Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O Evangelho de Marcos em nossa vida

As obras poderosas: vencidas a doença, a morte e a desonra — Marcos 5:21-6:6

(Oitava Parte)

Da edição de agosto de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Curas surpreendentes continuam a acontecer, como conseqüência natural da mensagem transmitida por Jesus. Este também desafia as leis hebraicas relativas à purificação, nunca se submetendo à contaminação dos ritos, mas triunfando sobre ela. Sua atenção continua voltada para os excluídos, os marginalizados, os que foram privados de seus direitos e ficaram indefesos. Eles são acolhidos e curados.

5:21-43 Após ter voltado para o território dos judeus, Jesus andava rodeado por outra grande multidão, quando um dos principais da sinagoga, chamado Jairo, ... prostrou-se a seus pés e insistentemente lhe suplicou ... Por estar passando por uma grande necessidade, Jairo, sem constrangimento, se humilhou e se prostrou aos pés de Jesus, atitude estranha para um homem de sua posição! Sua situação de emergência o fizera deixar de lado a preocupação com sua posição social e com as diferenças de doutrina. Ele implorou: Minha filhinha está à morte; vem. .. para que seja salva, e viverá. Jesus foi com ele.

Presente a essa cena, a multidão também o acompanhou, comprimindo-o, empurrando-se para tentar ver mais de perto o que aconteceria. Repentinamente, surgiu uma outra situação.

Uma mulher não identificada, que estava no meio daquela multidão, também se aproximou com uma necessidade pois, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia. Ela não havia conseguido ajuda com os médicos; ao contrário, tinha piorado. Sem gozar da mesma reputação de Jairo perante a comunidade, ela era uma pessoa proscrita, uma vítima das leis de pureza dos judeus, relegada a uma vida de segregação devido à sua hemorragia crônica. Após doze anos, seus amigos tinham desaparecido, o mesmo acontecendo com seus recursos. Não havia lugar para ela naquela sociedade. Contudo, havia algo irreprimível em seu espírito. Ela conhecia a fama de Jesus. Sem temer a proibição que pesava sobre ela, pela qual não podia ter contato com outras pessoas, devido à sua condição, ela, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste, pensando: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. Como no caso de Jairo, seu desespero a forçou a abandonar totalmente as convenções sociais. Diferentemente de Jairo, que apresentou seu pedido em público, ela tentou não ser vista. Quando estava bem perto, tocou as vestes de Jesus e sentiu no corpo estar curada do seu flagelo.

Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: Quem me tocou nas vestes? Inacreditável! Ela havia sido descoberta! Inúmeras pessoas estavam esbarrando em Jesus. Mas ele sabia que esse toque era diferente; esse toque não podia ser ignorado. Ela tinha sido tão decidida, tão audaciosa, tão confiante! Sua presença e sua cura tinham de ser reconhecidas.

Jairo, correndo contra o tempo, muito provavelmente estava desesperado. A vida de sua filha estava por um fio e Jesus ainda parava para perguntar quem o havia tocado! Sempre muito práticos, os discípulos consideraram absurda a pergunta de Jesus e responderam gentilmente: Vês que a multidão te aperta e dizes: Quem me tocou? Eles não percebiam o significado profundo da pergunta de Jesus.

Esperando uma resposta, Jesus olhava ao redor para ver quem fizera isto. Demonstrando uma coragem extraordinária, a mulher, atemorizada e tremendo, cônscia do que nela se operara, veio, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a verdade. Para todos os efeitos, ela havia transgredido as leis de pureza e se arriscado a contaminar todos com seu procedimento. Seu toque havia contaminado Jesus e ele tinha todo o direito de expô-la em público. A condenação teria sido rápida.

Contudo, o fato de estar atemorizada e tremendo modificou a percepção do que nela se operara, tornando sua reação parecida com a dos discípulos, quando os ventos foram acalmados, ao atravessarem o Mar da Galiléia. É admiração reverente. Embora tenha contado toda a verdade, ninguém levantou o problema da contaminação, pois Jesus dominava totalmente a situação. Ele não foi contaminado pela impureza daquela mulher; mas triunfou sobre a impureza.

Dirigindo-se a ela carinhosamente como Filha e, dessa forma, relacionando-a com a filha de Jairo, ele disse: a tua fé te salvou; vai-te em paz ... A da mulher, não um pedaço de tecido, é que a tinha curado e salvado do mal. Esse momento deve ter transformado toda a sua vida!

Mas a desgraça estava bem próximo dali. Falava ele ainda, quando Jairo recebeu a notícia: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre? Parecia evidente que era tarde demais para Jesus fazer qualquer coisa.

Mas o Mestre imediatamente lhe disse: Não temas, crê somente. Tendo estado provavelmente próximo a Jesus, por ocasião da cura da mulher, Jairo devia ter visto a fé que ela possuía e os resultados poderosos dessa fé. Agora o que está sendo exigido dele é que tenha a mesma postura corajosa: “Deixa o teu medo de lado e confia.”

Eles chegaram à casa, onde as carpideiras já choravam muito. Jesus lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme. E riam-se dele, zombando e fazendo troça. Da mesma forma como os discípulos não haviam entendido o que Jesus queria dizer, quando perguntou: Quem me tocou nas vestes?, essas carpideiras também não entendiam o que Jesus queria dizer, quando afirmava: “Ela não está morta.

Ao contrário da mulher que confessou sua cura à vista de toda a multidão, este outro acontecimento é reservado. Tendo chamado o pai e a mãe e três discípulos, Jesus dirigiu-se ao local onde estava a garota. Imediatamente, ele a tomou pela mão, uma vez mais ignorando as leis de pureza, que proibiam tocar os cadáveres. Ele disse: Menina. .. levanta-te! Ela obedeceu instantaneamente e pôs-se a andar; pois tinha doze anos, outra ligação verbal com a mulher que havia sofrido durante doze anos. Então, ficaram todos sobremaneira admirados.

Porém a maior admiração ainda estava por vir: Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse, um pedido simplesmente impossível de ser atendido, considerando que a morte da menina já havia sido anunciada e, sem sombra de dúvida, todos estavam esperando do lado de fora, ansiosos por escarnecer ainda mais de Jesus. A recuperação completa ficou evidenciada pela ordem de que dessem de comer à menina.

As muitas ligações verbais entre essas duas histórias intercaladas, pedem que elas sejam lidas juntas. Somente assim as lições mais importantes, nelas contidas, aparecem. As grandes diferenças de posição social e de sexo entre Jairo e a mulher, se desvanecem rapidamente quando ambos recebem o que necessitam. Além disso, o tempo dedicado à mulher não pôde prejudicar a filha de Jairo. E, quando tudo parece perdido, é dada uma ordem ao chefe poderoso para que aprenda com a experiência da humilde mulher: acredite! Não há limitação para a bondade de Deus; a atuação de Jesus mostra que a presença e o cuidado de Deus estão disponíveis a todos.

6:1–6 Mais tarde, Jesus se dirigiu para a sua terra, e os seus discípulos o acompanharam. Não tinha havido contato com a casa dele desde o dia em que os escribas o haviam acusado de ter o espírito de Belzebu, e sua família viera para levá-lo; mas certamente, a família continuara a ouvir falar dele.

Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga, pregando as boas novas, e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, mas não aceitavam suas palavras, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Eles não negavam a sabedoria nem as maravilhas feitas por suas mãos, mas as coisas não faziam sentido para eles. Eles conheciam a família dele e como ele fora criado. É o carpinteiro, filho de Maria, um irmão. Eles conhecem suas irmãs. Esse homem crescera, trabalhando com as mãos, fora criado por gente comum. Tratava-se de um deles. E escandalizavam-se nele. A disparidade era grande demais para eles aceitarem. Eles decidiram rejeitar suas afirmações, apesar das evidências a seu favor. Eles preferiram permanecer no comodismo, sem serem questionados ou desafiados, e continuaram a ficar de fora.

Reconhecendo a rejeição por parte deles, Jesus respondeu com um provérbio: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa. E embora ele se identificasse como profeta, a questão continuava em aberto. Outros ainda perguntarão: Quem é este?”

Não pôde fazer ali nenhum milagre. . . e admirou-se da incredulidade deles. Agora, é Jesus que está surpreso com a recusa de seu próprio povo em aceitar as boas novas. Ele descobriu que aqueles que lhe são mais próximos e mais caros podem também ser os mais tacanhos. Os corações receptivos não são encontrados necessariamente nos vínculos familiares ou de infância. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar.

Os relatos de cura serão interrompidos no próximo mês devido a um novo ponto de interesse: a morte de João Batista. Sua história aparece intercalada entre as missões de cura dos discípulos e os relatos subseqüentes das “obras poderosas” de Jesus. Será essa a maneira de Marcos dar uma triste advertência sobre o alto preço do discipulado?

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / agosto de 1999

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.