem de Deus, participa da natureza divina e não tem fim. O Amor divino incessante não é o autor de uma bondade frágil ou temporária. O que o Amor infinito cria, é duradouro e indestrutível. A harmonia que tem origem em Deus, não pára e recomeça. O que o homem recebe de Deus, sempre permanece: nunca expira.
Por qualquer parâmetro, a natureza imortal da bondade de Deus teria de ser considerada uma lei de vulto. A maneira pela qual aplicamos essa lei pode ser, a princípio, assaz modesta. Mas na medida em que nos esforçamos para seguir nosso Mestre, Cristo Jesus, o qual sem dúvida comprovou o poder salvador da lei divina, despertamos suavemente para reconhecer o constante amor de Deus.
Seguindo o exemplo que Jesus deu, exemplo de mansidão, perdão e oração, teremos ressurreições morais diárias, discernindo o que é o verdadeiro e o certo. Se nos parecer que morreu nossa alegria, nossa integridade ou nossa harmonia, essas viverão de novo ao acolhermos com vivacidade a infinita lei divina do amor. Compreenderemos e demonstraremos passo a passo esta promessa de Jesus: “Se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente”. João 8:51. Sem dúvida, o que é falso, finito e material, morre, mas o que vem de Deus, não morre.
Por pequenas provas, e por provas não tão pequenas, podemos demonstrar que é só Deus quem nos dá a vida e para sempre exerce sobre ela o Seu controle. Todos os dias, no ressuscitar da alegria, da harmonia e da saúde, despertamos para o reino do céu que já está ao nosso alcance. Com perseverança, prezamos nossos pequenos começos e, passando além deles, iremos adiante, comprovando cada vez mais, mediante as curas, as leis universais de Deus.
Quem sai andando e chorando
enquanto semeia,
voltará com júbilo,
trazendo os seus feixes.
Salmos 126:6
