Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

A integridade do lar

Da edição de julho de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


O que significa o lar para você? Em nosso ideal, o lar é um lugar onde se encontra paz e harmonia, não é? Sejam quais forem os desafios encontrados no decorrer do dia, ali desejamos nos sentir a salvo, em segurança. É como uma fortaleza que se supõe mantenha do lado de fora as porfias e discórdias do mundo exterior.

Por que é que, às vezes, o lar não concretiza esses sentimentos sublimes? O que está solapando a integridade do lar? Por que o casamento e a família parecem estar com as bases tão estremecidas? A freqüência de divórcios, lares desfeitos, violência doméstica, mulheres espancadas e crianças maltratadas indica claramente que algo está errado.

Muitas pessoas perguntam se há alguma coisa que se possa fazer para deter as intromissões agressivas no lar e impedir a deterioração, cada vez maior, da família. Sim, há algo que podemos fazer. Podemos orar e adquirir uma compreensão mais profunda de qual é a verdadeira natureza do lar e de seus alicerces divinos.

Está claro que o lar não consiste de um abrigo físico, mas sim de qualidades, tais como alegria, liberdade e compreensão. E de onde procedem essas qualidades? De Deus. Você e eu não as podemos criar. Por isso, nosso lar verdadeiro é constituído, em realidade, de qualidades divinas. Se compreendêssemos melhor a natureza divina do lar, a família estaria, hoje em dia, sobre alicerces mais sólidos.

Talvez devamos começar por compreender as pessoas que compõem a família. Assim como o lar é muito mais do que uma casa, assim também o homem é muito mais do que um corpo físico. A Bíblia mostra que Deus é Espírito e que o homem é a semelhança de Deus. Ver João 4:24; Gênesis 1:26. O homem, tal como Deus o conhece, é inteiramente espiritual, o reflexo do Espírito. Reflete a natureza infinita e incorpórea de Deus.

Onde vive o homem, a imagem de Deus? Tem ele um local a que pode chamar de lar? Paulo diz, no livro dos Atos, que vivemos, nos movemos e existimos em Deus. Ver Atos 17:28. E numa de suas epístolas ele chama os cristãos de “concidadãos dos santos”, dizendo também: vós “sois da família de Deus”  Efésios 2:19.. De fato, todos nós pertencemos à família de Deus. Deus é nosso Pai e Mãe. Nós somos filhos Seus.

Um dos ensinamentos bíblicos mais significativos acerca de Deus é o de que Ele é Amor. Ver 1 João 4:8. O homem, criado por Deus, de fato vive exatamente no Amor divino. Isso significa também que o homem sempre está rodeado de qualidades divinas, tais como paz e harmonia.

Cristo Jesus nos ensinou a orar assim; “Pai nosso que estás nos céus". Mateus 6:9. Esse é o reino de Deus, o reino dos céus. A semelhança espiritual de Deus, ou seja, o homem, tem de viver ali também. Nada menos do que o céu é o verdadeiro lar do homem.

Bem, isso parece muito romântico. No entanto, o que tem a ver com o lar que você e eu nos esforçamos por manter em doce paz? Lembre que a mesma oração que começa com as palavras “Pai nosso que estás nos céus", afirma também: "Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu."  Mateus 6:10.

O nome dessa oração é uma homenagem ao nosso Senhor e Mestre, que repetidas vezes deu provas de que o céu é uma realidade presente. A percepção que o Mestre tinha, da presença do reino dos céus, não agia como calmante, mas sim, como lei de correção e ajuste “na terra”, nos assuntos humanos. Nada havia de abstrato em seus ensinamentos. Ele tornou o reino dos céus tangível à humanidade. E o que ele ensinou ainda tem profundo significado para nós hoje em dia. A compreensão mais profunda do céu como o verdadeiro lar do homem, eleva nossa experiência de lar e ajuda a protegê-la das influências destrutivas que a ameaçam.

Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã
Christian Science (kris´tiann sai´ennss), escreve em sua obra principal, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Peregrino na terra, teu lar é o céu; forasteiro, tu és o hóspede de Deus.” Ciência e Saúde, p.254. E no Glossário desse livro ela explica que o céu é “harmonia; o reino do Espírito; governo pelo Princípio divino; espiritualidade; felicidade; a atmosfera da Alma”.Ibid., p.587; ver também “REINO DOS CÉUS”, P.590.

O leitor deve compreender que os termos Princípio divino, Alma e Espírito são empregados pela Sra. Eddy como nomes para Deus, daí serem escritos com a letra inicial em maiúscula. Essas palavras, entre outras, descrevem a natureza de Deus. Um dos significados de Princípio é “origem, causa”. Deus é a única causa no verdadeiro lar do homem e só Ele o governa. Nada oposto à natureza de Deus pode ali entrar. Deus é todo o bem, não há nada que se Lhe oponha.

Não é muito difícil ver por que a paz e a harmonia sempre prevalecem nesse lar celestial. Ali não é a vontade humana que governa, mas sim, Deus. O domínio da espiritualidade afasta a dominação do materialismo, ligada à sensualidade, ao egoísmo e às limitações. Sob o reino do Espírito existe felicidade ininterrupta.

Em nossa verdadeira natureza espiritual, você e eu vivemos nesse céu. Jesus deixou claro que o reino dos céus está dentro de nós. Todos nós, realmente, já temos na consciência esse céu, esse lar espiritual. Portanto, mediante a oração podemos começar a percebê-lo e vivê-lo.

Se queremos fazer de nosso lar um refúgio, um lugar onde possamos nos sentir em paz, então é preciso compreender que esse lar é estabelecido por Deus em Seu reino, onde nenhum dano nos pode ser causado. O salmo noventa e um declara: “Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.”  Salmos 91:9, 10. Esse é um dos salmos bíblicos mais conhecidos. Assegura-nos que nenhum mal pode se intrometer em nosso lar. Aliás, não existe poder algum oposto a Deus. Para provar essa afirmação, há, porém, uma condição: “Fizeste do Altíssimo a tua morada.” Nosso lar está a salvo do mal porque não permitimos que nosso pensamento seja manipulado pelo materialismo e não habitamos com o egoísmo nem com o pecado. Ao invés disso, estamos conscientes de que o lar é mantido por Deus e de que n'Ele vivemos.

Significaria isso que quando não estamos em casa, não estamos a salvo? Pense bem! Se o lar é o céu, nosso lar é infinito. Como podemos estar fora da infinidade? Estamos sempre em segurança, porque habitamos em Deus.

Um casal teve de aprender o que constituía o verdeiro lar. Havia muito amor no seio da família. Os cônjuges eram reciprocamente dedicados. Amavam seus filhos e passavam horas aprazíveis juntos.

Aí aconteceu algo que lhes destroçou a paz. Tornou-se evidente que o filho desse casal, jovem adolescente, estava tomando drogas fortes e bebidas alcoólicas. Várias vezes tiveram de ir buscar o jovem na delegacia. Envolvia-se em acidentes de trânsito relacionados com a ingestão de bebidas alcoólicas, faltava às aulas, mentia para encobrir suas atividades. Ali, onde antes houvera um lar cheio de paz, agora as perturbações eram contínuas. Aos pais parecia que tinham dentro de casa um vulcão que, pelo menos uma vez por dia, entrava em erupção.

Os pais tiveram prolongadas conversas sobre o assunto. Indagavam-se o que tinham feito de errado. O jovem havia freqüentado a Escola Dominical da Ciência Cristã, era escoteiro e ganhara várias condecorações. Agora, de repente, acontecia isso!

Por fim, concluíram que todos os dias, em suas orações, precisavam incluir o lar. Precisavam adquirir um conceito mais elevado do que era realmente o lar. Começaram a perceber que todos os seus integrantes eram filhos de Deus, eram membros de Sua família e viviam em Seu reino. Alegraram-se por ver que tudo o que lhes era caro, tudo o que era bom e divinal, estava para sempre a salvo nesse lar. Ficou claro que todas as especulações que eles vinham fazendo, estavam apenas dando realidade ao mal em seu pensamento.

Tinham de ser cautelosos para não cair numa armadilha bem comum. Era incoerente conceber a natureza espiritual, inviolável, do lar, mas pensar que o marido ou a esposa, o filho ou um parente representasse uma ameaça a esse lar. Eles sabiam que o mal não tem lugar no verdadeiro lar do homem. Daí, continuaram nessa linha de raciocínio, vendo que o mal não tinha agente algum com o qual se impor dentro de seu lar. Perceberam que, no pensamento deles, tinham admitido que o filho era como um agente do mal. Afirmaram que todos eles eram objeto do amor de Deus e estavam incluídos em Seu lar eterno, livres de toda e qualquer intromissão.

À medida que os pais persistiram em orar, a paz e a harmonia foram restabelecidas pouco a pouco dentro do lar e com ela o bem-estar de todos os membros da família. Mas a conscientização da verdadeira natureza de lar teve de vir primeiro. O jovem que havia caído na tentação de tomar drogas, venceu o hábito malsão, orando a seu modo sobre o caso todo.

O céu divinal é infinito, não conhece lado de fora, de onde o mal possa intrometer-se. Tudo o que está dentro dele, procede do Princípio divino. A oração cuja base é a compreensão desse fato, há de resultar em lares mais estáveis e felizes. Impedirá que a família seja minada, quer por fatores internos, quer por destruidoras intromissões externas. A consideração, a compaixão, o entendimento e o amor se farão sentir como expressões das qualidades divinas permanentes, enquanto o materialismo, o egoísmo, a desonestidade e o sensualismo virão à tona como imposições errôneas que não têm base na realidade divina, não têm agente nem acesso ao nosso lar e não cabem dentro dele. Essas qualidades ímpias nunca são nosso pensamento verdadeiro. Mediante oração vigilante, podemos discerni-las e derrotá-las. Na verdade você e eu vivemos no reino dos céus, onde Deus é supremo. A integridade de nosso verdadeiro lar está a salvo para sempre.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / julho de 1989

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.