Eu estava em viagem no exterior, fazendo uma pesquisa científica, carregando mochila e barraca nas costas, quando senti na perna o que acredito serem os sintomas de hérnia. A situação piorou rapidamente, vindo a tornar-se quase impossível caminhar, mesmo distâncias curtas, sem sentir dor muito intensa.
Eu aprendera na Ciência Cristã que situações desarmoniosas são o resultado da ignorância do que Deus e o homem são e de qual é o relacionamento entre ambos. Assim, concluí que a melhor maneira de transformar o problema em harmonia, era superar essa ignorância, isto é, aprender mais a respeito de Deus e do homem. Na cidade próxima ao lugar onde eu estava acampado, havia uma biblioteca e, apesar da dificuldade, fiz diariamente, durante uma semana, o percurso até lá. Na biblioteca havia um lugar onde eu o dia ficar o dia todo estudando a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria de Mary Baker Eddy (esses livros me acompanharam durante toda a viagem). Encontrei, também, nas estantes da biblioteca, a coletânea Prose Works da mesma autora. Li e orei para obter uma percepção mais clara da criação divina. Foram horas preciosas e de elevação espiritual, que me trouxeram novos conceitos e idéias.
Tentei refutar toda dor intrusa com o argumento consciente da presença e do poder do Amor divino, tornando-me mais constante em fazer diariamente essa negação. Compreendi em maior amplitude que a matéria de fato não pode doer, inchar ou mover-se e que a matéria é apenas a expressão concreta da mente mortal e que, portanto, a cura precisa ocorrer nessa assim-chamada mente, que é a única sofredora.
Passei dias difíceis quando parecia que a oração não surtia efeito e a dor e a imobilidade se tornaram intensas. Por outro lado, os pensamentos que mais me ajudaram foram assimilados exatamente nos momentos em que meu desejo de perceber a vontade divina era sincero e descomplicado e, também, quando estava disposto a afastar meus próprios temores e planos sobre saúde e recuperação e acolhia o sempre atuante poder do Amor divino. Compreendi melhor o que a Sra. Eddy tinha em mente ao dizer em Miscellaneous Writings: "Nenhuma evidência diante dos sentidos materiais pode cerrar meus olhos para a prova científica de que Deus, o bem, é supremo."
Um dia, enquanto descansava num parque depois de sair da biblioteca, a solidão e a dor pareciam insuperáveis. Lá sentado, apelei para Deus, perguntando o que eu precisava aprender.
Alguns segundos depois, um papagaio de papel veio voando por sobre as árvores a meu lado e caiu no chão. Em seguida, um garotinho, ao lado de seu pai, passou por mim procurando o papagaio. Quando o viu, o menino puxou a mão do pai naquela direção.
O garoto estava muito agitado e largou a mão do pai, porque estava ansioso por soltar a corda do papagaio presa aos galhos da árvore; correu morro abaixo, tropeçou, levantou-se, continuou correndo e, finalmente, chegou onde estava o papagaio e puxou a corda com toda a força, mas não obteve sucesso.
Então, correu de volta e deu a mão ao pai. Quando chegaram juntos onde estava o papagaio, o pai resolveu o problema duma maneira rápida e muito simples e a solução satisfez inteiramente ao menino.
Fiquei muito contente com essa resposta imediata, que veio na forma de uma lição prática. Ficou-me claramente demonstrado que eu também só precisava volver-me para a mão sustentadora de meu Pai, Deus, e reconhecer Sua sábia orientação e poder. Meu pensamento ficou repleto de uma renovada convicção de que Deus, que me ama profundamente, é capaz agir em minha consciência e destruir tudo o que Lhe é dessemelhante.
Pouco tempo depois disso, o problema na perna já não parecia ameaçador. Ao mesmo tempo, um conceito da verdadeira filiação espiritual do homem tornou-se muito mais claro para mim. Tal como Ciência e Saúde afirma: "Quando chegarmos a ter mais fé na verdade do ser do que no erro, mais fé no Espírito do que na matéria, mais fé em viver do que em morrer, mais fé em Deus do que no homem, então nenhuma suposição material nos poderá impedir de curar os doentes e de destruir o erro." Agora eu estava mais convencido da Vida do que da morte, mais ciente do bem do que da decadência e da desarmonia.
A cura ocorreu rapidamente, o manquejar acentuado desapareceu em poucos dias e logo eu podia caminhar ereto e normalmente, sem sentir dor. Com o apoio de um estimado praticista da Ciência Cristã, que me amparou em oração, dentro de pouco tempo pude retornar às minhas atividades com renovada força e júbilo. Sinto profunda alegria e gratidão por essa demonstração do poder sanador ativo do Amor divino.
Hamburgo, Rep. Fed. da Alemanha
