Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Uma lição importante

Da edição de fevereiro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Estêvão tinha onze anos e era descuidado com suas coisas. Não que ele quisesse ser descuidado. O que acontecia é que havia tantas outras coisas para pensar, atividades excitantes como jogar futebol no time da escola, andar de barco à vela com os amigos ou ajudar na fazenda vizinha, cuidando de bezerros e cordeiros. E, além disso, pescar. Mais do que qualquer outra coisa, Estêvão gostava de pescar.

Pouco antes das férias de verão, a mãe comprou-lhe uma bela capa impermeável. Um dia, ela deixou que ele usasse a capa para ir à escola, porque estava chovendo muito. Com aquela capa, a chuva não incomodava nada.

Naquele mesmo dia, a classe de Estêvão foi ter aula de natação numa piscina coberta, que ficava bem longe de casa. Ele gostava da aula de natação. Estava aprendendo bem e, quem sabe, logo poderia entrar na equipe de natação da escola.

Na semana seguinte, choveu de novo. Estêvão procurou a capa de chuva por toda a casa, mas não a encontrou. Aí ele se lembrou que a levara à piscina e não a trouxera quando voltara para casa.

A Secretária da escola disse que nem valia a pena telefonar para a administração da piscina, pois aquele era um lugar de péssima reputação, não havia boa guarda no recinto. Os armários eram arrombados e o que fosse deixado ali, era sempre roubado. Então o garoto lembrou que tinha deixado a capa pendurada num gancho no vestiário e ficou bastante aflito.

A mãe achou que Estêvão não devia ficar apenas aflito, mas sim, devia aproveitar essa experiência para aprender algo sobre a oração.

"Estêvão, qual é o valor da capa de chuva, para você?" Ele achou que a mãe estava falando do preço e respondeu que achava que a capa custava uma certa quantia em dinheiro.

"Não, eu quero saber o que ela simboliza. Por exemplo, a bandeira simboliza o amor ao nosso país."

Então Estêvão e a mãe falaram sobre o que a capa simbolizava: proteção, abrigo, amor. Acima de tudo, amor. Mamãe e papai tinham comprado a capa para ele porque o amavam. O amor deles refletia a presença de Deus e o cuidado que Ele dispensava à Sua criação. Como em realidade somos todos filhos do único Pai-Mãe, nada pode interromper a evidência do amor de Deus. As boas qualidades são nossas e as dúvidas ou interferências de qualquer espécie não são legítimas. É muito importante, também, saber que todos possuímos as qualidades do Amor. Os filhos de Deus têm tudo o que precisam, sempre.

Ao orar e trabalhar junto com a mãe, Estêvão compreendeu que ele havia sido sempre protegido, porque Deus, o Amor, é Tudo. Isso significava que o bem simbolizado pela capa de chuva estava seguro em Deus.

Desde que Estêvão havia começado a ir à escola, a mãe procurava incluir em suas orações todas as crianças que ele conhecia, reconhecendo que ninguém está fora do amor de Deus.

Eles também pensaram a respeito do poema da Sra. Eddy, intitulado: " 'Apascenta as minhas ovelhas' " e especialmente os versos: "Mostra, Pastor, como andar...; / Tua voz escutarei / Para não errar; ... / As ovelhas leva, pois, / Ao redil do Amor...." Sempre que Estêvão pensava nesse poema, o que fazia com bastante freqüência, ele incluía seus colegas de escola, pensava neles como "as ovelhas".

Quando a mãe afinal decidiu telefonar para a administração da piscina, ficou sabendo que a capa estava lá, sem problemas. Havia ficado pendurada no vestiário durante dias a fio e depois o pessoal de serviço tinha decidido guardá-la. Não fora tocada. Até o dinheiro que Estêvão tinha no bolso, ainda lá estava.

Essa foi uma boa lição que ajudou toda a família algumas semanas depois, quando foram acampar. Os pais deixaram que Estêvão levasse uns amigos também e todos se divertiram muito com a pescaria.

Certo dia, à tarde, os pais de Estêvão foram de carro apanhar os meninos no embarcadouro, após uma pescaria. Estêvão ajudou a amarrar as canas de pesca em cima do carro, para que não caíssem a caminho do acampamento.

No dia seguinte, ao se prepararem de novo para ir pescar, Estêvão não achou a maleta com o equipamento de pesca. Era uma maleta bastante grande, o suficiente para alguém poder sentar em cima dela e continha todos os apetrechos necessários a uma boa pescaria: iscas, anzóis, chumbinhos, linhas e outros tesouros.

Foi aí que Estêvão se lembrou daquilo que havia aprendido no caso da capa de chuva. Imediatamente afirmou que as qualidades do homem espiritual criado por Deus eram suas e não lhe podiam ser tiradas. Estêvão também tinha certeza de que, dessa vez, não havia sido descuidado. Lembrava de ter juntado todas as suas coisas e de tê-las levado até o carro.

Mamãe orou com ele, sabendo que o Amor divino estava sempre presente para guiá-los. Decidiram ir de volta ao embarcadouro, embora isso não parecesse muito prático. Numa vila de pescadores como aquela, durante as férias e com tanta gente, não era provável que alguém recordasse ter visto uma maleta como a dele. Mas a idéia de ir ao cais primeiro, antes de procurar a polícia, persistia. Ainda longe, Estêvão avistou sua maleta, encostada ao muro, perto do lugar onde o pai estacionara o carro no dia anterior. O pai se lembrou de ter encostado a maleta no muro e admitiu que, dessa vez, Estêvão não tinha culpa.

Vocês podem imaginar como eles ficaram contentes em achar a maleta tão depressa.

O que a mãe de Estêvão aprendeu

Há uns detalhes anteriores a essa história, que são interessantes, pois contribuíram para as valiosas lições aprendidas. Quando aquela escola foi designada para Estêvão, pouco mais de um ano antes, eu tinha ficado muito descontente, pois a localização era péssima. Embora fosse uma boa escola, no que se referia ao ensino, ficava a vários quilômetros de distância de nossa casa, no outro lado de uma cidade muito movimentada. E ficava perto de um bairro muito ruim. As crianças do bairro freqüentavam essa mesma escola.

A princípio, quis tentar obter uma transferência para outra escola. Estava indignada. Entretanto, enquanto orava a respeito disso, "o cicio tranqüilo e suave" da Verdade prevaleceu. Comecei a compreender que tudo poderia se transformar em bênção, tanto para a escola como para o menino. Ambos afirmamos continuamente que, por ser filho de Deus, ele estaria sempre no lugar certo. Sem dúvida, essa verdade foi demonstrada na experiência dele. Estêvão ficou naquela escola sete anos e foram anos muito bons.

Nós também sabíamos que o conhecimento do lugar certo de cada um não se aplicava só a Estêvão, mas a todos. Como a Ciência Cristã ensina, as idéias de Deus não podem fazer outra coisa a não ser refletir a bondade e a pureza do Amor divino.

Orei especialmente com as palavras da Sra. Eddy em Miscellaneous Writings: "Os bons não podem perder seu Deus, seu socorro nas tribulações. Se eles se enganarem quanto ao mandamento divino, corrigirão seu erro, darão contra-ordem, voltarão sobre os próprios passos e restabelecerão Suas ordens, com maior certeza de avançar em segurança." Nos primeiros meses, quando ele era novo na escola, houve algumas provocações por parte de outros meninos, mas nada que Estêvão achasse digno de levar ao conhecimento da diretoria. Nunca roubaram nada dele. O pessoal da escola mostrou grande surpresa quando a capa foi achada intacta, mas nós, com efeito, ficaríamos surpresos se assim não fosse.

A maior alegria, para mim, foi quando um rapaz de dezesseis anos procurou-me, pouco antes de meu filho sair da escola, e contou-me que Estêvão havia tido uma boa influência sobre ele e sobre seu bando. Disse isso sem nenhum embaraço e acrescentou que houve vezes em que, brincando no pátio, um grupo decidia fazer alguma brincadeira particularmente perigosa, ou algum furto só para se divertir. Procuravam atrair Estêvão também, mas ele sempre dizia que não achava graça nenhuma naquelas brincadeiras. Pareciam coisas tão bobas, que preferia jogar futebol. O rapaz disse que isso bastava para que a escapada perdesse toda a graça e eles acabavam jogando futebol também. Para terminar, o rapaz contou que eles nunca consideraram Estêvão um "cara chato", mas apenas um bom amigo.

Sinto-me infinitamente grata por essa prova de que a oração não só é atendida, mas o é de forma muito prática.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 1991

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.