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O milênio: tempo de ousar

Da edição de agosto de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Mil anos atrás, a maioria dos europeus cultos sabia que a terra era redonda e não plana; contudo, com exceção dos viquingues, raramente se aventuravam em oceano aberto. Embora os chineses tivessem embarcações suficientemente grandes para dar a volta ao mundo, eles não o fizeram. Aristarco, três séculos antes de Cristo, e Copérnico, no século XVI, calcularam que o sol, não a terra, era o centro do nosso sistema. Todavia, esse fato só foi aceito mais amplamente algumas décadas depois de Copérnico publicar sua teoria.

Temos de ousar, temos de pensar o impensável, dar as costas à matéria e procurar soluções espirituais.

Atualmente, há mentes inquiridoras em toda parte e, a cada dia, novas descobertas estão ampliando nossos horizontes. A revista National Geographic, num artigo introdutório da série: “O sentido do milênio”, fala de uma nova era de explorações, em busca da compreensão do lugar da vida no universo. A revista observa que grandes colônias de bactérias vicejam nas águas das fontes termais do Parque Yellowstone, a 93° centígrados, acima da temperatura considerada limite para bactérias. O artigo diz: “Na nova era de explorações, continuaremoss a desafiar verdades anteriormente aceitas, e isso nos levará a descobertas inimagináveis. É possível até que encontremos alguma forma de vida que não precisa de carbono, nitrogênio e água — algo que a ciência atual considera impossível” (National Geographic, janeiro de 1998, p. 4).

Talvez achemos ridículos os temores e a ignorância de nossos ancestrais, pode ser que estejamos satisfeitos com nossa abertura mental a novas idéias. Se, porém, quisermos evitar os erros de nossos antepassados, precisaremos abandonar as algemas das teorias e pressupostos materiais. Temos de ousar, temos de pensar o impensável, dar as costas à matéria e procurar soluções espirituais para os problemas pessoais e mundiais, soluções que só podem ser encontradas no reino do Espírito, Deus. Talvez não nos sintamos preparados para isso, mas é a coisa certa a fazer, se quisermos alcançar aquela qualidade de vida associada ao advento do milênio.

Gasta-se muito tempo e esforço na busca de meios materiais para melhorar a qualidade de vida, como, por exemplo, a engenharia genética e a tecnologia da informação. Contudo, os esforços para melhorar a vida mediante teorias materiais têm limitações e, muitas vezes, efeitos colaterais indesejáveis. Talvez seja essa uma das razões do aumento do interesse pela espiritualidade. Essa “fome” está incentivando alguns pesquisadores a analisar com mais seriedade soluções espirituais, soluções baseadas na vida e no exemplo do Filho de Deus, Cristo Jesus.

Jesus foi o cientista por excelência. Ele praticou a Ciência do cristianismo, demonstrando uma capacidade muito acima da ciência natural dos dias de hoje. Restaurou a vida de um amigo cujo corpo havia começado a se decompor, curou doentes desesperançados, alimentou multidões com quase nada, a não ser uns pães e alguns peixes, e todas essas coisas eram divinamente naturais para ele, eram o resultado da aplicação da lei divina da harmonia (ver João 11:1–44; Mateus 4:23, 24; Mateus 14:14–21). Além disso, Jesus disse que todos os seus seguidores poderiam, e deveriam, fazer as mesmas obras, para o bem da humanidade. Como relata a Bíblia: “Aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (João 14:12). Ele ensinou seus discípulos a não depender da matéria e de soluções materiais e a voltar-se para o único Deus, Espírito divino, todo-poderoso e sempre presente.

Vemos sinais de que a característica marcante do próximo milênio será uma explosão do interesse pela busca de soluções espirituais para os problemas da vida. Muitas faculdades de Medicina já estão estudando a relação entre a espiritualidade e a prática médica, e uma fundação americana, a John Templeton Foundation, vem oferecendo bolsas para incentivar estudiosos do mundo todo a abrir o diálogo entre religião e ciência. Anualmente, são concedidas cem bolsas de 10.000 dólares cada, para as melhores propostas de cursos sobre a correlação entre ciência e religião.

À medida que essa tendência progredir, sem dúvida chegar-se-á à conclusão de que a ciência e a religião são uma coisa só, não duas, e Cristo Jesus assumirá seu lugar de direito como o homem mais científico que o mundo já conheceu. Ciência e Saúde explica: “A supremacia do Espírito era o fundamento sobre o qual Jesus edificava” (p. 138). Ele disse: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (João 6:63).

Mary Baker Eddy, a autora de Ciência e Saúde, comprovou a supremacia do Espírito. Por isso ela pôde escrever: “As pretensas leis da matéria nada mais são do que crenças errôneas de que a inteligência e a vida estão presentes onde a Mente não está. Essas crenças errôneas são a causa promotora de todo pecado e de toda moléstia. A verdade oposta de que a inteligência e a vida são espirituais, nunca materiais, destrói o pecado, a doença e a morte” (p. 171).

Temos a ousadia de dar um passo fora do mundo da materialidade?

Será que nós temos a ousadia de dar um passo para fora do mundo da materialidade e entrar no reino do Espírito? Se não aceitarmos esse desafio e não tomarmos essa direção, não seremos melhores do que nossos antepassados, que tinham medo de navegar longe da costa e que escarneceram das descobertas de Aristarco e Copérnico.

Atualmente, a maioria das pessoas considera os sentidos materiais como a única fonte confiável de informações a respeito do corpo. No entanto, a Ciência divina ensinada e praticada por Jesus e explicada agora pela Christian Science, mostra claramente que o homem é espiritual e está longe de ser aquele mecanismo físico imprevisível que parece ser. Jesus disse: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48).

Na proporção em que compreendermos que nós e toda a criação de Deus somos totalmente perfeitos e espirituais, pois Deus fez tudo perfeito e espiritual, estaremos prontos para dar nossos passos de progresso. Compreenderemos o apóstolo João que, numa visão espiritual do milênio, viu “a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu”. A promessa que João recebeu, com relação a essa cidade, foi: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas” (Apoc. 21:2–5).

João percebeu essa revelação com o sentido espiritual, não através dos olhos e ouvidos dos sentidos físicos. Isso mostra que, em certo grau, nós podemos perceber a realidade espiritual, a realidade da onipresença e bondade de Deus, aqui e agora. Isso também mostra que era verdadeira a resposta de Jesus à pergunta de quando viria o reino de Deus. Ele disse: “Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20, 21).

A certeza íntima e profunda de que essa afirmação é verdadeira, ajuda-nos a compreender no que consiste, em realidade, a experiência do milênio — uma compreensão sempre maior do reino do Espírito, e isso é algo que está ocorrendo desde o princípio dos tempos.

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