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Redator convidado

Um mundo que desperta para a igualdade

Da edição de fevereiro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando uma nação em vias de desenvolvimento, como a minha, evidencia notável progresso técnico em muitos campos, é triste verificar como certos segmentos da sociedade permanecem à margem desse progresso.

Muitos problemas parecem complexos e firmemente embutidos na própria contextura social. Sem dúvida, um dos mais complexos é o papel das mulheres, tanto em países desenvolvidos como nos em vias de desenvolvimento.

Apesar de os véus físicos terem sido levantados do rosto das mulheres modernas, em muitos corações e mentes amedrontados eles permanecem profundamente cerrados.

Num país, as mulheres têm de lutar contra a discriminação sexual para conseguirem salários iguais. Noutro, lutam por direitos sucessórios negados às mulheres. Num outro, elas são alvo de seleção ainda mesmo antes do nascimento, por serem consideradas improdutivas, recorrendo-se ao aborto voluntário, quando o feto é do sexo feminino. E, noutro país, elas até podem ser mortas por não trazerem consigo um dote suficiente.

Como podem os indivíduos compassivos ajudar? É óbvio que as leis governamentais e as reformas sociais são importantes. Mas algo mais é necessário: talvez a abordagem de que, quando nos volvemos a Deus em oração, começamos a discernir Suas leis governantes — leis que são muito mais intrínsecas do que qualquer código legal ou de justiça humana jamais poderá ser. Muitas mulheres, e homens também, descobriram que a Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss) revela novas perspectivas das leis espirituais de Deus e que essa compreensão espiritual alargada melhorou efetivamente situações de inadequação e opressão que estavam enfrentando.

Aliás, a Ciência Cristã proporciona uma profunda visão de igualdade, seja entre homens e mulheres, seja entre ricos e pobres ou velhos e jovens. Esta religião científica começa com as passagens bíblicas iniciais, nas quais a criação espiritual de Deus inclui tanto o homem como a mulher. "Criou Deus, pois, o homem," declara a Bíblia, "à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." (Gênesis)

Então como é que nós perdemos de vista essa qualidade essencial de todos? Haverá alguma pista na alegoria bíblica do segundo capítulo do Gênesis, em que é dito que o homem foi formado do pó da terra e a costela de Adão é a suposta origem da mulher? Esse relato é com frequência invocado como poderoso símbolo da subserviência da mulher em relação ao homem.

A Ciência Cristã explica que o legado de Adão e Eva contrasta profundamente com a realidade espiritual, que consta no primeiro capítulo do Gênesis, sobre os filhos de Deus feitos à Sua imagem e semelhança. No princípio, tudo foi declarado bom porque Deus é o único criador. No entanto, no segundo relato da criação, tudo aparece materializado, limitado e fatalmente defeituoso.

Mas o contraste entre essas duas perspectivas não comportará a lição mais profunda de que, enquanto limitarmos Deus e aceitarmos as visões meramente materialistas de Sua criação, nos encontraremos inevitavelmente presos no cativeiro dos vários aspectos dessas crenças?

Um desses aspectos escravizadores é a impressão de que existe um conflito inato, inevitável, entre homens e mulheres. Essa impressão pressupõe que os homens têm de dominar as mulheres, que as mulheres têm de iludir os homens e que ambos são eternamente castigados pela mera existência desse relacionamento.

No entanto, uma percepção mais clara e libertadora da verdadeira individualidade de cada um, como imagem e semelhança de Deus, oferece um ponto de partida bem diverso e esse tem efeito prático na existência humana. A esta altura, estamos realmente falando do processo de libertação espiritual. Por escolher um ponto de partida radicalmente diverso e viver de acordo com ele, mediante a obediência aos ensinamentos de Cristo Jesus, somos levantados a tal ponto que vemos a grande naturalidade da igualdade entre homens e mulheres e a ausência de conflitos entre eles.

Por exemplo, na adolescência, eu vivia em constante medo de um parente que dominava o cenário familiar. Conquanto sentisse grandemente a injustiça dessa discriminação arbitrária, nossos valores tradicionais me impediam, por ser mulher, de expressar minhas opiniões, embora estivessem corretas. Até mesmo certas atividades legítimas e normais me eram vedadas e qualquer coisa que eu fizesse devia ser feita discretamente. Essa sensação de sujeição ficou comigo até muitos anos mais tarde, fazendo-me desconfiar dos homens em geral. Depois de ter encontrado o capítulo "Gênesis" no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy, o medo foi rompido. O senso espiritual de justiça e igualdade superou a injustiça humana. Isso resultou em muitas amizades valiosas e num casamento com base na igualdade. Também não senti discriminação durante os últimos vinte e nove anos em minha atividade profissional na área dos transportes.

Não será a falta de educação espiritual o que, em essência, está subjacente à discriminação sexual e impede o progresso da humanidade? Mas à medida que essa falta é corrigida pela compreensão espiritual da lei e realidade de Deus, o progresso continua a verificar-se e ainda com maior rapidez. É interessante observar a própria descrição de Cristo Jesus deste processo de fermentação espiritual em sua declaração, "O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado." O fermento acaba por transformar ou alterar por completo aquilo em que foi colocado. De certo, mudanças profundas virão ao pensamento humano à medida que a humanidade compreender cada vez mais a verdadeira natureza espiritual do homem como imagem e semelhança de Deus. O pensamento global acerca da natureza da condição feminina precisa ser elevado e a fermentação espiritual tem de prosseguir.

A verdade espiritual tem um efeito fermentador. Nosso testemunho voluntário, humilde e corajoso dessa verdade em favor de toda a humanidade — todos os nossos irmãos e todas as nossas irmãs — pode ajudar o mundo a despertar.

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