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Em busca do ouro verdadeiro

Algumas considerações sobre o uso de drogas

Da edição de agosto de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


“Tenho de lhe dizer por que vim justamente para esta universidade”, disse-me ele, enquanto corrigíamos sua primeira prova de inglês. “Foi a erva. Quero dizer, a gente consegue as melhores drogas do mundo, aqui mesmo no sul da Flórida! Maconha, cocaína, heroína — tudo. E bem barato. Em qualquer esquina. É ouro puro!!”

Não havia muito o que dizer. Eu era apenas sua professora de inglês, mas mesmo assim, queria ajudar. Afinal, ele fora honesto. De alguma forma, sabia que aquele rapaz impetuoso um dia compreenderia tudo, iria descobrir que há muito mais na vida, e na faculdade, do que drogas fáceis a qualquer hora. Durante aquele período universitário, começou a descobrir justamente isso.

Talvez seja esta a porta de saída do vício das drogas: aprender que há algo melhor. Algo mais, na vida, do que emoções fáceis a qualquer hora. Algo mais permanente, mais belo e mais reconfortante; algo que não se possa beber, cheirar, tragar, fumar nem injetar, algo que não prejudique o corpo em nada, algo que, em última análise, é espiritual.

Não é preciso ir muito longe no caminho do vício para descobrir quão assustadoramente vazio ele é. Sei um pouco a esse respeito, pois tive uma experiência com cigarro.

Ao longo da minha infância, ouvira muitas vezes meus pais dizerem como estavam contentes por terem deixado de fumar. Ambos foram curados do vício inveterado de fumar, através do estudo da Christian Science. Porém, na minha adolescência, algumas vezes pensava se não seria o caso de, pelo menos, experimentar um cigarro. As moças que eu conhecia e que fumavam eram tãããão charmosas! Eu gostava da maneira como elas seguravam o cigarro, com ares de artistas de cinema. Certo dia, durante uma viagem de verão, pedi emprestado a uma amiga um cigarro e um isqueiro e, sozinha no quarto, acendi o cigarro. Senti um gosto horrível, mas esforcei-me ao máximo para dar uma tragada completa. Foi aí que eu ouvi — lá no fundo do coração — uma voz muito forte. Uma voz que eu não pude, de forma alguma, ignorar. “Pense em tudo aquilo a que você estaria renunciando!”

Imediatamente, esmaguei o cigarro num cinzeiro. Então, sentei ao lado da minha cama e tentei entender o que tinha acontecido.

Aí, tudo ficou claro para mim. Aquela voz vinha do mais profundo do meu ser — meu verdadeiro ser. Meu ser espiritual. Ele estava protestando. Dizia que eu estava tomando um caminho errado. Dizia para eu me lembrar de Deus. Lembrar-me de quem realmente sou — Sua filha, pura, perfeita e espiritual, como Ele é.

Só foi preciso isso. De repente, o que eu queria acima de tudo era ser fiel à minha verdadeira identidade e a Deus. Vi que entrar no mundo do fumo, do álcool ou das drogas — substâncias que têm trazido tantos danos a tantas pessoas — ia contra aquilo que Deus queria que eu fosse, e eu não desejava fazer isso.

Jogar fora aquele cigarro me fez sentir muito bem por dentro. De alguma maneira, eu sabia que tinha tomado a decisão certa — da qual nunca me arrependeria. E aquela decisão me ajudou, durante todos esses anos, a tomar muitas outras decisões que considero boas, como a de dizer “não” às drogas e ao álcool.

Mas, o que dizer das decisões erradas que eu e você talvez tenhamos tomado? Elas podem arruinar nossa perspectiva de ser a idéia pura que Deus nos fez ser? Claro que não! Deus é capaz de nos tocar onde quer que estejamos, convertendo a culpa e o remorso num despertar — num recomeçar totalmente novo.

O fato é que você não pode deixar de ser aquilo que realmente é: filho de Deus. Mais cedo ou mais tarde — não importa o que você possa ter feito de errado — esse ser real que você é virá à tona. Você descobrirá o ser especial, insubstituível que você é e que Deus ama tão carinhosamente. Seu verdadeiro ser. Seu único ser.

E os erros? Você perceberá naturalmente que eles não combinam com o seu verdadeiro ser — e se afastará deles. Eles voltarão ao seu nada inicial, pois na realidade não pode haver nada antagônico à totalidade de Deus.

Jesus chamou o ser valioso e perfeito que está dentro de cada um de nós, “o reino dos céus”. Uma vez descoberto esse reino, disse ele, você está pronto para sacrificar tudo por ele. É como uma jóia preciosa — uma “pérola de grande valor” — que você não permitirá lhe seja tirada, por nada e por ninguém.

Ele explicou isso assim: “O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui, e a compra”(Mateus 13:45–46).

Encontrar o reino de Deus em você e em todos. Apegar-se a ele, não importa o que aconteça. Amá-lo, cultivá-lo, defendê-lo. Protegendo assim a bondade, a pureza e a amabilidade inatas em cada um de nós. É isso que nos livra das dependências destrutivas — quer pareçamos depender de uma pessoa, de um modo de vida ou de uma substância química. E é isso que ajuda você a ajudar outros a se livrarem de tais dependências.

Quando você põe a Deus e Seu reino em primeiro lugar, fica surpreso com os resultados. Um ímpeto divino assume o controle. Leva você ao domínio próprio e propicia-lhe um senso de realização. Ajuda você a acertar o que precisa ser acertado em sua vida. Conduz à regeneração e à cura. E faz isso de forma confiável, científica, inevitável.

Eis como Ciência e Saúde com a chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, descreve esse impulso natural: “As salutares corrigendas por parte do Amor ajudam-nos a prosseguir na marcha para a retidão, para a paz e para a pureza, que são os marcos na Ciência” (p. 323).

As terríveis previsões sobre o aumento do uso das drogas não precisam se concretizar. O uso da maconha pelos jovens não tem de aumentar. Nem as drogas, o fumo e o álcool têm de continuar a causar tantos males no mundo todo, como afirmam alguns especialistas no assunto. Richard A. Knox, “Changing world, changing ailments”, Globe, 16 de setembro de 1996. A onipotência de Deus pode efetivamente erradicar essas ameaças.

É muito importante, portanto, que você e eu nunca renunciemos à nossa (e dos outros) inocência original; que nós jamais renunciemos ao que é real a nosso respeito. É nosso tesouro vindo direto de Deus — algo que ninguém nunca nos tirou nem nunca irá nos tirar.

E o que dizer do ouro falso das substâncias químicas? Bem, é só ouro falso. Ele se desintegra ao toque de um dedo. Mas o seu ser real — o ouro puro — permanece para sempre. Algo no fundo do seu coração sempre lembrará você desse fato.

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