Se seguirmos os ensinamentos de Cristo Jesus, aprenderemos lições de perdão, misericórdia e amor. No livro Ciência e Saúde a Sra. Eddy escreve: “Em paciente obediência a um Deus paciente, trabalhemos por dissolver, com o solvente universal do Amor, a dureza adamantina do erro — a obstinação, a justificação própria e o egotismo — que faz guerra contra a espiritualidade e é a lei do pecado e da morte.” Ciência e Saúde, p.242. Há muitos anos, procurei seguir essas instruções para resolver problemas que surgiram em meu casamento.
Nos primeiros tempos, quando meu marido e eu batalhávamos para viver dentro de nossas posses, não havia discórdia. Mais tarde, porém, depois que meu marido conseguiu determinado sucesso, seu estilo de vida mudou e suas atitudes em relação a mim tornaram-se desrespeitosas. Às vezes, eu me sentia crivada de insultos. Por ser diligente estudante de Ciência Cristã, volvi-me para a Bíblia e para os escritos da Sra. Eddy em busca de orientação e conforto. As bemaventuranças foram de grande ajuda.
Fiquei sabendo que meu marido visitava uma viúva num bairro próximo. Eu sabia que isso era motivo para divórcio. Em verdade, porém, eu não queria me divorciar. Havia filhos a serem considerados. Eu sabia também que a separação realmente não resolveria nossos problemas. Para evitar uma discussão acesa, ocultei de meu esposo o fato de que eu sabia sobre a outra mulher. Em vez disso, devotei-me mais do que nunca, a viver a Ciência Cristã.
Além do apoio que recebia do estudo diário da lição bíblica delineada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã e da leitura dos periódicos da Ciência Cristã, encontrei ajuda ao volver-me a um artigo de Miscellaneous Writings, de autoria da Sra. Eddy: “Ame seus inimigos.” Também ponderei esta parte da definição de Getsêmani, do Glossário de Ciência e Saúde e orei tomando-a por base: “ ... amor que não é correspondido, mas apesar disso permanece amor”.Ibid., Empenhei-me nas atividades de minha igreja filial e assim encontrei alegria. A vida social de meu marido, nessa época, girava em torno principalmente de seus colegas e sócios.
Passou algum tempo. A vida em família permaneceu quase normal. Quando recebíamos visitas, não havia evidência de discórdia e os momentos eram bastante aprazíveis. As palavras grosseiras e o desrespeito desapareceram pouco a pouco.
Certo dia, tive um novo vislumbre da diretriz dada no livro-texto, citada no começo deste artigo. Perguntei-me: “O que é a 'dureza adamantina do erro' a ser dissolvida 'com o solvente universal do Amor'?” Quando entendi que é o eu, com sua obstinação, sua justificação própria e seu egotismo, percebi que todo trabalho e oração que vinha fazendo havia sido em meu próprio interesse, buscando o que seria a solução para mim e procurando mensagens de consolo para aliviar meus sentimentos feridos.
Essa nova humildade deu-me uma sensação de alívio e segurança porque eu estava, por fim, enfrentando aquilo que impedia a cura completa. A essa altura, ainda havia evidências de nossa desavença. Então eu me perguntei, com a maior honestidade, até que ponto eu havia lidado com o meu próprio pensamento no sentido de resolver o caso. Em uma citação da página 259 de Ciência e Saúde lemos: “ A compreensão crística acerca do ser científico e da cura divina inclui um Princípio perfeito e uma idéia perfeita — Deus perfeito e homem perfeito — como base do pensamento e da demonstração.”
Reconheci que se eu desejasse uma cura divina, deveria partir da “compreensão crística acerca do ser científico”, da base de “Deus perfeito e homem perfeito”. Tentar solucionar o problema numa base humana, apenas levaria à conjetura, ao remorso e à culpa e nada disso ocorre no ser verdadeiro. A Sra. Eddy destaca em Miscellaneous Writings: “Dar pancadas a torto e a direito contra a neblina, nunca tornará mais nítida a visão; mas erguer a cabeça acima da neblina é panacéia soberana.” Mis., p.355.
Orando dessa maneira, fiz o máximo esforço para manter meu pensamento em linha com os fatos espiritualmente científicos acerca de Deus e do homem. À medida que o fazia, tive a certeza de que poderia entregar nosso casamento aos cuidados do Princípio divino, o Amor. Não demorou muito para que a cura se tornasse notória, de uma forma bonita. No Dia dos Namorados daquele ano, meu marido deu-me um cartão onde pedia desculpas por todos os sofrimentos que me causara. Fiquei tão grata quando o li, que pude olhá-lo nos olhos e dizer: “Eu também gostaria de pedir desculpas a você!”
Algumas semanas mais tarde, durante o jantar, meu marido disse: “Só Deus poderia me ter presenteado com você.” Daí por diante, nosso relacionamento se renovou: nenhuma amargura, nenhuma condenação nem infidelidade moral ou espiritual. E continuou dessa forma.
Para mim, o que aconteceu está muito bem resumido na última estrofe de um hino do Hinário da Ciência Cristã:
Deus te curou, Seu afeto governa,
Sua promessa de amor cumprirá.
Ele te mostra ternura superna;
Quem for clemente, clemência achará.Hinário, n° 278.
